Sobre Puno, a maior cidade às margens do lago Titicaca
Região de Puno já habitada por tribos anteriores aos incas
A região da atual cidade de Puno já era habitada por povos anteriores aos incas, os Pucaras, que depois foram integrados à civilização Tiwanaku. Os espanhóis utilizaram o lugar como acampamento para suas tropas. Em aimará (como você sabe…) puño pampa significa “lugar de acampar ou dormir”. A cidade só veio a ser fundada em 1668.
Mapa de Puno e Lago Titicaca
A descoberta de prata em Laykakota
Esse lugarejo, ao lado do povoado de San Luis de Alba, a poucos quilômetros dali, reforçou a importância estratégica de Puno, que era ponto de parada das caravanas que se dirigiam de Cusco para Potosí, na Bolívia, outro rico centro de extração de prata. A relevância história de Puno é reforçada pelo fato de ter servido como base dos revoltosos que, em 1780, comandados por Tupac Amaru, se levantaram contra o domínio espanhol.
Como é Puno?
Apesar da sua agradável Plaza de Armas e da linda fachada de sua catedral, Puno não é uma cidade bonita: a arquitetura, com feias construções de adobe, não tem nada de excepcional. Torna-se, entretanto, importante do ponto de vista turístico em razão de estar localizada exatamente às margens do Titicaca, um lago navegável a quase 4.000m de altitude, com área aproximada de 8.530km2 e mais de 40 ilhas, tão largo que lembra o mar; na maior parte de suas margens, não se avista o lado oposto.
Melhor época
Em Puno, o frio é mais intenso do que em Cusco e em Arequipa e a sensação térmica ao ar livre é agravada pelos ventos fortes e úmidos que vêm do lago ao entardecer. É importante, ao se hospedar, pedir um quarto com calefacción. Veja dicas sobre a melhor época para ir ao Peru.
Puno, ótima base para visitar a região do Titicaca
A cidade serve de base para a visita às atrações nas vizinhanças e às ilhas do lago e é também passagem obrigatória para quem vai de La Paz para Cusco por terra. É de Puno que parte o famoso trem que corta o altiplano andino rumo à antiga capital incaica.
O agito de Puno se concentra na Jirón Lima, rua reservada a pedestres que começa na Plaza de Armas, e na Calle Libertad. Boa parte dos restaurantes, cafés, lojas, agências de viagens e casas de câmbio fica por ali. Veja atrações, passeios e ilhas do Lago Titicaca.
Como ir
Avião
O aeroporto mais próximo fica em Juliaca, a 45 km. Voos de Cusco (0h55), de Arequipa (0h50) e de Lima (1h30).
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Trem
De Cusco, 10h de viagem no trem Andean Explorer. Reserve com antecedência. Procure um lugar do lado esquerdo, na janela.
Ônibus
Puno ganhou há alguns anos uma estação rodoviária de verdade (Terminal Terrestre). Há ônibus diretos, comuns, a partir de Cusco (8/9h) e também ônibus luxuosos com direito a visitas rápidas pelo caminho, bem mais caros. Há ônibus de linha de Arequipa (5h); de Juliaca (0h45) e de Copacabana, na Bolívia (2h30/3h). Desta última cidade há também vans de hotéis e agências, mais caros e velozes. De La Paz, há pacotes que incluem o ônibus até Copacabana, um almoço nessa última cidade e o ônibus de Copacabana para Puno. O tal almoço não compensa; a truta servida é tão pequena que deixaria esfomeada uma criança. O mais simples é comprar a passagem até Copacabana, reservar o trecho até Puno, almoçar e voltar para tomar o ônibus. O único risco é de, se estiver ocorrendo alguma fiesta regional, você não encontrar ônibus no mesmo dia para Puno.
Hospedagem
A região próxima da Jirón Lima, da Plaza de Armas e da Calle Libertad são uma boa pedida. É onde ficam os restaurantes, cafés, lojas, agências de viagens e casas de câmbio.
Escolha e reserve seu hotel em Puno
Pontos Turísticos em Puno
Mirantes
-Para ter vista panorâmica do lago Titicaca e da cidade, pode-se subir ao Cerro Huajsapata ou aos mirantes (miradores) Kuntur Wasi ou Puma Uta.
Mercado
No animado mercado de Puno é possível comprar artigos de artesanato e roupas de lã a preços bastante interessantes, geralmente melhores do que em Arequipa e Cusco. Não é demais insistir: barganhe. O mercado fica aberto até a noite.
Plaza de Armas
Nela ficam também a sede da Prefeitura e o Palácio de Justiça, mas o que se destaca é a bela catedral construída em 1757 em homenagem à Virgen de la Candelaria (padroeira da cidade). Sua arquitetura mistura elementos barrocos com renascentistas e mestizos, visíveis na fachada, como sereias com feições indígenas nativas tocando charango… No interior, veja o altar.
Museo Carlos Dreyer
Deustua esq. c/ Conde de Lemos. Abre de segunda a sexta-feira das 9h às 13h e das 14h30 às 20h e domingo das 11h às 19h. No acervo, joias, múmias, cerâmicas e tecidos pré-colombianos.
Casa del Conde de Lemos
Deustua esq. c/ Conde de Lemos. Foi local de moradia do fundador da cidade, o Conde de Lemos. Sua importância é principalmente histórica.
Yavari
Fora do centro, no atracadouro do hotel Sonesta Posada del Inca. Vá de táxi.Esta é uma visita curiosa para aqueles que já se cansaram de ver cerâmicas incaicas e santos barrocos. Trata-se de um navio construído na Inglaterra em 1862, ancorado no lago Titicaca. Pare e pense: Inglaterra, do outro lado do Atlântico… Ora, o lago está quase 4.000m de altitude e bem longe do mar! O Yavari foi construído com peças como as de um quebra-cabeças e levado até o porto de Arica (que, antes da guerra com o Chile, pertencia ao Peru). Na falta de uma ferrovia, as peças foram carregadas por mulas até o Altiplano, onde chegaram em janeiro de 1869. Ali, o navio foi remontado por engenheiros ingleses. Utilizado durante décadas, depois semi-abandonado, o Yavari estava em péssimo estado de conservação até que foi comprado da Marinha boliviana por uma ONG que o restaurou e tem planos de fazê-lo navegar novamente pelo Titicaca. A visita é gratuita, mas contribuições para a conservação do navio são bem-vindas. www.yavari.org
Fiesta de la Virgen de la Candelaria
Essa festa, a mais importante de Puno, em honra à padroeira da cidade, acontece durante a primeira semana de fevereiro. Boa parte da população participa de danças, como a Diablada (“a dança do Diabo”) e veste fantasias e máscaras, desfilando em ruidosos grupos com pelo menos metade dos participantes completamente embriagados de pisco. Apesar de ser chamado também de “Carnaval de la Candelaria”, durante muito tempo foi uma festa bem comportadinha, com danças mais ritualísticas do que outra coisa.
Os novos tempos, o marketing turístico ou ambos introduziram mudanças. Agora as cholitas estão produzidas e de pernas de fora. Não espere, entretanto, dançarinas semi-nuas como no Carnaval carioca, pois isso não combina com o jeito de ser do povo local, com o clima frio, nem com a festa, de natureza religiosa. O Carnaval da Candelaria reúne tradições andinas, com homenagens a Pachamama (a Mãe-Terra) e católicas, com a Virgem sendo conduzida numa procissão.
O marketing quíchua
Não há dúvida de que, assim como as baianas que vendem acarajé nas ruas do centro histórico de Salvador, as índias e cholas se vestem com roupas “tradicionais” que não usariam normalmente no dia-a-dia, porque assim atraem turistas para comprar seus produtos. Da mesma forma, elas vestem seus filhos com primor e os deixam ali, junto com filhotes de alpaca fofíssimos, adornados com fitas de cores vivas. O marketing indígena desenvolveu-se muito nos últimos anos! Você mal chegou, está pensando em pedir licença para tirar uma foto, e as crianças, às vezes bem novinhas, já estendem a mão: “Soles….”. (Antes pediam un sol mas, com a inflação, passaram a pedi-los no plural.).
Endereços e telefones úteis
Emergências
Polícia Turística
Deustua, 538
Agências de viagens
Há diversas na Jirón Lima e redondezas que oferecem desde passeios às ilhas até passagens de trem e de avião. Não contrate serviços na rua.
Informações práticas
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