História da Bahia: o Governo Geral e a invasão holandesa

O Governo Geral. A Baía de Todos os Santos, já bastante conhecida pela facilidade de acesso por mar, foi o lugar escolhido para sediá-lo.

Maurício de Nassau

O Governo Geral e a invasão holandesa

Salvador, a primeira capital do Brasil

Em 1549, com o fracasso do sistema de capitanias hereditárias, Portugal resolveu instalar na colônia um Governo Geral. A Baía de Todos os Santos, já bastante conhecida pela facilidade de acesso por mar, foi o lugar escolhido para sediá-lo.
O primeiro Governador Geral, Tomé de Souza, que trouxe consigo aproximadamente mil homens entre soldados, aventureiros e religiosos, fundou a primeira capital do Brasil: Salvador. O sucesso dessa empreitada muito se deve a Diogo Álvares Correia, o Caramuru, que ali habitava desde 1511 e serviu de intermediário entre portugueses e índios.

A cana-de-açúcar

O modelo econômico adotado foi, segundo Caio Prado Jr. e Celso Furtado, um sistema de produção rural e pré-capitalista, com grandes fazendas (plantations) de cana-de-açúcar, algodão e fumo para exportação, gerou duas classes principais: senhores e escravos. A pecuária, uma atividade secundária, destinava-se principalmente a abastecer a população. A classe média de comerciantes, funcionários e oficiais militares, concentrada principalmente em Salvador, era muito reduzida.
Esse modelo se transformou muito lentamente ao longo da História. Só recentemente o aumento da pequena-burguesia, a industrialização, a extração do petróleo e o turismo modificaram a estrutura da sociedade baiana.

Caramuru

Diogo Álvares Correia, fidalgo português nascido em Viana do Castelo, viajava para a Capitania de São Vicente quando seu navio naufragou perto da Baía de Todos os Santos. Estima-se que isso tenha ocorrido entre 1509 e 1511. Consta que ele conseguiu conquistar a confiança dos tupinambás e escapar de ser devorado pelos nativos depois de matar um pássaro em vôo com um tiro de mosquete. Ficou conhecido como “Caramuru”, palavra que na realidade significa “moréia”, e não “filho do trovão”, como aparece em muitos relatos.

O casamento com Paraguaçú

Durante sua convivência na tribo, casou-se com a índia Paraguaçu, filha do cacique Taparica. Nessa época navios franceses dedicados ao contrabando de pau-brasil visitavam as costas brasileiras; foi em um deles que Caramuru conseguiu uma carona para voltar à Europa em 1526. Depois de uma temporada na França, onde sua mulher foi batizada como Catarina Álvares Paraguaçu, em 1528 Caramuru voltou ao Brasil, onde serviu de intérprete e intermediário entre os indígenas e os tripulantes de navios que vinham atrás da valiosa madeira vermelha.

O casal é agraciado com uma sesmaria

Caramuru e Paraguaçu constituíram uma grande família. Com a chegada de Francisco Pereira Coutinho, foram agraciados com uma sesmaria e, mais tarde, três de seus filhos foram nomeados cavaleiros por Tomé de Souza, em reconhecimento a serviços prestados à Coroa portuguesa. Suas filhas casaram-se com fidalgos portugueses e geraram importantes núcleos famiares, com ramificações na influente família Garcia D’Ávila. Hoje o nome “Caramuru” é bem conhecido pelos brasileiros. Virou marca de fogos de artifício e de alimentos.

Dica

A comédia Caramuru – A invenção do Brasil, dirigida por Guel Arraes e protagonizada por Selton Mello, com atriz Camila Pitanga no papel de Paraguaçu, conta a epopéia do náufrago e seu sucesso entre as nativas.

A invasão holandesa

Quando em 1580, Felipe II da Espanha foi proclamado rei de Portugal, por ser o parente mais próximo e, portanto, sucessor do português D. Sebastião, os holandeses, inimigos dos espanhóis, encontraram um bom pretexto para atacar as ricas regiões produtoras de açúcar do nordeste.
Em 1624 uma frota holandesa ocupou Salvador, então capital da colônia, e porto estratégico para as rotas comerciais no Atlântico. O plano era invadir todo o território brasileiro a partir de Salvador e, haja audácia, chegar por terra até as minas de prata do Potosí, rica colônia espanhola, conhecida na época como Alto Peru, hoje Bolívia.

A tomada de Salvador pelos holandeses

O assalto à cidade foi um sucesso. Os holandeses encontraram pouca resistência, prenderam o governador Diogo Mendonça Furtado e enviaram-no como prisioneiro para Amsterdã. Os moradores de Salvador refugiaram-se nas matas vizinhas e, mais tarde, passado o primeiro impacto, iniciaram a resistência. Orientados pelo bispo D. Marcos Teixeira, os colonos atacavam os invasores usando práticas de guerrilha e mantendo-os confinados a Salvador. Apesar de expulsos por uma armada luso-espanhola um ano mais tarde, em 1627 os holandeses atacaram novamente o Recôncavo, onde pilharam navios carregados de cana-de-açúcar e destruíram canaviais. Desta vez, porém, não conseguiram se fixar em terras baianas.
Portugal livrou-se do domínio espanhol em 1640, e D. João IV, o novo rei lusitano, conseguiu em 1654, com o apoio da população, expulsar os holandeses de Pernambuco.

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