Atahualpa e Huáscar, os irmãos inimigos
Um dos mais importantes Incas foi Huayna Cápac, que consolidou o império e realizou obras de relevo. Foi no final de seu reinado que correram pelo império as primeiras notícias sobre estranhas naus tripuladas por homens de uma raça nunca antes vista.
O Inca tinha umas duas centenas de filhos com concubinas e esposas. Uma de suas concubinas, a filha do rei de Quito, que aceitou submeter seu reino ao poder incaico, foi mãe de Atahualpa, filho ilegítimo mas particularmente querido de Huayna Cápac.
A sucessão do trono deveria caber a Huáscar, que vivia em Cusco e era filho do Inca com a Coya, sua irmã e esposa principal. Ao sentir a morte se aproximar, o Inca mandou chamá-lo a Quito e pediu-lhe que deixasse essa parte do império (que hoje corresponde ao território do Equador) para seu irmão bastardo, no que foi atendido.
Porém, poucos anos após a morte de seu pai, Huáscar resolveu obrigar Atahualpa a lhe prestar vassalagem e a declarar que renunciava à expansão da parte do império sob seu domínio. Devia, além disso, levar a Cusco a sagrada múmia do pai. Atahualpa mandou a múmia, mas não deu as caras. Preferiu ficar em Quito.
Vídeo sobre a queda do Império Inca
Os desentendimentos entre Huáscar e Atahualpa
Huáscar, irritado com o que considerou um desrespeito tanto à memória de seu pai quanto a ele próprio, mandou matar todos os que seu irmão enviara para acompanhar o cortejo. Mesmo assim, algum tempo depois Atahualpa enviou embaixadores que prometeram submissão a Huáscar. Este se indignou, mandou cortar os narizes dos mensageiros e exigiu a presença do irmão.
Atahualpa, maroto, declarou que aceitava ir a Cusco prestar vassalagem ao seu irmão. Faria mais: iria acompanhado de milhares de seus súditos, que também declarariam fidelidade ao Inca legítimo. Formou-se uma enorme comitiva que partiu de Quito, constituída, na verdade, pelos melhores soldados quitenhos, sem a mais remota intenção de se submeter a Huáscar.
Huáscar é alertado
Huscar, que no primeiro momento não desconfiara de nada, acabou sendo avisado por curacas das províncias atravessadas pelas tropas de Atahualpa, que perceberam que aquele grande exército certamente não estava seguindo para Cusco para se prostrar aos pés do Inca. Huáscar, ao ser alertado, armou sua defesa e saiu a campo para enfrentar as tropas do irmão. Porém seus guerreiros eram poucos; grande parte deles estava espalhada pelo império. Vencido, Huáscar, o último Inca legítimo, acabou prisioneiro.
A “limpeza étnica”
Sempre temeroso de não ser aceito como Inca em razão de sua condição de filho bastardo, Atahualpa fez uma “limpeza étnica” na corte cusquenha: mandou executar as esposas de Huáscar, inclusive as grávidas e com crianças de colo, e seus filhos, deixando os corpos expostos. Muitas dessas mulheres e crianças foram mortas propositalmente em frente a Huáscar, que permaneceu refém do irmão.
A morte de um grande líder, a rivalidade entre os dois irmãos (capazes de colocar Caim no chinelo!) e, sobretudo, o gênio forte e a ganância de ambos seriam decisivos para o fim do império incaico.
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