História da Itália: a Renascença Italiana

História: A Renascença Italiana. Um período de expressivo crescimento artístico e científico, que teve a Toscana, mais precisamente Florença como centro.
David de Michelangelo, Florença, Itália - foto aninha Gonçalves
David de Michelangelo, Florença, Itália – foto Aninha Gonçalves

A Renascença Italiana

O desenvolvimento do comércio e o interesse por mercadorias do Oriente provocaram o aparecimento de mercados semanais regulares, além das feiras em determinadas cidades, que atraíam compradores de toda a Europa. É claro que mercados dessa importância não podiam funcionar na base da troca de mercadorias, daí o ressurgimento da moeda e posteriormente a criação da letra de câmbio pelos banqueiros florentinos no fim do século XIII, para evitar o transporte de ouro e prata por estradas e mares inseguros.

O desenvolvimento da atividade bancária

A atividade bancária, que surgiu nesse contexto, era exercida por comerciantes que possuíam capital acumulado, muitos deles judeus, já que a Igreja (para inglês ver…) proibia a prática da usura por católicos.

As grandes cidades italianas

Quase sempre rivais, as princiáis cidades italianas – tornaram-se bastante prósperas, cunhavam suas próprias moedas, e as mais importantes repúblicas marítimas (Gênova, Pisa, Veneza e Amalfi) tinham suas frotas navais, que disputavam o domínio do Mediterrâneo.

O centro da Itália, a referência cultural da Europa nessa época

Entre a última década do século XIII e o começo do século XIV, Dante, Petrarca e Bocaccio criaram suas obras-primas, que consolidaram o uso do florentino como a língua italiana escrita num país com dezenas de dialetos. Apesar de o papado ter se transferido para Avignon em 1309, só retornando para Roma em 1376, o centro-norte da Itália conservou sua posição como a mais importante referência cultural da Europa. A região, com ricos centros urbanos onde comerciantes abastados e banqueiros dominavam a vida política, beneficiou-se de um grande desenvolvimento artístico e intelectual. É provável até que a ausência temporária do papado tenha favorecido a liberdade de criação e a circulação de ideias.

O berço natural da Renascença

Como sede do Império Romano e principal herdeira da cultura latina, é natural que a Itália estivesse destinada a se tornar o berço da Renascença. Enquanto os normandos conquistavam todo o sul da Itália, no centro-norte o poder continuava dividido entre cidades-estados independentes, como Siena, Florença e Milão, dominadas por poderosas famílias ducais, ou como Veneza e Gênova, governadas por oligarquias eleitas pelos nobres. Diversos desses governantes eram esclarecidos e incentivavam a cultura e a arte, cercando-se de artistas e filósofos. Foi esse ambiente que propiciou, nas cidades toscanas, particularmente em Florença, a Renascença, ou Renascimento, período de florescimento artístico e cultural, depois da longa noite medieval em que pouco se produziu.

Roma, pobre e insalubre

Ao contrário das prósperas cidades toscanas e de outras no norte da Itália, Roma estava pobre, insalubre e com seus monumentos em ruínas. Em nada lembrava a orgulhosa capital do maior império do mundo antigo.
Esse foi, portanto, um período de profundas transformações numa sociedade até então agrária e com uma vida cultural centralizada na Igreja, que havia imposto sua visão teocêntrica de mundo nas ciências, nas artes e nos costumes.

As artes plásticas

Na pintura, a influência bizantina começou a se transformar pelas mãos de Giotto, um dos primeiros grandes mestres italianos do fim do período medieval, assumindo cores e formas bem latinas.

A arquitetura

A Idade Média nos deixou um patrimônio de magníficas catedrais, construções que nos surpreendem por suas linhas arrojadas. Havia, na realidade, uma disputa para ver qual cidade fazia uma catedral mais imponente e essas obras custavam verdadeiras fortunas, numa época em que as pessoas viviam em casebres e mal tinham o que comer.

A Peste Negra

Infelizmente, essa revolução artística foi interrompida ou muito atrasada pela Peste Negra do século XIV, que matou cerca de um terço da população europeia. As pessoas, apavoradas, reuniam-se nas igrejas para rezar, pedindo o fim da peste, mas isso aumentava o risco de contágio. Ou seja, quanto mais rezavam, mais morriam…
Sem dúvida, em razão da escassez de mão-de-obra, o trabalho braçal tornou-se mais caro, provocando alguma melhoria no padrão de vida dos mais pobres.

Acompanhe a história de Roma

Os papas de triste memória

O filme “O Incrível Exército de Brancaleone”, um clássico estrelado por Vittorio Gassman, retrata de forma tragicômica o período da Peste Negra no centro da Península Itálica e as relações sociais da época.

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