História da Argentina: O período Nestor Kirchner

História da Argentina: a Era Kirchner. O período em que Nestor e Cristina Kirchner governaram a Argentina. A morte de Nestor e a reeleição de Cristina.
Nestor e Cristina Kirchner
O período Kirchner: Nestor e Cristina Kirchner

A era Kirchner

Nestor Kirchner foi um hábil homem público de carreira, que começou a participar de política na Juventude Peronista em sua época de estudante.  Anos mais tarde foi prefeito de Rio Gallegos, na Patagônia Atlântica, e Governador da Província de Santa Cruz. Casou-se em 1975 com Cristina, que seria mais tarde sua sucessora. Discreto opositor da ditadura acabou, mesmo assim sendo preso duas vezes durante o governo militar.
A queda da ditadura permitiu a Kirchner reassumir seu papel na política Argentina. Em março de 2003, com o apoio de Duhalde e com a renúncia da candidatura de Carlos Menén, político bastante desmoralizado, Nestor Kirchner elegeu-se presidente pela Frente para la Victoria. Preferiu conservar no cargo o ministro da economia de Duhalde, Roberto Lavagna, e outros ministros do governo anterior.

Pouco depois de sua posse, a Argentina, apoiada na segurança ilusória da política econômica de Mánen, quebrou.  A recuperação da economia foi um processo sofrido, mas o país foi saindo da crise.  O período 2003-2007 foi  de  progresso, com boas taxas de crescimento.  Alguns afirmam que o governo manipulava os dados sobre a economia, exagerando os progressos obtidos, a melhoria do poder de compra da população, a queda do desemprego e a melhoria no sistema educacional. Seus críticos  afirmam que Nestor mandava manipular também os índices inflacionários e, ao pressionar os empresários, afastar os investidores internacionais. Também o acusam de prejudicar a pecuária sobrecarregando-a de impostos.

Enfim, é fato que Kirchner conseguiu tornar a Argentina razoavelmente estável e tomou diversas medidas populares, aumentou os salários, principalmente dos professores, investiu na educação e concedeu diversos benefícios aos trabalhadores e também aos veteranos das Malvinas, muitos dos quais viviam como mendigos.

Nas eleições de 2007 uma surpresa: Kirchner declarou que não iria se recandidatar. Mas que Cristina Kirchner, sua esposa, seria a candidata… Cristina já era uma política experiente pois fora senadora eleita pelas províncias de Santa Cruz e Buenos Aires, e presidente da Argentina de 2007 a 2015.  Com o apoio do marido, elegeu-se à presidência no final de outubro de 2007. Cristina foi a primeira mulher eleita pelo voto direto, na Argentina. Obviamente, Nestor, que continuava ativo nos bastidores, cogovernava o país.

Nestor Kirchner morreu de uma parada respiratória em El Calafate no final de outubro de 2010. Cristina, porém, continuou na política e, em 2011, foi reeleita à presidência.

Mas, os tempos já não eram os mesmos. A conjuntura internacional já não ajudava. Christina não teve tanto sucesso contra seu marido, enfrentou uma forte oposição, na capital, mas principalmente fora de Buenos Aires. Bateu de frente com o poderoso setor agropecuário, tentou controlar a imprensa, enfrentou manifestações e greves. Sua taxa de rejeição chegou a 63,5%.

Em novembro de 2015, o engenheiro civil Mauricio Macri, que foi prefeito de Buenos Aires em 2007 e 2011, venceu as eleições presidenciais de 2015, apoiado por uma coalizão de direita. A era Kirchner parece ter chegado ao fim.

Um dos maiores desafios de Macri é o combate à corrupção, muito inferior à brasileira, mas ainda assim dos sério problema no país.

Quando o assunto é corrupção, nossos congressistas se equivalem. A única diferença é que nosso Congresso custa muito mais caro para o contribuinte que o deles: segundo a Transparency Internacional, é um dos mais onerosos do mundo. Resumindo: enquanto por aqui tudo termina em dança da pizza, por lá, termina em tango como este, um clássico proibido por todas as ditaduras militares desde 1943.

Prestem atenção à letra:

“…es un despliegue
de maldá insolente,
ya no hay quien lo niegue.
Vivimos revolcaos
en un merengue
y en un mismo lodo
todos manoseaos…
El que no llora no mama
y el que no afana es un gil.”*

* Do tango Cambalache, em lunfardo (gíria portenha), escrito por Enrique Santos Discépolo no ano de 1934 e proibido por todas as ditaduras militares a partir de 1943. O significado de algumas das palavras pode ser encontrada em Habla Castellano?/Gírias Argentinas.

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