Embora muitos voos estejam sendo retomados, a viagem de avião durante a pandemia representa um risco a calcular. Não é possível pegar avião sem ter contato com um grande número de pessoas em ambientes fechados no aeroporto, na área de embarque e dentro da aeronave – nesse último caso, contato bem próximo. No aeroporto e no avião, tudo o que puder ter sido tocado por outra pessoas – inclusive os toaletes – podem ser importantes focos de contaminação por coronavírus. Nesse ponto, não é diferente do que ocorre com o risco de covid-19 que se teria em qualquer lugar.
Curiosamente, dentro do avião o ar é mais puro do que no aeroporto – e do que na maioria dos ambientes fechados. Segundo informado pelo engenheiro aeronáutico José Roberto da Silva, da EMBRAER, nos aviões de passageiros o ar é renovado a cada poucos minutos e passa por filtros de alta tecnologia. Portanto, ao contrário do que muitos imaginam, o ar no avião fechado não é problema, exceto quando o avião está parado. Isso porque durante o embarque e o desembarque não é feita a filtragem do ar, havendo maior exposição ao coronavírus se houver pessoas contaminadas a bordo.
Os riscos de segurança dentro do avião
Dentro do avião, o perigo maior não é o ambiente ser fechado e sim um eventual contato próximo com alguém infectado que esteja sem máscara ou que estiver usando a mesma máscara há algumas horas, o que a torna ineficaz para a proteção de quem está por perto. Mesmo de máscara, a pessoa infectada expele certa quantidade de vírus pela respiração e pela fala. Quanto maior o tempo de contato com a pessoa contaminada, maior o risco de contrair a covid-19. E, como é evidente que não dá para comer ou beber sem tirar a máscara, a segurança aumenta se o voo for curto e sem serviço de bordo.
A questão da distância entre os passageiros é importantíssima, mas infelizmente as companhias aéreas não estão sendo obrigadas pela ANAC a bloquear assentos para evitar que as pessoas se sentem distantes umas das outras. Isso depende de cada companhia aérea e da cada voo. Logo, pode acontecer que, viajando em classe econômica, ou em um voo curto em que não houver separação por classe, haja outros passageiros praticamente encostados em você. A única garantia de que não haverá ninguém “grudado” em você é viajar em primeira classe ou em classe executiva; inviável para a maioria.
Posso levar álcool gel comigo no avião?
Sim, você pode e deve, afinal estamos em plena pandemia! A distância, o uso de máscaras e a frequente higienização das mãos são os três pontos-chave da proteção contra o coronavírus. Nos voos domésticos, o limite é de 500 ml e nos internacionais é de 100 ml.
O que considerar na decisão de viajar de avião durante a pandemia
Se o voo for curto e sem serviço de bordo; a companhia for rigorosa na exigência de uso de máscaras por todos durante todo o voo; houver uso de máscaras e for mantida distância entre as pessoas no aeroporto e dentro do avião; o avião tiver sido adequadamente desinfetado antes da entrada dos passageiros; você não usar o toalete a não ser que ele tenha sido desinfetado depois do uso anterior; e você passar álcool gel nas mãos depois de tocar em qualquer lugar, existe boa margem de segurança em viajar de avião.
São muitos “se”; alguns estão sob seu controle, outros não dependem de você. Cabe a cada um avaliar se está disposto a correr o risco que, em maior ou menor grau, sempre pode existir. Informar-se sobre os procedimentos adotados pelo aeroporto e pela companhia aérea pode ajudar na decisão.
Dicas que aumentam a sua segurança
Uma dica que reduz o seu tempo de permanência no aeroporto, principalmente em filas e em aglomerações para retirada de bagagem é fazer o check-in prévio pelo site ou pela app da companhia aérea e, sempre que possível, levar apenas bagagem de mão.
Não esqueça de levar máscaras de reserva e trocá-las a cada duas horas. Leve de preferência máscaras descartáveis e vá jogando no lixo após o uso.
Use e abuse do álcool gel nas mãos sempre que tocar em algo. A pandemia não é brincadeira!