Os países visitados de carro
Minha opção de transporte favorita quando viajo é mesmo o automóvel. Já percorri toda a Europa Ocidental, Marrocos, Turquia, Israel, Jordânia, Líbano, Síria, Irã, Paquistão, Índia, Nepal, Argentina, Chile, Uruguai, Estados Unidos e, é claro, o Brasil.
Nem todo lugar se pode hoje em dia viajar sem correr sérios riscos
Algumas dessas viagens foram recentes, outras realizadas há mais de vinte anos pelo menos. Esqueçam, portanto, alguns países que mencionei. Acho que ninguém faz questão de assistir de perto cenas de guerra, execuções e terrorismo…
Quando o carro não é indicado
Primeiro uma ressalva. Se querem conhecer, por exemplo, Paris, Roma, Londres ou qualquer grande metrópole esqueçam o carro. Utilizem o ônibus, metrô ou táxi. Carro em metrópoles é um elefante branco. Você não tem onde estacionar, o trânsito pode ser infernal, as multa pesadas.
Quando o carro é uma ótima escolha
Carro é o ideal para se percorrer regiões rurais, aldeias, e pequenas cidades. Há, por exemplo, na Itália, encantadoras aldeias medievais cercadas por muralhas. Você tem que estacionar do lado de fora, no centro histórico não se pode trafegar. Tenha consigo algumas moedinhas para as maquininhas do estacionamento, que é pago.
O automóvel lhe oferece a liberdade de parar onde quiser para fotografar, visitar aldeias medievais sem depender de transporte públicos. Estacionar para comer onde quiser ou até fazer um piquenique em plena natureza, apreciando vistas grandiosas. O carro faz seu tempo render.
Também lhe permite escolher um hotelzinho simpático, de estrada, geralmente mais barato, próximo a seu destino. Você tem liberdade.
Animais na pista
Para esse tipo de viagem, escolha estradinhas secundárias de pouco movimento, onde possa desfrutar de encantadoras paisagens rurais ou parar para comprar queijo ou vinho numa fazendinha. Claro, o limite de velocidade nessas estradas secundárias é reduzido. Você não pode correr, mesmo porque são estradas cheias de curvas. Além disso pode se deparar com animais na pista. Isso é comum. Na Índia dei de cara o tempo todo com vacas (muitas vezes imediatamente após uma curva fechada!), camelos (no deserto de Thar, no Rajastão), rebanhos de cabras e até com elefantes. Na puna (altiplano), na Argentina, fui surpreendido com lhamas na pista. Se estiver com pressa pegue uma auto-estrada de alta velocidade.
Algumas dicas:
– Viaje com pouca bagagem. Alguns carros econômicos têm porta-malas pequenos.
– Não deixa malas ou qualquer objeto de valor à vista. Roubos não acontecem apenas no Brasil.
– Países como Índia, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, guia-se à esquerda e o volante fica à direita. Tem certeza de que se vai se adaptar?
– Não deixe de comprar um bom mapa rodoviário ou ter um carro com GPS.
– Multas são pesadas. Fique de olho nas indicações.
– Na maioria dos países, em particular na Europa, nas rotatórias, ou rotundas, a prioridade não é à direita, mas para quem está trafegando em seu interior.
– Carros a diesel são comuns na Europa. Prefira-os, são mais econômicos.
– Em alguns países e regiões, na Patagônia Argentina, por exemplo, você poder rodar até 200 km sem encontrar onde abastecer ou comer algo. Pit-stop, às vezes, só em plena natureza, com uma lebre patagônia observando-o, curiosa…
– Nos países muçulmanos mulheres, devem se vestir de modo discreto. Parece que Alah condena decotes e mini-saias. Também não devem estender a mão para cumprimentar um homem que não a conheça.
A viagem mais longa que fiz de automóvel fiz de Paris ao Nepal. Nessa viagem repleta de aventuras atravessei durante seis meses a Europa, regiões montanhosas e os desérticos asiáticos. Ela é relatada no livro A Vaca na Estrada.