Musée Guimet, o melhor da arte asiática
Por Lúcio Martins Rodrigues
O Musée Guimet (ou Museu Nacional de Arte Ásiática) reúne uma das mais completas coleções de arte asiática do mundo. São peças oriundas da China, Coréia, Paquistão, Afeganistão, Índia, Nepal, Cambodja, Japão e outras regiões do continente asiático. O museu possui ainda uma coleção bastante interessante de têxteis asiáticos. Além de suas espetaculares coleções permanentes, o Musée Guimet realiza exposições temporárias e apresentações de música tradicional de diversos países do Oriente. Se você tem intenção de ir a Paris, vale a pena conferir a programação no site da instituição.
Localização do Musée Guimet
Coleções de arte asiática
Afeganistão e Paquistão
As primeiras coleções de peças de arte afegãs e paquistanesas expostas no Musée du Louvre em 1900, foram trazidas pela missão comandada por Alfred Foucher, pesquisador, historiador e especialista em arte budista. De fato, algumas da primeiras representações de Buda, em forma humana, são originárias dessa região. Posteriormente, com o avanço do islamismo, essa arte praticamente desapareceu. Em época recente, em março de 2001, lamentavelmente, duas enormes estátuas de buda esculpidas em um rochedo em Kandahar, no Afeganistão, há mais de 1.500 anos, um patrimônio cultural e artístico da humanidade, foram dinamitadas pelo Talebã.
China
O Musée Guimet detém uma das mais ricas coleções de arte chinesa do planeta. Seu acervo abrange perto de 20 mil pinturas, cerâmicas, porcelanas, estatuetas e objetos do Neolítico ao século XVIII. As obras mais expressivas (bronzes, carros de combate, moedas) datam das dinastias Shang e Zhou. Além do grande número de cerâmicas, o Musée Guimet expõe móveis laqueados e grande número de pinturas, com temas variados (religião, vida cotidiana, paisagens etc.) de períodos históricos que se estendem da dinastia Tang à época Qing.
Índia
A arte indiana é igualmente bem representada entre as coleções do Musée Guimet, com esculturas de bronze, pedra, argila, madeira, além de tecidos, bijuteria, objetos, pinturas e miniaturas. São peças de diferentes épocas, a maioria delas budistas e hinduístas, do seculo III a.C. ao século XIX. Curiosamente, achados arqueológicos realizados em todo o subcontinente indiano, em especial no sul do país, comprovam contatos da velha Índia com o império romano nos primeiros séculos da Era Cristã.
Japão
Igualmente interessante é a seção japonesa do Musée Guimet, cujas coleções englobam aproximadamente peças do século III a.C. à era Meiji (1867 a 1912). Entre itens expostos estão cerâmicas, armas brancas, objetos de marfim, esculturas, pinturas, sedas, e artefatos variados, que ilustram a evolução da arte budista no país, ao lado de expressões culturais laicas, como a de Ukiyo (Images du Monde Flottant ), com perto de 3000 gravuras. Boa parte delas fizeram parte do acervo de grandes colecionadores, como Camondo e Koechlin. Entre elas destaca “La plaine de Musashi“, com três pinturas que têm por tema os amores clandestinos de um casal em fuga.
Ásia Central
No início do século XIX, escavações arqueológicas na antiga Rota da Seda trouxeram à luz um rico patrimônio do período budista. Entre os principais achados estão as esculturas de argila provenientes do conjunto religioso de Toqquz-Saraï, como a cabeça de um bodhisattva (um ser iluminado); uma pintura monástica de Duldur-Akhur, na região de Kuch, que representa o Buda meditando e, em Dunhuang, duzentos e cinquenta manuscritos, quase todos budistas e bem preservados, graças ao clima seco e desértico da região.
Himalaia
As coleções himalaianas do Musée Guimet compreendem cerca de 1.600 peças, entre elas bronzes e pinturas características da arte tibetana dos séculos XVIII e XIX. Recentemente, o acervo do museu foi enriquecido com peças tibetanas e nepalesas, como tangkas (pinturas budistas) e bronzes. Também são nepalesas as capas de livros, ilustrados com pinturas, elaboradas entre os séculos XII e XIV e imagens religiosas de madeira, esculpidas entre os séculos XI e XIX.
Coréia
A seção coreana do Musée Guimet, aberta em 1893, reúne coleções de pinturas, móveis, cerâmicas e tecidos. Chama a atenção os belos biombos formados por oito painéis, ricamente ilustrados, característicos da arte coreana do século XVIII. Quando o museu passou por importantes renovações no ano 2000, a seção coreana foi enriquecida com novas aquisições, como os bronzes do período Koryo e pinturas de Yi Cheong, do século XVII, além de doações de imagens decorativas, pintadas entre os séculos XVIII e XIX.
Sudeste Asiático
O acervo de arte khmer do Musée Guimet reuniu entre 1927 e 1931 duas importantes coleções de antigos museus: o Émile Guimet e o Musée Indochinois du Trocadéro. A seção de arte cambodjana foi enriquecida em 1936, com o frontão de Banteay Srei e a cabeça esculpida em pedra do rei Jayavarman VII, que governou o Camboja entre 1181 e 1220. As peças foram doadas pela Ècole française d’Extrême-Orient (o Cambodja foi, de meados do século XIX a 1953, um protetorado francês).
Vídeo sobre a arte oriental no Musée Guimet, em Paris
Têxteis
A coleção de têxteis do Musée Guimet foi basicamente formada por doações da Association pour l’Etude et la Documentation des Textiles d’Asie (AEDTA), fundada pelo colecionador Krishnâ Riboud, no ano de 1979, o maior colecionador de tecidos asiáticos na Europa. A primeira doação, de 150 peças, ocorreu em 1990. Posteriormente Krishnâ Riboud doou ao Musée Guimet mais 3.800 peças, além de outros 150 itens, entre os quais aquarelas e objetos que ilustram as técnicas de tecelagem utilizadas pelos tecelões asiáticos. A maior parte do acervo é de origem indiana, com motivos impressos ou pintados em períodos históricos diferentes. A seção de têxteis orientais do Musée Guimet abriga ainda cerca de 650 peças japonesas, 580 provenientes da China e outras 500 do Sudeste Asiático. Parte desse acervo é exibido apenas durante exposições temporárias.
Site: Musée Guimet
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