A peste negra e a Guerra dos Cem Anos
A sujeira, a superstição religiosa e a ignorância ajudaram a contaminação
A peste negra dizimou um terço da população europeia. As cidades imundas, ninhos perfeitos para ratos carregados de pulgas que transmitiam a peste bubônica, foram particularmente atingidas. A medicina, ainda baseada em superstições, não serviu para muita coisa: a Faculdade de Medicina de Paris publicou um compêndio no qual atribuía “à fraqueza, ao medo e à obesidade” a predisposição para a contaminação pela peste. Um dos conselhos que os médicos davam aos pacientes era que não tomassem banho… Essa desconfiança com relação ao banho, evidentemente, não se restringia a Paris; estendia-se por toda a Europa de então, por influência da Igreja. Aos cristãos recomendava-se — em particular àqueles que se dedicavam ao serviço de Deus — evitar se lavar e restringir seus contatos com a água à mera lavagem ocasional dos pés e aos respingos de água benta. Apenas na Espanha, os muçulmanos, que ocupavam uma parte do país, tomavam banho regularmente.
Idade Média, um período violento e tumultuado
Quase toda a Idade Média foi marcada por revoltas, alianças estratégicas, intrigas e disputas entre reis, a nobreza, o clero e uma burguesia cada vez mais fortalecida. Com o desenvolvimento de Paris e a riqueza resultante do comércio fluvial, as relações da burguesia com a realeza eram em geral harmoniosas. Entretanto, a Guerra dos Cem Anos e o aumento dos impostos para o financiamento dos gastos militares provocariam um rompimento entre o poder real e a burguesia, comandada por Étienne Marcel, que era Prévôt des Marchands (representante dos comerciantes), cargo esse que, grosso modo, correspondia ao de um prefeito.
Etienne Marcel
Aproveitando-se da fragilidade do delfim Carlos, herdeiro do trono, cujo pai era prisioneiro dos ingleses, Étienne Marcel invadiu o Palais de la Cité em 1358 e mandou matar dois ministros do rei. Ele poupou o delfim (matá-lo seria problema na certa) e o levou para fora do palácio, expulsando-o de Paris. Após vários incidentes, Carlos acabou voltando para Paris ainda no mesmo ano, e seus partidários mataram Étienne Marcel. Assumindo o trono, Carlos V mudou-se para o Louvre e mandou erguer uma nova muralha de defesa em torno da cidade, da qual ainda hoje existem fragmentos.
Joana d’Arc e François Villon
Esse foi um período difícil para a França e para a cidade de Paris, que chegou a ser ocupada pelos ingleses. Nesse momento da história francesa surgiu Joana d’Arc, a jovem heroína que defendeu a nação e tornou-se santa.
Em 1431, ano em que Joana d’Arc foi queimada em Rouen, nasceu outro famoso personagem dessa época: François Villon, formado em Artes pela Sorbonne, onde transitava com a mesma facilidade que no meio de bandidos. Era um fora-da-lei por opção, mas destacou-se por ser um dos maiores poetas franceses. Há versões de que ele escapou da execução e outras de que morreu enforcado. L’Épitaphe Villon, mais conhecida como a Balade des Pendus (“Balada dos Enforcados”), é a mais renomada de suas poesias. Até hoje a obra de Villon é estudada e sua tradução brasileira ganhou o Prêmio Jabuti de 2001.
Apesar de a Guerra dos Cem Anos ter acabado em 1453, o tratado de paz só foi assinado em 1475. Aos poucos, Paris foi retomando seu ritmo de vida normal, sem imaginar que outro período difícil estava por vir.
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