Por Lúcio Martins Rodrigues
Os preços dos voos em classe econômica caíram muito em relação às décadas passadas. Hoje, por U$ 600, para pagar em 10 vezes, em valores fixos em reais, você vai para a Europa. Porém, fico com a impressão de que a classe econômica está cada vez mais “assardinhada”. O espaço para as pernas são mínimos, você tem que comer com os braços encolhidos. Ou seja, paga menos, mas viaja apertado. É desconfortável e fica pior ainda quando você tem a falta de sorte de ter de seu lado certos tipos de passageiros, particularmente incômodos. Você já deve ter passado pela situação. Cada um tem seu perfil. Vejamos:
O passageiro espaçoso
Esse já começa trazendo uma bagagem de mão enorme e ocupando quase todo o bagageiro. Além disso, ainda tem uma bolsa de mão volumosa que coloca no chão, complicando ainda qualquer dificuldade de movimento, se você tiver que ir ao toillette. É também o tipo de passageiro que espalha as pernas invadindo seu espaço e ocupa integralmente o apoio para o braço. É esse mesmo cidadão que, se estiver na sua frente, na hora do jantar, mantém o encosto da poltrona abaixado, fazendo com que sua refeição quase encoste em seu nariz. Nesse caso, não pense duas vezes: faça sinal à aeromoça e com um gesto aponte o problema. Nem precisa falar nada. Os espaçosos também têm o hábito de se trancarem meia-hora no banheiro, fazendo a barba, com um monte de gente esperando desesperada para usar o toillete. Não poderiam perfeitamente, como muito mais conforto, aliás, barbear-se no banheiro do aeroporto, sem incomodar ninguém?
O tagarela ininterrupto
Ter uma pessoa simpática do lado, com quem se pode levar um bom papo pode ser uma boa. Infelizmente, às vezes, você tem de seu lado alguém tagarela que não para de falar e resolve contar sua vida, desde que nasceu, falar dos defeitos da tia Raimunda, da reforma que pensa em fazer no apartamento onde reside, de quanto gastou para levar o cachorro ao veterinário e outros assuntos fascinantes. Você está quase dormindo, e a figura não se cala.
O passageiro porcolino
Esse, para começar não toma banho antes de tomar um avião (ou raramente toma uma ducha na vida…) e não escova os dentes. Quando tira o blusão ou o paletó, um cheiro azedo começa botar de suas axilas. É também aquele passageiro que urina na taboa no toillete, sem o menor respeito para com as mulheres e os demais passageiros. Claro que, estamos falando de tipos “puros”. Há porcolinos que são ao mesmo tagarelas, as vezes se inclinam sobre você com um bafo de provocar ataque cardíaco em formigas. E você tem que aguentá-lo a noite toda!
Os pais desleixados
Esses deixam seus filhos ficarem correndo pelos corredores, deixa que gritem (sabe aquele gritinho agudo de perfurar tímpanos?), pois é…. Quando sentados também falam alto, fazem manha e ainda ficam chutando a cadeira do passageiro da frente, ou agarram-se no encosto e puxam seu cabelo. Você olha para trás uma vez, primeiro com ar interrogativo, mas os pais não estão nem aí. Olha uma segunda vez, muito sério. Não adianta. Talvez o melhor seja você se dirigir ao pai ou a mãe do pestinha e sugerir: “Vocês não podem pedir ao seu filho para ir brincar lá fora?” Talvez caia a ficha.
O passageiro afobado
Já entra no avião empurrando todo mundo. Depois, mal o avião aterrissa já levanta, pega a bagagem de mão, não espera os passageiros à sua volta retirarem também seus pertences. A melhor conduta nesse caso é permanecer sentado calmamente. Sempre demora uns 10 minutos para a fila de desembarque começar a se movimentar. Além disso, não adianta muito se apressar demais na fila da Imigração, pois as malas sequer chegaram na esteira de retirada de bagagem de compartimento. Correm à toa.
O bêbado chato
Esse não para de beber a viagem toda. Quando acordado, está com um bafo estonteante de álcool. Fala mole com um sorriso bobo nos lábios. Não entende, ou não presta atenção no que você fala, às vezes chega a derrubar vinho ou comida no chão, ou em você. Quando finalmente “apaga”, esparrama-se e dificulta sua passagem, se você precisar ir ao toalete. O álcool, além disso, sabidamente, faz a pessoa roncar quando dorme. Um ronco forte, intercalado por espasmos ainda mais barulhentos. Isso a noite toda!
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