Um bairro que conservou seu traçado medieval
O que ver no Marais
A magnífica Place des Vosges • O lindo prédio do Hôtel de Ville, à beira do Sena • O Museu Carnavalet, cujo acervo retrata a história de Paris • A pitoresca rue des Rosiers • Os hôtels particuliers construídos pela nobreza • O Museu Picasso
“Eu sou pobre, pobre, pobre, de marré, marré, marré…” Quem não se lembra dessa canção infantil? Pois é, o Marais, bairro parisiense, é o mesmo “marré” dessa música francesa que deve ter sido adaptada para o português há alguns séculos. (O “marré deci” da menina “rica, rica, rica” é a Mairie d’Issy, um subúrbio de Paris)
Mapa do bairro de Marais
Uma região cheia de pântanos no passado
O Marais era uma região insalubre de pântanos (em francês, marais) na Rive Droite, próximo às duas ilhas do Sena. A partir do século XII, seus terrenos foram drenados e passaram a ser cultivados. Na mesma época, ali se estabeleceram os templários, em uma imensa propriedade fortificada conhecida como Temple, da qual nada restou.
A valorização do Marais
No bairro do Marais habitava a parcela mais pobre da população parisiense. Entretanto, esta se mudou para a periferia no século XVI quando, com o crescimento da cidade, a aristocracia francesa começou a se interessar pelo bairro. Foi principalmente a partir da construção da Place des Vosges que nobres e comerciantes ricos decidiram se estabelecer ali, edificando hôtels particuliers (palacetes), muitos dos quais ainda existem.
Novo período de decadência
Quando a corte real mudou-se para Versalhes, começou um período de crescente decadência do Marais. Nesse meio tempo, o bairro ficou esquecido e foi quase totalmente poupado das reformas de Haussmann. Por isso, grande parte de suas ruas manteve o traçado medieval e muitos imóveis antigos subsistiram.
Um bairro de forte presença judaica
O Marais era então um bairro popular, bastante povoado e cheio de pequenos ateliês de confecção e ourivesaria, na sua maioria pertencentes a artesãos judeus. A região manteve essas características até a ocupação de Paris pelos alemães, quando grande parte dos moradores foi deportada ou fugiu. No pós-guerra, pouco a pouco os sobreviventes da população original foram retornando e reabrindo sua lojinhas e ateliês. A França estava, entretanto, exaurida; não havia dinheiro para nada, e pouco foi feito para se conservar os antigos e belos imóveis do Marais.
A recuperação do Marais
Sua recuperação começou somente em 1969, amparada por uma lei de proteção do patrimônio histórico e cultural da cidade. Os imóveis foram restaurados, com o compromisso de serem mantidas as suas linhas originais, e valorizaram-se enormemente, provocando muita gritaria em razão do aumento dos aluguéis. O Marais foi invadido pela pequena burguesia mais abastada, por livrarias, antiquários, restaurantes, bares e butiques mais sofisticadas. Museus passaram a funcionar em antigos palacetes e a comunidade GLS instalou-se maciçamente no bairro, como se pode ver pelas bandeiras coloridas hasteadas por toda parte.
As tristes memórias dos tempos da ocupação de Paris pelos nazistas
A história do Marais tem estreita relação com aquela dos judeus em Paris, pois boa parte da colônia judaica francesa, apesar das perseguições e expulsões em várias ocasiões, estabeleceu-se nesse bairro desde a Idade Média. Tristes lembranças da época da ocupação nazista estão presentes em vários lugares. Ao lado do Memorial ao Mártir Judeu Desconhecido, na “Allée des Justes”, uma placa perpetua a memória de atos de fraternidade e bravura. A placa indica que tal rua, anteriormente chamada “Grenier sur l’Eau”, mudou de nome “en hommage aux justes qui sauvèrent les juifs durant l´occupation” (“em homenagem aos justos que salvaram os judeus durante a ocupação”).
Ultimamente, a comunidade judaica se concentra principalmente nas proximidades da rue des Rosiers. Por isso, ali existem restaurantes típicos, casher (preparados segundo regras da religião judaica ou não), e sinagogas. Aliás, os pães pita recheados de falafel, vendidos em balcões que se abrem para a rua, são deliciosos!
Belos edifícios antigos
Nenhum outro bairro de Paris possui tantos belos edifícios antigos quanto o Marais. Sem dúvida, é o melhor lugar para ter ideia de como era a cidade antes da reforma feita pelo prefeito Haussmann. Mesmo que você não seja chegado em museus e não se interesse muito por História, andar pelas ruas desse bairro é um grande programa que quem vai a Paris deve fazer. Em cada canto há uma surpresa: uma fachada antiga, uma praça, uma lojinha, um bar à vin, um café… A maioria das ruas são bem tranquilas e reservadas aos pedestres, ou com pouco movimento de veículos, o que torna o passeio ainda mais agradável, de dia ou à noite, pois o local é seguro.
Atrações turísticas no Marais
O bairro possui não apenas museus, mas também ruas históricas, palácios e muitas atrações. Conheça as atrações do Marais.
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