História da Argentina: A volta à democracia

História da Argentina, a volta à democracia, o peso super valorizado, a bancarrota, a instabilidade política, a queda de Ménen.
Casa Rosada, Buenos Aires
Casa Rosada, Buenos Aires
A volta à democracia. Casa Rosada, Buenos Aires

A volta à democracia

A volta à democracia na Argentina não foi fácil. Raul Alfonsín, o primeiro presidente civil depois de muitos anos de ditadura, não conseguiu controlar a economia e acabou afastado em meio a uma inflação assustadora. Além disso, temendo uma revolta nas casernas, seu governo promulgou leis que puseram fim aos julgamentos de militares implicados na violação de direitos humanos e assassinatos de presos políticos, o que não agradou aos argentinos.
Foi sucedido em 1990 pelo peronista Carlos Menem que, com o plano de austeridade de seu ministro Cavallo, segurou a inflação, atrelando o peso ao dólar. A fórmula “mágica” un peso, un dólar resultou numa seríssima recessão, em dificuldades para as exportações, em desemprego e em agitação social. Mas, bem ou mal, reduziu a inflação e funcionou, com grande custo social, durante uma década (o que na América Latina, em matéria de estabilidade, é uma eternidade…).

A Argentina se torna cara para o turista brasileiro

Essa foi, é claro, uma época em que a Argentina se tornou também muito cara para turistas brasileiros. Qualquer coisa custava uma pequena fábula enquanto, com o peso super valorizado, os produtos estrangeiros invadiam o país. Encontravam-se, por exemplo, pêssegos gregos em calda por menos da metade do preço do similar argentino!
Essa situação prejudicou a indústria, que não conseguia concorrer com os produtos estrangeiros (brasileiros, principalmente), de qualidade equivalente e preço inferior.
Nessa época, milhares de argentinos chegavam ao Brasil para passar as férias e fazer compras, o que era mais barato que permanecer na Argentina sem sair de casa… Muitos voltavam carregados de eletrodomésticos e todo tipo de artigo, uma vez que a diferença de preços entre os dois países era enorme. Um anúncio de geladeiras na principal via de acesso terrestre entre Brasil e Argentina ilustrava bem essa situação: “Compre seu refrigerador antes que algum argentino o faça”…

A bancarrota

Menem foi escorraçado e subiu ao poder Fernando de La Rúa, homem honesto e administrador realista, mas que não soube o que fazer com aquela economia arruinada que herdara do governo anterior.
Apesar de ser do partido radical, adversário dos peronistas, acabou chamando para assumir o controle da economia o mesmo Cavallo que fora ministro de Menem.
Os “cavalares” ajustes na política econômica desagradaram a amplos setores, provocando recessão e desemprego. Nesse momento, vendo as coisas incertas, os capitais especulativos começaram a bater asas da Argentina, obrigando o governo a instituir o curralito, bloqueio de poupanças e aplicações, que se refugiavam no dólar e descapitalizavam os bancos. Enquanto os grandes capitais já tinham abandonado o terreno, a classe média foi apanhada na rede. Os capitais acumulados em bancos, poupanças e outras aplicações viraram pesos, que só podiam ser retirados a conta-gotas (algo parecido com o Plano Collor no Brasil). A tal volta à democracia foi um Deus nos acuda: passeatas, desemprego em massa e o fim do governo de Fernando de La Rúa, que terminou em la calle. Virou um caos; o país teve cinco presidentes em duas semanas. Um após outro, governantes sem apoio político ou popular, eleitos pelo Congresso, eram derrubados por manifestações de rua e panelaços, acabando por renunciar ao cargo. A Presidência da República tornara-se uma batata quente, que ninguém parecia ter condições ou vontade de segurar.

Duhalde

A situação só se acalmou quando o peronista Eduardo Duhalde, mesmo tendo que assumir uma desvalorização de 70% do peso frente ao dólar, conseguiu cumprir um mandato-tampão até as eleições para a escolha de um novo presidente, em 2003. Ganhou o também peronista Nestor Kirchner, apelidado pelos irreverentes argentinos, em razão de seu perfil facial, de “el pingüino”.

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