Gírias argentinas, o lunfardo
Os argentinos e, principalmente, os portenhos, utilizam muitas gírias (jergas) próprias. O lunfardo (expressões regionais portenhas) utiliza um número quase infinito delas, muitas de origem italiana. Curiosamente algumas são as mesmas ou bem semelhantes às que empregamos no Brasil. Por exemplo, afanar significa roubar; dar bola quer dizer escutar o outro; bárbaro é alguém incrível, maravilhoso; uma gata é mulher sensual (usam também a palavra potra, pouco utilizada no Brasil); nena, mina é garota; cana é polícia; bronca, “estar com bronca de alguém”. Outras são próximas, como bacán, na expressão “o bacana tem grana”; masa, no sentido de coisa boa (a pronúncia é igual, mas em português tem dois “s”); pintar, com um sentido parecido com o português (aparecer em um lugar).
Expressões iguais à nossa, mas às vezes com outro significado
Certas gírias, embora foneticamente idênticas, não têm o mesmo significado que no Brasil: transar não é ter uma relação sexual e sim trocar carícias.
O emprego de expressões de gíria deve ser sempre cuidadoso. Em alguns casos pode dar origem a mal-entendidos e gafes. As gírias devem portanto ser empregadas por quem conhece o país, fala bem o espanhol e tem intimidade suficiente com a pessoa com quem está conversando. Seu uso adequado depende do contexto e da entonação usada.
Los boludos
A expressão “boludo”, entre amigos, pode até ser carinhosa (eles a empregam o tempo todo: “Hola boluuuuuudo!”), mas torna-se ofensiva quando empregada por estranhos. Os próprios argentinos não sabem bem sua origem, que seria, segundo alguns, bem vulgar (alguém que se atrapalhe com as próprias bolas). Deveria, sob esse ponto de vista, ser usada somente entre homens, mas tornou-se tão comum e universal por lá que não é incomum uma amiga dizer para outra que acaba de fazer uma besteira: “Mas que boluda, vos!”. Mulheres usam também a abreviação “bolu”. Cuidado, porém, com a expressão pelotudo, que é sempre ofensiva.
Algumas gírias mais comuns
borrarse = sumir
brazuca = brasileiro (forma pejorativa)
bulo = garçonière
busarda = pança
cabrón = equivale a “f. d. p.”
camelero = mentiroso
carajear = insultar
champú = champagne
chanta = oportunista
choborra = embriagado
cholulaje = fofoca e atitude de adorar os famosos
cholulo = fã de famosos ou fofoqueiro
chorro = ladrão (gíria tipicamente portenha)
choto = feio, desagradável
chupamedias = puxa-saco
coima = suborno, propina
concheto = mauricinho ou patricinha
culear = manter relações sexuais
despliegue = loucura
empaquetar = enganar
encontrar la vuelta = descobrir com algo funciona
falopa = droga
faso = cigarro
fayuto = pessoa que não é confiável
flaco = literalmente, “magro”; é uma forma carinhosa de se dirigir aos amigos
forro ou globito = preservativo
gasolero = pessoa ou atitude econômica
gil = otário, tonto
grasa = literalmente, é “gordura”, mas na gíria significa cafona, brega
hacer buena letra = portar-se bem só quando vale a pena
hinchabolas = chato
levantar = paquerar
lolas = seios
macaneo = mentiras
merengue = bagunça
minón infernal = garota bonita
morfar = comer
nena = garota
onda (mala ou buena onda) = algo negativo ou positivo; poner onda = interessar-se
opa, salame ou nabo = tonto, idiota, nerd
palma = cansaço
pancho = hot-dog
pavada = bobagem
piola = maneiro, cool
plomo = tedioso, pessoa chata
sacar el cuero = criticar, falar mal de alguém
sopi = piso, chão
telo = hotel de encontros (“hotel” ao contrário)
trampa; hacer una trampa = enganar, fazer uma “pegadinha”
viyuya, moca, guita = dinheiro. Também dizem mango, no sentido de peso, a moeda argentina: “no tengo um mango!”
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