Arequipa

Turismo em Arequipa, no Peru, a Ciudad Blanca. As atrações, excursões nos arredores, dicas, informações e imagens.

Mapa de Arequipa

Arequipa, região habitada desde a pré-história

Antes de ser integrada ao império incaico, Arequipa já fora habitada pelos índios aimarás. Segundo os arqueólogos, há provas de atividade humana paleolítica na região há mais de 8.000 anos. Mas a origem lendária do nome Arequipa seria quéchua: diz-se que quando o governante inca Mayta Capac ali chegou, encantou-se com o lugar e exclamou “Are quipay!” (“Fiquemos aqui!”).

Chegam os espanhóis

Os primeiros espanhóis que ali estiveram eram padres dominicanos. Como o Inca, ficaram tão deslumbrados que resolveram se estabelecer. À cruz seguiu-se a espada: com uma centena de homens, o capitão Carbajal fundou a Villa Hermosa de Arequipa em 15 de agosto de 1540. No ano seguinte, Arequipa já foi elevada à categoria de cidade pelo rei espanhol Carlos V. Durante o século XIX, Arequipa foi importante centro de difusão ideológica da luta pela independência do Peru. Talvez esse lado rebelde de seus habitantes explique a vocação política da cidade, reduto da izquierda peruana.

Uma cidade rodeada de vulcões

Envolvida por um quadro natural de rara beleza, Arequipa fica aos pés dos vulcões El Misti (5.825m), Chachani (6.075m) e Picchu Picchu (5.664m). Mas a cidade fica a 2.300m, altitude que não incomoda a maioria das pessoas. Nas redondezas, há vales, montanhas, canyons e outros vulcões.

A ciudad blanca

Arequipa é conhecida como “Cidade Branca”, nome que se costuma atribuir ao fato de muitos de seus edifícios serem construídos com uma pedra clarinha denominada sillar, retirada do vulcão Chachani. Mas a cidade não era assim no período colonial; os imóveis eram pintados com cores fortes, como se pode ainda ver, por exemplo, no Mosteiro de Santa Catalina. O mais provável é que a cidade fosse chamada de “branca” por causa de sua população predominantemente espanhola.

Um centro colonial em estilo andaluz

Seu lindo centro colonial, com edifícios dos séculos XVI a XVIII, de rica arquitetura barroca, obra de mestres espanhóis e índios, lhe vale o título de Patrimônio da Humanidade, outorgado pela UNESCO. A brancura e a limpeza de suas ruas e o cenário natural também a tornam especial entre as cidades peruanas. Na opinião da maioria dos visitantes estrangeiros, Arequipa é a cidade mais interessante e bonita do Peru depois de Cusco. Há quem a prefira a Cusco: confira pessoalmente.

Arequipa: como ir

Avião

Não há voos diretos do Brasil. O Aeroporto Rodriguez Ballon fica a 20 minutos da cidade. Há voos para Lima (1h), Cusco (0h30), Juliaca (0h30) e Tacna (0h30).

Ônibus

Há ônibus de Cusco (520 km, 10h); de Nazca (566 km, 9h); de Lima (1010 km, 14h); de Juliaca (280 km, 4h); de Puno (305 km, 6h); e de Tacna (368 km, 5/6h). Existem dois terminais rodoviários na cidade: o antigo Terminal Terrestre e o novo Terrapuerto. Quando for deixar Arequipa, informe-se sobre qual é o terminal de onde parte seu ônibus, que não será necessariamente o mesmo em que você comprou a passagem.

Hospedagem

A Plaza de Armas e seus arredores são localizações ideais para você se hospedar. Há bairros tranquilos mais afastados do centro, mas pouco práticos.

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A melhor época

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Atrações turísticas

As atrações são diversificadas: além de percorrer a cidade a pé, apreciar o centro colonial e visitar museus e igrejas, os mais aventureiros e dispostos a algum esforço físico podem optar por fazer trekking ou rafting nos arredores. Um meio termo é a excursão para curtir as belíssimas paisagens do Vale do Colca. Há diversas agências de viagens no centro histórico e, eventualmente, no seu próprio hotel você poderá contratar um tour para conhecer as redondezas.

Dica

Arequipa é um bom lugar para comprar artesanato. A variedade de artigos é um pouco menor do que em Cusco, mas a produção local é quase sempre de primeira qualidade.

Plaza de Armas

A grande praça principal de Arequipa, ótimo exemplo da arquitetura espanhola colonial, é encantadora. Branca e enfeitada por palmeiras que lhe conferem um ar andaluz, ela abriga a catedral da cidade. Como pano de fundo, lá está o imponente El Misti, com suas neves eternas. É um cartão postal; em todo lugar você vê essa foto! Na Plaza de Armas tudo acontece, para o turista e para o arequipenho: ali há lojas, restaurantes, hotéis, agências de viagens, confeitarias e a sede da Prefeitura. Em seus bancos estudantes leem, em seus jardins crianças brincam, nas ruas que a contornam são realizadas as festividades (e as manifestações políticas!). Para ter vista panorâmica, suba até o terraço onde fica o restaurante do hotel Arequipa Suites Plaza. À noite, a Plaza de Armas, toda iluminada, é ainda mais linda.

Catedral

Plaza de Armas. A construção do século XVII foi abalada por terremotos e parcialmente reconstruída diversas vezes. A última foi em 2001, quando uma das torres desabou no meio da praça e a outra rachou ao meio. A catedral impressiona por seu tamanho e imponência: ocupa todo o lado norte da praça. O relógio, de fabricação inglesa, data de 1854. Seu interior ricamente trabalhado tem incrustações em ouro e objetos de inestimável valor. Os destaques são o altar maior, fabricado na Itália, em mármore e bronze; o gigantesco órgão belga; e as doze enormes estátuas de madeira dos apóstolos na nave central, também feitas na Bélgica. Na catedral funciona um museu de arte sacra.

La Compañia

General Morán esq. c/ Álvarez Thomaz (Plaza de Armas). A igreja jesuíta de Arequipa é um lindo exemplo da arquitetura do século XVII. Seu portal esculpido em pedra é uma obra de arte e o rico interior também merece ser visitado.

Mosteiro de Santa Catalina

Calle Santa Catalina, 301. O Monasterio de Monjas Privado de la Orden de Santa Catalina de Siena, no centro da cidade, fundado em 1579 por uma viuva rica, forma uma verdadeira cidadela de quase 20.000m2, com ruas (com nomes de cidades espanholas, como Córdoba, Sevilha, Toledo), praças e claustros. A clausura foi mantida até 1970 quando, após uma visita do papa, parte do mosteiro foi aberta ao público e as monjas foram autorizadas a circular fora do convento em três situações: morte dos pais, tratamento médico e eleições. (No, para bailar no se puede salir!). Durante a era colonial, era uma honra para qualquer família ter uma filha no Santa Catalina. As monjas passavam a vida enclausuradas em celas muitas vezes luxuosas. As moças que queriam ingressar no mosteiro mas não tinham dinheiro para o dote podiam ser aceitas para serviços braçais. Serviçais e escravas – aproximadamente duzentas delas – também moravam no convento (o que demonstra que com certa mordomia pode-se alcançar a salvação mais facilmente).

A arquitetura colonial do mosteiro é espetacular: cores e formas são usadas de modo surpreendente nos pátios, corredores e cômodos. Não deixe de levar sua máquina fotográfica. Você pode visitar alguns dos aposentos que pertenceram às freiras mais ricas, a lavanderia ao ar livre com seu engenhoso sistema hidráulico, um enorme banheiro onde duas freiras por vez tomavam banho juntas e outros lugares curiosos, como a sala de velório, em cujas paredes há retratos das irmãs, pintados enquanto eram veladas.

Hoje, apenas umas duas dezenas de religiosas habitam o convento. A riqueza de muitas famílias possibilitou a decoração do mosteiro com valiosas obras de arte, pinturas das chamadas escolas cusqueña, quiteña e outras, assinadas por mestres italianos e espanhóis. Calcule pelo menos 1h30 para a visita. O local tem cafeteria e sanitários.

Saiba mais no site oficial do Mosteiro de Santa Catalina.

Museo de Arte Colonial (Monasterio de Santa Teresa)

Foi apenas em junho de 2005 que, convencidas da necessidade de arrecadar fundos para a conservação de seu patrimônio e de mostrar ao mundo um tesouro que permaneceu escondido por séculos, as freiras carmelitas de Arequipa decidiram abrir ao público uma ala de seu mosteiro, inaugurado em 1710, onde agora funciona um museu de arte colonial.

O acervo, composto em grande parte de obras sacras, compreende valiosas pinturas, esculturas, pratarias e objetos decorativos de rara beleza, dados como dote pelas abastadas famílias que faziam suas filhas ingressar na ordem. Além das salas que compõem o museu, em torno de um dos pátios, pode-se visitar a igreja do mosteiro. A visita guiada é bastante didática e fornece informações inclusive sobre a confecção das pinturas e esculturas. As monjas permanecem totalmente isoladas, em obediência às normas da ordem. Na entrada do museu são vendidos doces e sabonetes feitos por elas.

Museo Arqueologico de la Universidad San Agustín

Álvarez Thomas esq. c/ Palacio Viejo, Seu acervo compreende achados arqueológicos da universidade: ossadas humanas (algumas, de crianças sacrificadas aos deuses), cerâmicas das culturas Nazca, Tiwanaku, Wari e Inca, e objetos de ouro e prata das épocas inca e colonial.

Museo de los Santuarios Andinos de la Universidad Santa Maria

O museu, que tem por tema o estudo dos achados dos santuários localizados nos vulcões da região, foi criado em razão da descoberta da múmia de uma menina que, aos 12 ou 14 anos, no fim do século XV, foi sacrificada aos deuses no cume do vulcão Ampato, perto de Arequipa. Seu corpo foi encontrado em 1995 em excelente estado de conservação, em razão das baixíssimas temperaturas e do clima seco da região.

A múmia, que recebeu o nome de Juanita, é a mais bem preservada dentre todas aquelas encontradas até hoje no território do antigo império inca. No museu, ela é exposta dentro de uma câmara de vidro refrigerada, mas nem sempre é possível vê-la; Juanita é retirada de exibição em certos períodos, seja para ser estudada, seja para ser mantida algum tempo fora da luz (que pode prejudicar sua conservação), seja para participar de mostras em outros museus. A garota não tem um instante de sossego: quando não está rodeada de turistas, está cercada de cientistas…

A visita ao museu começa com um vídeo da National Geographic Society sobre a história de Juanita. Os tecidos de suas roupas, os adornos que portava e o próprio corpo da jovem forneceram aos especialistas um rico material sobre a vida, a alimentação e a saúde dos incas. Sabe-se, por exemplo, pelo estudo de seu DNA, que a menina era originária de Quito, de onde foi levada para Cusco, depois para Arequipa. Depois da subida duríssima do vulcão, ela fez sua última refeição aproximadamente 8h antes de ser sacrificada e foi drogada com uma mistura de vegetais alucinógenos, entre eles a mescalina, antes de ser golpeada na cabeça. Sua morte não foi instantânea; sabe-se hoje que Juanita permaneceu viva ainda durante algumas horas. É impossível saber quanto ela sofreu. No museu são exibidos tecidos e objetos encontrados com Juanita e com outras crianças que morreram de modo similar, cujas múmias também foram encontradas nos cumes de vulcões e montanhas das redondezas.

Saiba mais no site oficial do museu.

Sobre os sacrifícios incaicos

Os incas eram politeístas: tinham um deus principal, o Sol, cuja encarnação na Terra era o imperador – o Inca –, mas idolatravam outros, como Viracocha ou Huiracocha (o criador), a lua, as estrelas, o raio, o arco-íris, o planeta Vênus, a terra (Pachamama ou “Mãe-Terra”) e o mar (Cochamama ou “Mãe-Água”). Os vulcões e montanhas (apus) também constituíam poderosas divindades; em seu topo, estava-se perto do Sol...

Em uma região de vulcões ativos e frequentes terremotos, às vezes era preciso “acalmar” os apus com oferendas e sacrifícios. Acredita-se que o sacrifício de Juanita (bem como os de outras crianças na mesma época) ocorreu em razão da atividade do vulcão El Misti, no fim do século XV. As crianças sacrificadas eram de ambos os sexos, originárias de diferentes classes sociais e nascidas em diversos pontos do Império. A hipótese mais aceita é que fossem escolhidas desde tenra idade em razão de sua beleza e perfeição física, sendo então levadas a Cusco, onde eram criadas. Era uma honra para a família ter um de seus filhos oferecido aos deuses e abandonado no alto de uma montanha para ser mumificado naturalmente, imortalizando-se.
Dica

Nas vizinhanças de Arequipa há um grande número de atrações que vale a visita. Conheça as atrações fora de Arequipa. Outro passeio espetacular, mas para ser feito em ao menos dois dias, é para o Valle del Colca.

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