A Itália tem uma tradição vinícola muito antiga, mas só mais recentemente, na década de 1960, começou a colocar ordem na sua produção, classificando seus vinhos por origem e características (como a França já faz há muito mais tempo). Os vinhos classificados são os DOCG (Denominazione di Origine Controllata e Garantita), os DOC (Denominazione di Origine Controllata) e os IGT (Indicazione Geografica Tipica). Estes últimos são os vinhos de mesa, ou seja, com rigor de qualidade e preço inferiores aos demais.
A predominância dos varietais
A maioria dos vinhos italianos é varietal, isto é, recebe o nome da uva com o qual é fabricada, mas há exceções. Alguns devem ser bebidos jovens e destacam-se por sua cor violácea ou, com um mínimo de envelhecimento, por seu tom rubi. Os mais velhos assumem uma coloração granata, como dizem os italianos, isto é, um vermelho ligeiramente amarronzado. Um vinho não precisa ser DOCG ou DOC para ser bom, mas pedir uma garrafa de origem controlada é, a princípio, uma garantia de estar tomando um vinho decente. Alguns IGT, vinhos locais de comercialização restrita, bem como os vinhos da casa (às vezes produzidos pelo próprio dono do restaurante), podem também ser bons, embora nem sempre tenham uma qualidade regular.
A relação abaixo inclui os principais DOCG e DOC de cada região e, excepcionalmente, vinhos não classificados que são muito bons. Essa lista pode servir de referência para você fazer suas escolhas durante a viagem.
A tendência é que um vinho seja melhor – e tenha também menor preço – na própria região em que é produzido, pois quanto menos ele for transportado, menos suas características se alterarão. Um vinho local tende ainda a ser o melhor para acompanhar as especialidades regionais. Se estiver na dúvida, observe em volta o que os italianos (não os outros turistas estrangeiros!) estão tomando, mas nunca peça uma garrafa de vinho antes de ver seu preço na carta.
Vinhos italianos: as regiões produtoras e seus principais vinhos
Abruzzo
O Montepulciano d’Abruzzo, tinto, é seco e encorpado, enquanto o Trebbiano d’Abruzzo, branco, é tão leve que pode ser tomado como aperitivo.
Basilicata
Tem apenas um DOC, o Aglianico del Volture (tinto).
Calábria
São classificados o Cirò, o Donnini, o Lamezia, o Pollini e o Savuto (tintos), além do Greco di Bianco (branco). O vinho Ciro conserva a velha tradição helênica: era o vinho utilizado nas comemorações das antigas Olimpíadas.
Campânia
O mais renomado é o Taurasi DOCG, tinto, feito com uvas regionais. Há também o Aglianico del Taburno, o Capri, o Castel San Lorenzo, o Cilento, o Falerno del Massico, o Fiano di Avellino, o Greco di Tufo, o Ischia, o Solopaca e o Vesuvio. Dentre as variedades do Vesuvio, o licoroso Lacryma Christi se destaca como vinho de sobremesa.
Emilia-Romagna
O Sangiovese di Romagna, feito apenas com a uva Sangiovese, é exclusivamente tinto. Dentre os brancos, destacam-se o Bianco di Scandiano, o Pagadebit di Romagna, o Trebbiano di Romagna e o Montuni del Reno, que existem também na variedade frisante. O Cagnina di Romagna DOCG, adocicado e de baixo teor alcoólico, e as diversas variedades de Lambrusco, tintos frisantes, são característicos da região. O Bosco Eliceo, o Colli Bolognesi, o Colli di Parma e o Colli Piacentini existem em diversas variedades.
Friuli-Venezia Giulia
Os vinhos dessa região são predominantemente brancos, elaborados na maior parte das vezes com uvas Pinot, Sauvignon, Cabernet, Traminer ou Riesling. São DOC o Aquileia, o Carso, o Collio, o Colli Orientali del Friuli, o Grave del Friuli, o Isonzo e o Latisana.
Lácio
A região se destaca pelos brancos, muitas vezes espumantes ou frisantes, como o Aleatico di Gradoli, o Bianco Capena ou o Colli Albani, mas o mais conhecido deles é, sem dúvida, o Est!! Est!! Est!! di Montefiascone Frascati (isso é que é nome de vinho!).
Ligúria
– Os DOC da Ligúria são predominantemente brancos, mas alguns existem na variedade tinta. São eles: o Cinqueterre, o Colli di Luni e o Riviera Ligure di Ponente. O Rossese di Dolceaqua é exclusivamente tinto.
Lombardia
É grande a diversidade de vinhos lombardos; há muitos tintos e brancos varietais, como os mais de dez tipos de Oltrepò Pavese, além do Franciacorta e do Riviera del Barda Bresciano, que também abrigam rosados e espumantes, e até mesmo o licoroso San Martino della Battaglia.
Marche
Grata surpresa: essa pequena região tem vários vinhos DOC! O Lacrima di Morro d’Alba, o Rosso Conero, o Rosso Piceno e o Sangiovese dei Colli Pesaresi são tintos, enquanto o Bianchello del Metaura, o Bianco dei Colli Maceratesi, o Falerio dei Colli Ascolani e os Verdicchios (que podem ser espumantes) são brancos. Vernaccia di Serrapetrona é um vinho tinto, adocicado e espumante.
Molise
O Biferno e o Pentro di Isernia podem ser tintos ou brancos.
Piemonte
É a principal região produtora de vinhos na Itália, não só pela enorme variedade, mas pela alta qualidade, sobretudo dos tintos. Fica difícil até mesmo citar os principais, porém o maior destaque fica para o Barbaresco, o Barolo, os Barberas, os Dolcettos e o Boca. São vinhos que você não pode deixar de provar.
Puglia
Podemos citar, dentre alguns classificados, o Castel del Monte, tinto; o Gravina Bianco, branco; e o Aleatico di Puglia, um vinho adocicado, de sobremesa.
Sardenha
Dentre os tintos, o mais conhecido é o Cannonau di Alghero, feito com a uva cannonau. A ilha produz ainda variados vinhos licorosos, como, por exemplo, o Giro di Cagliari, os Moscatos e a Vernaccia di Oristano.
Sicília
O branco Alcamo e o tinto Cerasulo di Vittoria, bem como variedades brancas e tintas do Etna, são classificados, mas não podemos esquecer do Corvo di Salaparuta, que não o é. O Marsala e o Moscato são grandes vinhos doces, de sobremesa.
Toscana
Os tintos Brunello di Montalcino e Chianti são alguns dos mais famosos vinhos italianos, mas além deles a Toscana tem outros dois DOCG: o Vino Nobile de Montepulciano e o Carmignano. Diversas denominações incluem brancos e tintos, como o Colline Lucchesi e o Montescudaio. O Vernaccia di San Gimigniano, branco ou rosado, é mais conhecido em sua versão licorosa.
Trentino-Alto Adige
Similarmente ao que ocorre em Friuli-Venezia Giulia, nessa região predominam os brancos varietais, como os diversos tipos de Alto Adige, Trentino e Teroldego Rotaliano. Há ainda alguns tintos, como o Caldaro, o Meranase e o Colli di Bolzano.
Umbria
A região, uma das mais tradicionais no que diz respeito à produção de vinhos na Itália, tem bons tintos, como o Torgiano Rosso Riserva e o Montefalco. O Colli Altoteberini, o Colli Amerini, o Colli Perugini podem ser tintos ou brancos, e o ótimo branco Orvieto merece destaque.
Valle d’Aosta
O DOC Valle d’Aosta existe em diversas variedades, de acordo com a uva utilizada, podendo ser tinto, branco, seco, adocicado e até mesmo frisante.
Vêneto
Dentre os tintos, há o Bardolino e o Valpolicella. O Piave, o Colli Euganei e o Colli Berici existem também na versão brancos, mas o principal branco é o Soave. Um vinho característico da região é o espumante branco Prosecco di Conegliano, um excelente aperitivo hoje bastante consumido no Brasil.
Dicas
Site italiano especializados em vinhos:
www.vinit.net Portal de enogastronomia. Dezenas de links, inclusive sobre roteiros turísticos enogastronômicos.
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