A Itália redescoberta
O século XVIII colheu os frutos das mudanças que vinham ocorrendo no pensamento e na ciência em toda a Europa. Depois de cientistas como Newton, Kepler e, é claro, do próprio Galileu, já não dava para acreditar piamente em dogmas; o homem havia encontrado meios de descobrir – e comprovar! – leis da natureza e de criar máquinas e aparelhos antes impensáveis, como o telescópio e o barômetro.
Mapa da Itália
Os revezes da Igreja Católica
A Igreja havia perdido força em grande parte do território europeu depois do advento do Protestantismo. Os filósofos iluministas franceses, por sua vez, materializavam em suas obras novas ideias políticas que iriam sacudir o mundo ocidental e remodelá-lo por inteiro.
A realidade italiana
Na Itália, porém, a realidade política era muito diferente da francesa, por exemplo, onde reinava o monarca absoluto Luís XVI. O poder estava muito dividido e a parte central do território italiano ainda era controlada pelo papa. Portanto, os reflexos do Iluminismo foram sentidos na arte, mas muito pouco na política. Esta foi a era do florescimento da ópera e do esplendor barroco, no entanto, a Itália esteve um tanto quanto à margem do que ocorria no restante da Europa Ocidental.
O jurista Cesare Beccaria
O grande pensador iluminista italiano foi Cesare Beccaria, um notável jurista que, muito adiante de seu tempo, entendia, entre outras coisas, que as penas deveriam ser proporcionais à gravidade dos crimes; que não deveria haver penas desumanas, demasiadamente severas ou que implicassem sofrimento físico; e que a pena de morte deveria ser abolida por completo. Seu livro, “Dos delitos e das penas”, é até hoje um clássico da literatura jurídica.
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Os grands tours pela Itália
Um fato curioso que acabou colocando a Itália em evidência durante esse século foi que a riqueza do patrimônio histórico e cultural italiano chamou a atenção daqueles que podem ser considerados os ancestrais dos primeiros turistas. O Grand Tour (em grande estilo, não uma excursão em classe econômica como se faz hoje…) tornou-se moda entre intelectuais, escritores e filósofos europeus, como Goethe, Stendhal e Byron, que percorriam o país em longas viagens culturais, verdadeiras aventuras numa época em que não existiam nem mesmo trens. Eles queriam ver com os próprios olhos as cidades e os monumentos sobre os quais liam nos livros clássicos — e não se arrependeram!
É muito interessante saber como era a Itália e como eram as viagens naquela época, em que não existia infraestrutura turística (e muito menos guias de viagem…), lendo o clássico “Viagem à Itália”, de J. W. Goethe.
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