História da Argentina: Madres de la Plaza de Mayo

História da Argentina: Madres de la Plaza de Mayo, corajosas mulheres que desafiaram uma das mais sanguinárias ditaduras da América do Sul.
Madres atacadas pela polícia a cavalo
Madres atacadas pela polícia a cavalo

Madres de la Plaza de Mayo

Corajosas mujeres

A opinião pública começou a se manifestar, no início timidamente, com um movimento iniciado em abril de 1977 pelas mães dos prisioneiros políticos. Arriscando sua integridade física, essas bravas mulheres passaram a se reunir na Plaza de Mayo, com cartazes, exigindo explicações sobre o paradeiro de seus filhos desaparecidos. Contando inicialmente com apenas 14 mães, as primeiras que tiveram a coragem de sair à rua, o movimento se expandiu com a adesão de milhares de mulheres que perderam seus filhos na Guerra Suja. Como muitas mães na Argentina têm o costume de guardar as fraldas de seus bebês como recordação, passaram a usá-las como lenços amarrados às cabeças, escrevendo nelas os nomes dos filhos. Elas foram chamadas pejorativamente de “las locas de la Plaza de Mayo”, ridicularizadas e perseguidas, mas não desistiram.

Capitão Alfredo Astiz um torturador infiltrado

Com sol ou chuva, lá estavam elas protestando e até atraindo turistas, que registravam as manifestações em fotografias. A primeira dirigente da associação, Azucena Villaflor De Vicenti, foi seqüestrada e morta pela ditadura. Sabe-se que o capitão Alfredo Astiz foi um dos oficiais encarregados pela ditadura argentina de “cuidar” das Mães da Plaza de Mayo. Bom na arte de torturar civis, rendeu-se rapidamente quando os ingleses dispararam o primeiro tiro nas Malvinas. Culpado de diversos assassinatos, inclusive de mulheres grávidas e de freiras francesas, ele foi condenado na França, que pediu sua extradição. Deu sorte: não foi identificado a tempo e acabou sendo solto pelos ingleses, logo depois do armistício.

Las Madre de la Plaza de Mayo e a Copa do Mundo

Durante a Copa do Mundo de 1978, com jornalistas de todo mundo em Buenos Aires, as Mães da Plaza de Mayo aproveitaram a oportunidade única e, mesmo ameaçadas, saíram as ruas. Foi quando o mundo todo ficou sabendo da existência do grupo.
A derrocada da ditadura não foi suficiente para acabar com o movimento; afinal, seu objetivo era localizar os desaparecidos e punir os responsáveis, o que estava muito longe de acontecer.

Um racha divide as mães da Plaza de Mayo

Em janeiro de 1986 ocorreu um racha na organização e as Mães da Plaza de Mayo dividiram-se em duas associações que existem até hoje. A chamada Línea Fundadora, formada pelas madres históricas que iniciaram a luta, lideradas por Maria Adela Gard de Antokoletz (falecida em 2002) resolveu se separar da Madres de Plaza de Mayo, entidade presidida por Hebe de Bonafini, por não concordar com suas posições políticas (como o apoio a Hugo Chávez) e por julgar que a associação estava se desviando dos objetivos iniciais de exigir justiça e punição de torturadores. Isso em parte já foi obtido: Kirchner revogou leis de governos civis anteriores que anistiavam os implicados em violação de direitos humanos e assassinato de presos político.

No Brasil os torturadores continuam à solta

No Brasil, ao contrário do que aconteceu na Argentina, Chile e Uruguai, “brilhantes” torturadores continuam à solta.
Entre os acusados levados a julgamento na Argentina encontram-se até religiosos, como o padre Cristian Von Wernick, capelão da polícia de Buenos Aires durante a ditadura, que estava foragido no Chile sob o nome de Cristian González (Seria possível que a Igreja chilena não soubesse quem era o cabrón?). Wernick não somente participava das torturas, mas ainda aliviava os remorsos que alguns policiais e militares pudessem sentir ao participar de assassinatos. Isso é que é padre!
Sobre as Mães da Plaza de Mayo, visite os sites das duas associações e julgue você mesmo.
Madres Fundadoras | Madres

Todo mundo mudou (ou quase)

Em plena Copa do Mundo de 1978, utilizada como instrumento promocional pela ditadura (como também aconteceu no Brasil em 1970), o ditador argentino Videla recebeu no estádio a visita do ex-Secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger, que compareceu para expressar o apoio dos Estados Unidos a seu regime. Kissinger foi o principal arquiteto da política americana durante a Guerra Fria, que resultou na tomada do poder por militares e no aniquilamento da democracia na Argentina, Uruguai, Brasil e Chile e o assassinato de milhares de pessoas. Essa política, adotada pela direita do partido republicano, no poder nos Estados Unidos, só terminou com a vitória de Jimmy Carter, um democrata convicto; na opinião de muitos, o homem mais honrado que já ocupou a Casa Branca. Hoje em dia, mesmo um belicista messiânico como George W. Bush se sentiria ruborizado em apoiar ditadores sanguinários como os que governaram o Cone Sul naquela época sombria. Por outro lado, parece que a esquerda sul-americana (pelo menos parte dela…) caiu na real com relação à importância da manutenção de instituições democráticas fortes e de se preservar a liberdade de opinião. A incerteza é a Venezuela.

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