New York, jazz, rock, blues, folk music
Louis Armstrong e o jazz
O neto de escravos Louis Armstrong, nascido em New Orleans, chegou a Nova York em 1924. Pouco tempo depois, sua voz densa e inconfundível e seu trompete já faziam sucesso com interpretações de canções como Ain’t Misbehavin’, Stardust (1927) e Georgia on my Mind (1930). As duas últimas composições são de Hoagy Carmichael, outro talentoso artista da Tin Pan Alley. Como se sabe, foi a partir de Louis Armstrong que o jazz começou a ser reconhecido como música para valer, de qualidade.
Em 21 de novembro de 1934, Ella Fitzgerald estreiou no Appollo Theater, no Harlem, e o jazz vocal nunca mais foi o mesmo. Ira Gershwin teria dito que não sabia que as músicas que fez com seu irmão eram tão boas até que ouviu Ella cantá-las. A Grande Dama da Canção abriu caminho para excelentes cantoras negras como Billie Holiday, Sarah Vaughan e Nina Simone. Gravou Cole Porter, Gershwin, Duke Ellington, Irving Berlin… Até Tom Jobim! Foi conhecida também pelas deliciosas e hoje históricas gravações que fez com Louis Armstrong.
Billie Holiday, jazz and blues
Nascida em 1915 em Baltimore, Billie Holiday mudou-se com a mãe para Nova York aos 13 anos de idade. Miserável, prostituía-se no Harlem, onde começou mais tarde a cantar em casas noturnas em troca de gorjetas até ser descoberta por um caçador de talentos que providenciou em 1933 sua primeira gravação, feita com a orquestra de Bennie Goodman. Aos poucos, o timbre peculiar de sua voz e sua sensibilidade inigualável (ouça-a em The Man I Love, dos irmãos Gershwin) tornaram Billie uma cantora admirada e famosa, mas um comportamento auto-destrutivo que a fez mergulhar em drogas, álcool e relacionamentos amorosos conturbados acabou com sua vida aos 44 anos. Virou lenda, cultuada pelos amantes mais ardorosos de jazz e blues.
O Harlem e o jazz
Na década de 1940, o Harlem fervia com o talento de instrumentistas como Dizzie Gillespie e Charlie Parker, mas o lugar principal na música nova-iorquina estava reservado para um vocalista que iniciara carreira alguns anos antes como crooner da orquestra de Tommy Dorsey. Estamos falando, é claro, de Frank Sinatra, que arrasou em sua apresentação no Paramount Theater em 1942 e foi o maior cantor norte-americano do século XX, desbancando, na época de sua estréia, o veterano Bing Crosby.
Vídeo com Frank Sinatra, “New York New York”
Os anos 1960
Outra importante influência de Nova York na música popular foi e ainda é a de difusora de novos talentos para os EUA e o mundo. Exemplo disso foi o Ed Sullivan Show, um programa de TV apresentado ao vivo entre 1955 e 1971 dos estúdios da CBS, aos domingos à noite. O apresentador Ed Sullivan fez entrar nos lares americanos de norte a sul, por meio da telinha (ainda em preto e banco) artistas negros como Bo Didley, Dionne Warwick, Nat King Cole e Nina Simone.
Em 1964, Sullivan apresentou os Beatles, dando início à Beatlemania nos EUA e no restante do mundo. Mas ele tinha um lado bem conservador. Quando os Rolling Stones foram se apresentar em seu programa, Mick Jagger teve que trocar a frase Let’s spend the night together por Let’s spend a time together… Jim Morrison, dos Doors, ficou de trocar a palavra higher da frase Girl, we couldn’t get much higher por alguma coisa, mas na hora H cantou higher mesmo, e Sullivan ficou furioso. Não deveria, pois se naquela época os artistas deviam divulgação a ele, hoje as pessoas só se lembram de Ed Sullivan por causa de Beatles, Stones & Cia.
A folk music
Embora na década de 1960 tenha predominado o rock inglês, surgiu em Nova York a música folk, bastante associada aos ativistas dos direitos civis, aos pacifistas em geral e ao pessoal “cabeça”. Joan Baez, nova-iorquina de Staten Island, tornou-se uma das musas, desse movimento interpretando canções de Bob Dylan, que se instalou em Greenwich Village em 1961; e do veterano Peter Seeger, autor de If I Had A Hammer, nascido no bairro em 1919.
Carole King e Carly Simon, nova-iorquinas da mesma geração, também começaram na folk music, mas logo enveredaram para o pop. Porém a melhor herança que a música folk deixou foi, além da obra de Bob Dylan, a parceria de Paul Simon com o nova-iorquino Art Garfunkel, que resultou em pequenas jóias da canção como as que fizeram parte do LP Sounds of Silence, de 1966.
O rock e os mega shows
Foi nos anos 1970 que a música pop se transformou definitivamente num negócio capaz de movimentar cifras até então consideradas astronômicas. Praticamente todas as grandes bandas realizavam shows apoteóticos mundo afora, cada qual competindo com as demais para ver quem tinha o canhão de luz mais potente, os amplificadores mais barulhentos, os efeitos especiais mais espalhafatosos e o escândalo mais chocante (vandalismo em hotéis e abuso de drogas era a dobradinha mais comum).
Toda semana as gravadoras faziam pipocar na mídia novas bandas e artistas na tentativa de abocanhar uma fatia cada vez mais gorda deste mercado para lá de promissor. Nova York, como não poderia deixar de ser, estava no epicentro de tudo isso. Lá nasceram bandas dos mais variados gêneros que marcaram a história do rock.
Kiss e o rock
Em 1972, o linguarudo Gene Simmons fundou com Paul Stanley o Kiss, banda cujos quatro integrantes adotavam figurino dark e maquiagens que faziam referência a personagens fictícios, em clara alusão a heróis de histórias em quadrinhos. Até os anos 1980, seus membros só apareciam em público devidamente maquiados, para preservar suas “identidades”, numa tremenda jogada de marketing que atiçava a curiosidade e fomentava indiretamente a vendagem de discos.
Para se ter uma idéia do sucesso atingido pelos autores de um dos maiores hinos do rock de todos os tempos (Rock and Roll All Nite), o fã-clube oficial Kiss Army chegou a ter cerca de 100 mil sócios. Depois de muitas mudanças na formação da banda, seus quatro integrantes originais se reuniram em 2000 e desde então vêm fazendo turnês esporádicas e forrando os bolsos com mais algumas dezenas de milhões de dólares. Apesar da parafernália, do marketing exagerado e da superficialidade das letras, a música do Kiss é diversão garantida para quem gosta de rock e não tem preconceitos.
O punk rock
Adotando outra vertente – o punk rock – nasciam em 1974, no Queens, os Ramones, três magrelas com jeans rasgados, jaquetas de couro preto e cabelos desgrenhados que seguiam dois mandamentos básicos: tocar rápido e alto. Nenhuma música durava mais do que dois minutos e meio; todas tinham no máximo quatro acordes; e os solos eram terminantemente proibidos, até porque nenhum integrante sabia tocar decentemente instrumento algum. Na verdade, era uma resposta ao gênero do rock progressivo que bandas “cabeça” como Pink Floyd e Yes, recheadas de virtuosi, faziam na época. Influenciados pelo rockabilly dos anos 1950 e pelo som dos Stooges e dos New York Dolls, os Ramones criaram um estilo minimalista totalmente novo, diferente até da música de outras bandas de punk rock como os Sex Pistols.
Os integrantes adotavam um nome artístico que incluía o “sobrenome” Ramone: Joey Ramone, Deedee Ramone, Johnny Ramone… Infelizmente, nenhum dos membros originais está vivo para contar história; partiram dessa para melhor tão rápido quanto suas canções, com pouco mais de 50 anos de idade, muito em razão do abuso de drogas e do estilo de vida desregrado. Depois da morte do vocalista Joey Ramone, em 2001, uma quadra da E 2nd Street, na altura da Bowery Street, cenário da capa do álbum de estréia da banda e endereço de Joey em NYC por muitos anos, foi oficialmente batizada de Joey Ramone Place.
Como já diziam Liza Minelli e Frank Sinatra: If I can make it there, I’ll make it anywhere, It’s up to you, New York, New York.
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