Musée Jacquemart-André, morada da arte na região dos Champs-Élysées
Eis um programa de primeira linha para quem gosta de arte: este museu fica num espetacular palácio, um hôtel particulier que, embora construído na segunda metade do século XIX, é um verdadeiro palácio neorenascentista. Visitá-lo é uma boa oportunidade de conhecer por dentro a mansão e, ao mesmo tempo, apreciar o riquíssimo acervo de obras de arte.
Localização do Musée Jacquemart-André
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Suas coleções englobam principalmente artistas da Renascença italiana (Mantegna, Bellini, Uccello), dos grandes mestres flamengos (Van Dyck, Rembrandt) e da Escola Francesa do século XVIII (Fragonard, Boucher, Nattier). Tanto o palacete quanto a coleção pertenceram ao casal Édouard André e Nélie Jacmart, ele um banqueiro (milionário, como facilmente se constata…) e ela uma pintora. Ambos legaram esse precioso patrimônio ao Institut de France, já com a intenção de que fosse criado um museu, o qual veio a ser inaugurado em 1913. O palácio renascentista foi transformado em museu
É importante entender a disposição das peças de arte no palácio, classificada por salões.
Les grands salons
Engloba diversos salões
Salon des Peintures
Le salon des peintures é uma espécie de hall de circulação. Bem iluminado, com luz natural , expõe peças de Boucher, Chardin, Canaletto, Nattier. Boa parte delas são pinturas com temática mitológica, retratos, paisagens e naturezas mortas.
Le Grand Salon
O Grand Salon, é decorado com peças de arte, bustos de mármore do século XVIII, objetos antigos, móveis. Ele se diferencia das demais salas do palacete em razão de sua planta semi-circular, uma tendência do século XVIII. Servia como sala de recepção quando o casal Edouard André e Nélie Jacquemart recebia a elite parisiense em festas elegantes.
Video sobre o Musée Jacquemart-André
Le salon de musique
O Salão de Música, decorado com cores fortes e móveis escuros, também era utilizado nas recepções. A pintura do teto, obra Pierre-Victor Galland, um dos pintores-decoradores mais famosos de sua época, retrata o deus grego Apolo, protetor da arte.
Salle de diner
Era onde banquetes eram oferecidos a amigos, artistas e personalidades. Suntuosamente decorada com madeiras douradas esculpidas, tapeçarias belgas do século XVII, tem como tema a Guerra de Troia.
Sallons Privés
Sallon des tapisserries
Tem esse nome por ser decorado com três tapisserias de Beauvais: “La Danse“, “Le Musicien” e “La Dieuse de bonne aventure“. Servia como antessala de acesso aos salões e salas íntimas, ricamente mobiliadas, onde Edouard André e sua esposa se ocupavam de sua vida particular e seus negócios.
Cabinet de Travail
Apesar de ser uma sala destinada a encontros de negócios, é mobiliada de modo informal, reunindo obras favoritas dos esposos, como pinturas de grandes mestres franceses do século XVIII – Fragonard, Greuze, Lagrénée e PaterCoypel. O teto é decorado com afrescos venezianos. Os móveis e objetos de decoração não obedecem a um estilo único. Há peças japonesas, uma cômoda de madeira marquetada Luís XV, escrivaninha Luís XV e tapeçarias de Aubusson.
Jardin d’hiver et escaliers
Jardin d’hiver
Inspirado nos jardins de inverno ingleses, muito em voga na época, o jardim de inverno, pavimentado com piso frio de mármore, é envidraçado, luminoso e decorado com plantas, algumas, de espécies exóticas, tornando-o um lugar fresco, preferido do casal no auge do verão.
Escalier
As escadarias de pedra, mármore, bronze e ferro, normalmente no centro da construção, foram construídas no fundo do edifício e decoradas com um grande afresco do mestre Giambattista Tiepolo. Espelhos, que chegam a confundir o visitante, completam a escadaria. O teto, pintado, é também obra Tiepolo.
Le musée Italien
Salle de sculptures
A intenção inicial era transformar o salão em um atelier por Nélie, mas esta, motivada por sua paixão pela Renascença italiana, acabou por abandonar a pintura e arrastar seu marido para seguidas viagens à Itália, país que ambos adoravam. Voltavam, naturalmente, carregados das mais diferentes obras de arte, boa parte delas adquiridas em Florença. Após a morte de Édouard, Nélie transformou o salão numa sala de esculturas, restrita aos íntimos.
Salle Fiorentine
Enamorada pela cidade de Florença, Nélie, tranformou esse salão salão em uma galeria de arte fiorentina. As obras trazidas de Florença, geralmente de inspiração religiosa, têm destaque nesse salão, que abriga a obra-prima de Paolo Uccello Saint Georges terrassant le dragon, além de telas de Sandro Botticelli e Le Pérugin.
Salle Venetienne
A Sala Veneziana retrata mais as preferências de Édouard, que de sua mulher. O Salão acolhe obras de Mantegna, Bellini, Crivelli, Vittore Carpaccio e Schiavone. As pinturas do teto misturam temas religiosos e profanos.
Appartements privés
Chambre de Madame
Os apartamentos do casal ficavam no andar térreo do palacete. Cada um tinha seu quarto. Nélie mandou construir em seu aposento um atelier de trabalho envidraçado. A decoração do quarto foi inspirada nos salões de Luís XV. Abrigava painéis de madeira esculpida, e belos móveis.
L’Antichambre
A Antichambre, decorada com retratos da família, entre eles uma pintura de Édouard, obra que Nélie pintou em 1872, fica entre os quartos do casal. L’ Antichambre era o lugar preferido por eles no imenso e elegante palacete, e também o lugar onde os tomavam juntos seu café da manhã. Objetos pessoais completam o ambiente.
Chambre de Monsieur
O quarto de dormir de Edouard André e seu banheiro foram reformados após seu falecimento. Um busto de gesso ali instalado após sua morte foi uma homenagem de Nélie ao seu marido.
Mais informações, horários e dias de abertura, imagens, consulte o site do museu:
Musée Jacquemart-André
Localização do Musée Jacquemart-André
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