De alguns anos para cá os brasileiros vêm se tornando cada vez mais exigentes com relação aos vinhos que consomem. Mesmo em Portugal, alguns muito especiais não são baratos, a não ser nas vinícolas produtoras. Cada região, mesmo pequena, produz seus vinhos.
Não se surpreenda, ao percorrer o interior de Portugal, se descobrir vinhos de mesa produzidos em pequenas propriedades do dono do restaurante, que podem ser muito bons. Peça, sem medo de errar ou de ser enganado, o que eles têm a sugerir para acompanhar determinado prato. O segredo é o seguinte: Portugal produz vinhos há séculos, desde os tempos dos fenícios, e a variedade das cepas é enorme. Os gajos são bons no que fazem; tiveram tempo de aprender. Se ao voltar de Portugal você disser que não gostou dos vinhos, das duas uma: você não curte vinhos ou esteve no país errado.
Vinhos portugueses: principais regiões produtoras
A vida é muito curta para se tomar vinhos vagabundos…
Alguns vinhos portugueses são excelentes, raros de se encontrar no Brasil e caros deste lado do oceano. Embora em Portugal também não sejam baratos, valem a pena porque são excelentes. Se você não é um expert em vinhos, mas concorda que a vinha é muito curta para tomar vinhos vagabundos (um princípio sagrado de noss equipe…) e não deseja errar, recomendamos os tintos Barca Velha, o Pera Manca (perfeito, perfeito!), o Cartuxa e o Borba.
Os tintos no verão
No auge do verão, devido ao calor que pode ultrapassar os 30ºC, você terá dificuldade em tomar vinho, sobretudo os tintos. Uma bebida refrescante e com baixo teor alcoólico é a sangria. Servida com pedras de gelo e elaborada com vinho, água mineral gasosa, suco de frutas e, às vezes, um pouco de licor, é refrescante. Só não exagere. Parece um suco, mas não é. Muita gente vai bebendo um copo atrás do outro e quando se dá conta está “alto”. O conselho vale principalmente para quem vai guiar.
Principais regiões produtoras
Alentejo
Os vinhos alentejanos são hoje considerados alguns dos melhores de Portugal. As uvas mais tradicionais da região são a trincadeira, a alicante bouschet, a moreto e a castelão francês. Mas hoje em dia cepas de outras regiões têm sido plantadas, como a touriga nacional, e de outros países, a cabernet sauvignon e a syrah, que têm se adaptado bem ao clima e ao tipo de solo. O Pera Manca, da Adega Cartuxa, simplesmente sublime, é produzido em anos quem que a safra é realmente especial. A mesma adega, que trabalha com castas pouco conhecidas da maioiria dos brasileiros como a aragonez, a trincadeira, a alfrocheiro e a alicante bouschet, tem rótulos menos famosos, mas muito bons. Nesse região há pequenas propriedades que produzem ótimos vinhos, mas em quantidades que comprometem a comercialização em larga escala. Para prová-los você terá que ir a Évora (o que não é, diga-se de passagem, nenhum sacrifício!).
Bairrada
Vinhos de grande longevidade que suportam bem o envelhecimento. A uva característica da região é a baga.
Dão A região é rodeada de serras e protegida dos ventos. Seus vinhos devem ser envelhecidos alguns anos. No Dão há uma grande variedade de castas sempre em pequena produção, como as tintas touriga nacional, alfrocheiro, jaen e tinta roriz e, entre os brancos, a encruzado, a bical, a cercial, a malvasia fina e a verdelho, particularmente aromáticos e frutados.
Minho
Os melhores são os brancos. Essa região produz os famosos vinhos verdes, jovens, ligeiramente gaseificados e ácidos, que não agradam a todo mundo. Esses vinhos acompanham bem a culinária regional. A uva emblemática do Minho é a alvarinho.
Península de Setúbal
Produz os vinhos da região de Lisboa elaborados com a uva periquita. Algumas vinícolas da região merecem menção honrosa: é o caso da João Pires e da Quinta da Bacalhoa, que trabalham com uvas cabernet sauvignon e merlot. Outro destaque é o moscatel de Setúbal, um vinho doce que pode acompanhar bem um prato de queijos.
Douro
Os vinhos do Douro, a região vinícola mais antiga de Portugal, são, para muitos, os melhores. Além dos vinhos do Porto tomados como aperitivos, famosos no mundo inteiro, que são a marca registrada da região, há vinhos tintos de alta qualidade. Na prática é difícil você tomar um vinho do Douro que seja ruim. Em quase toda a região as vinhas são plantadas em terraços que descem a serra até as margens do Douro. Há, aliás, cruzeiros que saem da cidade do Porto e sobem o rio. Um excelente vinho do Douro, que não tem nada de vinho do Porto, é o tradicionalíssimo Barca Velha, encorpado e saboroso, produzido pela Sogrape. Dentre os novos, experimente o Chryseia, o primeiro tinto português classificado entre os “100 Melhores Vinhos do Mundo” pela Wine Spectator. Podemos indicar, sem medo de errar, outros como o Vinha Grande, o Callabriga Douro Reserva, o Quinta da Leda e o Vinha Régia.
O vinho do Porto
O vinho mais famoso do Douro é mesmo o do Porto, produzido com uvas “touriga nacional”, “touriga francesa”, “tinta cão”, “tinta roriz” e “tinta barroca”. O Porto é um vinho diferente, resultado de mistura de vinhos locais e de brandy. Há na verdade vários tipos de vinhos do Porto. Alguns são mais secos, outros mais adocicados e existem até vinhos do Porto brancos, menos conhecidos no Brasil, que, gelados, são ótimos para acompanhar certos queijos. O ruby é um Porto jovem que vai muito bem com sobremesas e queijos. O tawny é um vinho nobre que precisa de um bom amadurecimento; quanto mais velho, melhor.
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