O heroi da resistência inglesa aos nazistasPor Lúcio Martins Rodrigues e Bebel Enge
Um dos mais importantes políticos do século XX
Winston Leonard Spencer-Churchill (1874-1965), um dos mais importantes políticos do século XX, era filho de Lord Randolph Churchill e da norte-americana Jennie Jerome. Ainda muito jovem, como era costume entre a juventude inglesa, depois de receber primorosa educação, engajou-se no exército para “correr mundo”. Acabou na África do Sul, onde participou da Guerra dos Bôeres. Tornou-se jornalista e, mais tarde, entrou na política. Já na Primeira Guerra tornou-se o Primeiro Lorde do Almirantado e foi em parte responsável pelo fracasso britânico em Dardanelos em 1915 frente ao exército turco-otomano. O vexame e a perda de vidas foram tamanhos que quase lhe custaram a carreira.
Em 1932, alarmado pela ascensão do nazismo, posicionou-se, como parlamentar contra o rearmamento alemão, alertando contra a precariedade das forças armadas inglesas. Dessa vez, ao que parece, tinha razão, haja vista a sova que ingleses e franceses, acuados na praia de Dunkerke, no litoral da França, tomaram dos alemães.
Churchill, Primeiro Ministro
Sua escolha como primeiro-ministro em maio de 1940 se deve em boa parte à invasão da Polônia por tropas nazistas em setembro de 1939, o que provocou o início da Segunda Guerra Mundial. Foram particularmente importantes a atuação de Churchilll e sua determinação nesse período difícil atravessado pelo país, quando Londres sofreu terríveis bombardeios.
Sem ocultar a realidade, Winston Churchill, que já havia advertido o povo inglês que naquele momento só teria a lhes oferecer “sangue, sofrimento, lágrimas e suor”, foi pressionado pelos alemães a assinar uma “paz honrosa”. Ele se recusou o tempo todo a negociar com o regime nazista. Teria dito: “Lutaremos nos mares e nos oceanos, lutaremos com crescente confiança e maior força no ar, defenderemos a nossa ilha, qualquer que seja o custo; nunca nos renderemos.
Winston Churchill
Londres sob as bombas nazistas
As cenas dos bombardeios contra a população civil reproduzidas por jornais e em documentários de cinema no mundo todo acabaram sensibilizando os políticos e o governo norte-americano, mais simpáticos à Inglaterra do que à Alemanha nazista. Mas foram em boa parte a habilidade de Churchill como estadista e sua aproximação com Roosevelt que levaram os Estados Unidos a participar do conflito.
O após-guerra
Depois da guerra, o Partido Conservador perdeu as eleições para os trabalhistas e Churchill teve que abandonar o cargo de primeiro-ministro. O veterano estadista só recuperou o poder aos 76 anos de idade, em 1951, com nova vitória de seu partido. Desta vez sua preocupação voltou-se contra o regime stalinista. Embora tivessem sido aliados contra Hitler, Churchill sempre desconfiara das intenções do ditador soviético. Foi ele o criador da expressão “Cortina de Ferro”.
Um homem espirituoso
Certas respostas do espirituoso político a provocações ficaram famosas. Já aos oitenta anos, quando um jornalista o fotografou e disse que esperava fazê-lo de novo quando Churchill completasse noventa anos, ele retrucou: “Claro, você me parece em boa saúde”. Durante a Segunda Guerra, em uma cerimônia em homenagem a Montgomery, o general que batera as tropas de Rommel no norte da África, o comandante inglês teria declarado que não fumava, não bebia, não prevaricava e era um herói. Churchill, que tinha diferenças com Montgomery, não teria deixado por menos: “Pois eu fumo, bebo, prevarico e sou o chefe dele”. Um dos bate-bocas mais comentados do Parlamento Britânico ocorreu entre Churchill e uma adversária política que o odiava. “Se o senhor fosse meu marido, eu colocaria veneno no seu café”. A resposta foi pronta: “Se eu fosse seu marido, beberia esse café!.