Viajar pela Argentina por conta própria não tem mistério; a facilidade de comunicação já ajuda. Essa é a melhor opção para quem se sente seguro em viajar sem um guia de excursão e quer fazer algo diferente daquilo que as operadoras oferecem. Se você tiver um mínimo de capacidade de planejamento, é muito fácil fazer seu próprio roteiro utilizando o GTB Argentina. Há várias vantagens: você visita o que quer, come onde tem vontade, acorda na hora que quer, tem liberdade. Mas, enfim, se não se sentir seguro ou achar estressante ter que organizar todos os detalhes de uma viagem, esqueça e pegue uma excursão.
Organize-se
Quem quer viajar por conta própria deve estudar mapas e calcular distâncias, considerando que a Argentina é um país enorme. Isso é fundamental para não fazer planos mirabolantes, impossíveis de serem seguidos. A primeira coisa a ter em mente é que, se você for diretamente para Buenos Aires, terá que decidir entre visitar a cidade na ida ou deixar a capital para a volta de seu tour pela Argentina; afinal, não há, em geral, motivos para passar duas vezes pelo mesmo lugar. Se sair do Brasil resolvido a deixar Buenos Aires para o final de sua viagem (para fazer compras, por exemplo), logo ao desembarcar, tome um táxi ou remis até o Aeroparque e pegue a conexão aérea para outra cidade, ou faça o trajeto por terra. Optando pela via aérea, compre esse trecho ainda no Brasil.
Monte um cronograma de viagem
Mesmo que você tenha bastante tempo pela frente e vá viajar em em esquema easy rider, vale a pena ter um cronograma com as datas estimadas de chegada a cada cidade. Isso lhe permitirá organizar-se para pegar determinada feira que só acontece no sábado, uma fiesta ou evento popular, ou ainda, evitar chegar num lugar ultraturístico numa sexta-feira à noite sem hotel reservado.
Em cidades grandes, principalmente em Buenos Aires, estabeleça uma programação com itinerários lógicos, indo hoje ao bairro “X”, amanhã ao bairro “Y”… Veja onde fica cada lugar que você quer conhecer e os dias e horários em que está aberto ao público.
Estude com atenção o tópico Transportes neste site principalmente no guia de viagem GTB Argentina e, no início de cada capítulo sobre as localidades que você deseja visitar, veja ao lado do ícone À, o tempo a ser reservado a cada uma. Também no início do capítulo sobre cada lugar mencionado no guia há o tópico Como Ir. Veja as opções para chegar a cada cidade. A partir daí, organize seu roteiro, que deve obedecer a uma lógica quanto às distâncias e aos meios de transporte que irá utilizar.
Em um país com as dimensões territoriais da Argentina, você pode perder o dia todo para realizar certos deslocamentos. Informe-se sobre os voos domésticos que, como são quase sempre via Buenos Aires, o farão perder mais tempo do que imagina e gastar mais do que pensa.
Utilize uma cidade como base para vistas às localidades próximas
Quem vai visitar a fundo uma região pode hospedar-se em uma cidade mais bem localizada e utilizá-la como base, indo cada dia a um lugar diferente nos arredores. Você não precisa, portanto, necessariamente dormir em cada cidade que for conhecer, o que, aliás, pode se tornar cansativo. Alguns lugares são minúsculos e podem ser visitados em poucas horas. Ficar arrumando e desarrumando malas e fazendo check-in e check-out de hotel a cada um ou dois dias não é nada divertido. Outro detalhe: como o horário do check-out nos hotéis argentinos costuma ser cedo (às vezes, às 10 da manhã!), para ter um dia para visitar uma cidade você precisará, na realidade, de duas noites ou então terá que ficar perambulando com suas malas. De carro até dá, mas a pé fica complicado.
Caso vá viajar de carro, decida se irá alugá-lo por lá ou sair do Brasil com veículo próprio (leia sobre o assunto no tópico Transportes ). A viagem de carro é uma ótima opção, mas você precisará organizar com mais detalhes sua viagem. Antes de alugar um automóvel, verifique se a locadora possui agência na cidade em que pretende devolvê-lo.
Passagem aérea
Com relação à passagem aérea, você pode comprá-la por meio de qualquer boa agência de viagens. O preço não será mais alto do que na própria companhia aérea. Seu agente de viagens pode também cuidar da locação do carro e de reservas de hotéis.
Cursos de idioma espanhol
Embora você possa aprender espanhol na Espanha ou no México, é mais barato fazê-lo na Argentina. Para muitos brasileiros, o sotaque portenho é mais fácil de entender do que o espanhol europeu.
No Brasil, agências especializadas em intercâmbio oferecem pacotes de duração variável que incluem curso, hospedagem e passagem aérea. A hospedagem pode ser em B&B, casa de família ou alojamento estudantil. A maioria dos cursos funciona em Buenos Aires, Córdoba, Mendoza e Bariloche (onde você pode aproveitar para fazer também um curso de esqui, na época certa do ano).
Agências especializadas em cursos e intercâmbios
Sem Destino www.semdestino.com.br
STB www.stb.com.br
Experimento www.experimento.com.br
Intercultural Patagonia www.aprendaespanhol.com
De quanto tempo você dispõe?
A Argentina tem a vantagem de ser um destino tanto para os que têm somente uns poucos dias, quanto para quem dispõe de bastante tempo. Mas não se deve esquecer que estamos lidando com um país de enormes dimensões, sobretudo no sentido norte-sul. Assim, alguns, tendo apenas 15 dias para realizar a viagem, podem contar 3 dias para Buenos Aires, 3 para Bariloche, 3 para Ushuaia, 2 para Mendoza e 4 dias para percorrer o Noroeste. O básico em 15 dias: que maravilha! Seria perfeito se essas regiões não estivessem a milhares de quilômetros umas das outras, num território mal servido por ligações aéreas diretas… Não que não seja possível, mas isso seria praticamente um rally Paris-Dakar.
O ideal, se você não tiver tempo suficiente para visitar tudo o que gostaria de uma só vez, é optar pelo que for mais razoável e deixar o restante para outra viagem. O lado bom: será mais uma viagem!
Sugestões de roteiros de acordo com o tempo disponível
De 3 a 4 dias Buenos Aires ou Mendoza ou Iguazú
De uma semana a 10 dias
Buenos Aires e arredores; ou Buenos Aires e Bariloche; ou Distrito dos Lagos (Bariloche, San Martín de los Andes, Villa La Angostura, El Bolsón); ou Buenos Aires, Iguazú e Misiones; ou Mendoza e arredores; ou Terra do Fogo e El Calafate; ou El Calafate e Puerto Madryn; ou El Calafate e El Chaltén; ou Jujuy e Quebrada de Humahuaca; ou Salta, Cafayate e Valles Calchaquíes; ou Buenos Aires, Córdoba e arredores; ou Parques de Talampaya e de Ischigualasto
Duas semanas
Buenos Aires e Distrito dos Lagos; ou Buenos Aires, Mendoza e arredores; ou Buenos Aires, El Calafate, El Chaltén e Terra do Fogo (Ushuaia); ou Buenos Aires e NOA “básico” (Cafayate, Salta, Jujuy, Quebrada de Humahuaca); ou NOA; ou Províncias de Mendoza e de Córdoba; ou Patagônia ”básica”
Três semanas
Patagônia “básica” e Terra do Fogo
Mais de três semanas
Dá para pensar em uma viagem talvez não “por toda a Argentina”, mas por grande parte dos lugares de maior interesse turístico. É possível, quem sabe, dar uma esticada até o Chile. Nesse caso, pode valer a pena usar carro próprio ou moto.
Do lado de lá dos Andes: o melhor do Chile
Estando em localidades próximas à cordilheira (ou situadas nela), é fácil cruzar para o Chile.
San Pedro de Atacama: acessível de Jujuy pelo Paso de Jama e de Salta pelo Paso de Sico
Puerto Natales e Torres del Paine:acessíveis de El Chaltén e de El Calafate pelo Paso Río Don Guillermo
Santiago: acessível de Mendoza pelo Paso de Cristo Redentor
Osorno, Puerto Montt e região dos lagos: acessíveis de Bariloche e de Villa La Angostura pelo Paso Cardenal Samoré
Pucón e Valdívia: acessíveis de Junín de los Andes pelo Paso Mamuil Malal
Punta Arenas: acessível de Ushuaia (Terra do Fogo).
Também é possível chegar à Bolívia pela Quebrada de Humahuaca. Villazón, cidade fronteiriça, não tem interesse turístico, mas é porta de entrada para quem está chegando da Argentina. Dali, pode-se ir ao Salar de Uyuni e a Potosí.
Documentação
Para visitar a Argentina, os brasileiros não precisam nem mesmo de passaporte; se preferir, basta levar sua carteira de identidade (RG) original e em perfeito estado. A foto do RG deve permitir sua identificação: se a carteira foi emitida quando você era criança e hoje é um homem barbado, é melhor tirar uma segunda via. Atenção: não serve cópia do RG, mesmo autenticada. Também não valem para esse fim as cédulas de identidade profissionais (OAB, CREA etc.).
O passaporte pode ser obtido ou renovado (com alguma antecedência) em um dos postos de atendimento do Departamento de Polícia Marítima, Aérea e de Fronteiras (DPMAF) da Polícia Federal no Estado em que mora. Há uma grande burocracia a ser seguida: veja detalhes no site da Polícia Federal (www.dpf.gov.br).
Antes de entrar em território argentino, ainda no avião, lhe será dado um formulário que você deve preencher e, ao desembarcar, apresentar ao serviço de imigração. Eles ficarão com uma via e deixarão outra com você, depois de carimbá-la. Guarde-a em lugar seguro, pois deverá devolvê-la quando sair do país. Se acontecer de perdê-la, faça um ar compungido e explique que o documento foi extraviado. Não é tão grave. Eles provavelmente o olharão com um ar de reprovação (“Que boludo…”) e lhe darão outro formulário para preencher.
Caso pretenda alugar automóvel, não esqueça de levar sua Carteira de Habilitação.
Dinheiro
Reais podem ser trocados em qualquer casa de câmbio de Buenos Aires, em Bariloche e outros lugares turísticos, mas ideal é viajar com dólares ou pesos, que podem ser comprados no Brasil em bancos e em algumas casas de câmbio. Em regiões afastadas, dólares bons, mas com a mais insignificante rasura, marca de caneta ou carimbo, correntemente aceitos nos EUA e na Europa, podem ser recusados. Inútil levar notas que não estejam em perfeito estado. O ideal é diversificar: ter dinheiro vivo, mas levar também cartão de crédito internacional e uma quantia em cheques de viagem como reserva de segurança.
Cheques de viagem
Não podem ser trocados em qualquer lugar e não são aceitos tão comumente como na Europa ou nos EUA. Quando o são, o câmbio não costuma ser bom. Em grandes cidades e centros turísticos importantes como Bariloche, você troca cheques com certa facilidade, mas em lugares mais afastados, a burocracia é de desanimar, sem falar nos olhares desconfiados do caixa e do gerente, que o encaram como se você tivesse fabricado os cheques no quintal da sua casa…
Cartões de crédito internacional
São aceitos em quase todo lugar: hotéis, bons restaurantes e lojas. Obviamente, você não poderá usar seu cartão para pagar uma empanada e um refrigerante num quiosque. Lembre-se de verificar a validade do seu cartão e de renová-lo, se for o caso, antes de viajar. Dê preferência a cartões com chips, que possuem senha de uso. Verifique sempre se o cartão que estão lhe devolvendo é o seu e confira a conta antes de assiná-la.
Dicas
Troque na fronteira ou no aeroporto apenas o suficiente para o táxi e para as despesas mais imediatas, pois a taxa de câmbio não é boa. Mais tarde você terá tempo de pesquisar as melhores taxas. Procure pegar algumas notas de menor valor e moedas. Serão sempre úteis no táxi e ônibus. Lembre-se de levar dinheiro trocado ao ir a lugares isolados. Na volta ao Brasil, procure “destrocar” no aeroporto o dinheiro argentino que lhe sobrou. Evite, aliás, trocar somas elevadas nos seus últimos dias de viagem.
Cuidado com algum muy amigo que se ofereça para checar se “por acaso” os pesos que você comprou são falsos. Provavelmente não são; apesar de existirem pesos falsos, se você os comprou em uma boa casa de câmbio ou em um banco, seja na Argentina ou no Brasil, não tem motivos para se preocupar. Mas seus pesos passarão a ser falsos se você os der para que o amigo os examine… Eles fazem essa troca com uma habilidade que você não imagina!
A moeda argentina
A moeda da Argentina é o peso; existem notas de 2, 5, 10, 20, 50 e 100 pesos e moedas de 1 peso e de 1, 5, 10, 25 e 50 centavos.
Informações práticas
Hotéis na Argentina
Reserva pelo Booking.com
O Booking.com é um meio fácil e seguro de reservar seu hotel ou apartamento em cidades no mundo todo. Você não paga nada a mais por isso; é bem possível que pague menos do que reservando diretamente com o hotel. Você pode pesquisar ofertas entre uma enorme variedade de estabelecimentos, provavelmente pagando menos e sem ter trabalho algum.
Classificação por ordem alfabética – principais localidades turísticas
Hotel em Buenos Aires • Hotel em Bariloche • Hotel em Cafayate
Hotel em Córdoba • Hotel em El Calafate • Hotel em El Chaltén • Hotel em Jujuy
Hotel em Junin de los Andes • Hotel em Las Leñas • Hotel em Mendoza
Hotel em Puerto Madryn • Hotel em Humahuaca • Hotel em San Rafael
Hotel em Puerto Iguazú • Hotel em Rio Gallegos • Hotel em Salta
Hotel em San Martin de los Andes • Hotel em Tilcara • Hotel em Ushuaia
Hotel em Villa La Angostura
Mapa da Argentina