História de Portugal: a expansão portuguesa
O vizinho espanhol
A expansão portuguesa assustou os castelhanos, que só reconheceram a soberania lusitana sobre os territórios conquistados aos árabes em 1268, pelo Tratado de Badajós. A relação de Portugal com Castela foi sempre de desconfiança, quando não de conflito aberto. Basta ver as poderosas fortificações existentes até hoje junto à fronteira espanhola em cidades como Valença do Minho, por exemplo.
As oscilações políticas
Aos períodos de hostilidade do século XIV sucediam-se outros de aproximação e alianças por meio de casamentos ou tratados, prontos a serem ignorados ao sabor dos interesses do momento. Como as casas reais de Portugal e da Espanha (e de outros países europeus) eram aparentadas, disputas familiares resultavam frequentemente em novas guerras e até em assassinatos.
Assassinato encomendado
O rei Afonso IV, por exemplo, mandou matar Inês de Castro, amante de seu filho, pertencente a uma rica família espanhola, por temer a influência da moça e de seus irmãos sobre o príncipe regente. Quando, após a morte do pai, Pedro se tornou rei, mandou não apenas arrancar os corações dos sicários enviados para matar sua querida amante, como fez questão de assistir à cena. No mosteiro de Alcobaça estão os túmulos de Inês de Castro, retratada como rainha, e o de Pedro.
Um país muito antigo
Portugal conserva até hoje aproximadamente o mesmo território que possuía na segunda metade do século XIII, o nome e a língua. Isso faz com que seja a nação (ou uma das nações, segundo alguns) mais velha da Europa. Praticamente todos os países da Europa atual eram um amontoado de pequenos reinos que falavam diferentes línguas ou dialetos. Não existia a França como conhecemos hoje, nem a Inglaterra ou a Alemanha.
O idioma português
O português, cruzamento do galaico-português falado no norte do país e do lusitano-moçárabe, utilizado no sul, foi declarado idioma oficial do reino por Dom Dinis I. Não era exatamente o mesmo português que falamos hoje; parecia-se com o galego, mas já era semelhante ao contemporâneo. Falava-se quiseron (quiseram); nom (não); vergonça (vergonha); nulha (nenhuma); mays (mães)… Cada um escrevia como lhe soava ou como achava que devia ser (como na internet hoje!). A padronização “oficial” da língua só ocorreria na primeira metade do século XVI.
A dinastia de Avis
Quando o último rei da casa de Borgonha, Fernando I, faleceu sem deixar descendente direto, o trono foi reivindicado por seu genro João de Castela. Temendo que o reino caísse sob domínio castelhano, as cortes portuguesas reunidas em Coimbra, formadas por representantes da burguesia, da nobreza e do clero, escolheram como rei o hesitante príncipe Dom João, mestre da ordem religiosa militar de Avis, irmão bastardo do soberano. A decisão provocou a invasão do país por tropas de Castela. Mobilizados, os portugueses comandados pelo Condestável Nuno Álvarez Pereira conseguiram vencer os castelhanos na batalha de Aljubarrota, em agosto de 1385, obrigando-os a renunciar a suas pretensões. Nascia a dinastia de Avis.
Aliança com a Inglaterra
Buscando alianças que contrabalançassem o peso da poderosa vizinha, aliada da França, João I casou-se com Filipa de Lencastre, da casa dos Plantagenetas, neta do rei inglês Eduardo III. Essa parceria influenciaria profundamente a política portuguesa durante os séculos vindouros e teria mais tarde reflexos também no Brasil.
Filipa
Filipa trouxe saudáveis costumes ingleses a uma corte composta por brutos de pouca cultura, preocupando-se em dar a seus filhos uma educação primorosa e preparando-os para o exercício do poder. O mais velho, Dom Duarte, foi o herdeiro do trono. O príncipe Dom Pedro estabeleceu bons contatos com a burguesia e favoreceu o comércio. O terceiro irmão, Dom Henrique, chamado “o Navegador”, na condição de comandante da Ordem de Cristo, impulsionou a navegação e foi o principal estrategista e mentor da formação do império lusitano de além-mar, reunindo à sua volta matemáticos, astrônomos e navegadores estrangeiros.
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