O carro é, pela nossa experiência, o meio de transporte mais indicado para viajar pelo interior de Portugal. O país é pequeno, mas, às vezes, a cada 30 ou 40 km há um castelo ou uma cidadezinha interessante para visitar. Já pensou a cada parada depender de transporte público? (Sabe-se lá a que hora há trem ou ônibus para seu próximo destino.)
A liberdade que o carro lhe proporciona
Algumas atrações ficam longe tanto das estações ferroviárias como das rodoviárias e para certas visitas terá que tomar um táxi ou caminhar alguns quilômetros. Somente o carro lhe dá liberdade de parar na porta de um castelo ou convento que você deseja visitar. Além disso, há diversos hotéis e pousadas, muitas vezes estabelecimentos de charme, no meio rural, com uma ótima relação preço-qualidade. São situados a alguns quilômetros de cidades de forte interesse turístico. Mas para optar por esse tipo de hospedagem você precisa estar motorizado. Diríamos que é quase indispensável para uma viagem desse tipo.
Carro: só para quem vai percorrer o país
Porém é bom deixar claro: estamos falando de percorrer o país de carro e visitar pequenas localidades interioranas. Se você pretende apenas visitar Lisboa, Porto, Évora, Braga, Faro e outros centros maiores, tome ônibus ou trem entre cada destino e lá chegando utilize transportes locais. Circular de automóvel nas grandes cidades (Lisboa, Porto, Coimbra, principalmente), é uma péssima ideia. O trânsito é um problema, estacionamentos são caros, você não conhece as cidades. Nesse caso tome táxi ou transportes públicos. Se for percorrer o interior do país alugue automóvel. Uma sugestão é pegar o veículo no aeroporto de Lisboa logo ao chegar e já dirigir-se à estrada imediatamente. Deixe a capital para ser visitada na volta, no final de sua viagem, depois de devolver o carro.
Média de acidentes superior à dos demais países da União Europeia
Ao dirigir seja especialmente cuidadoso: o país tem uma média anual de acidentes rodoviários bem superior à europeia. A verdade é que os portugueses (exatamente como nós, brasileiros, diga-se de passagem) guiam mal e são imprudentes. É comum os telejornais anunciarem, após feriados prolongados, o número de acidentes rodoviários com mortes: “No Baixo-Alentejo uma carrinha que estava a transportar seis pessoas chocou-se com um camião…” Por isso mesmo, leve nossa recomendação a sério.
Onde encontrar locadoras
Existem locadoras nos aeroportos e nas principais estações ferroviárias ou em frente a elas. Geralmente na própria recepção do hotel lhe indicarão uma. A locação pode também ser feita pela internet ou com seu agente de viagens e deve ser providenciada com antecedência. Quem deixa para a última hora paga mais caro e pode não achar o carro da categoria pretendida ou com os equipamentos desejados.
Em caso de acidente rodoviário
Entre em contato com a central de sua locadora. É possível fazer um seguro médico, de assistência técnica e jurídica no Automóvel Club de Portugal www.acp.pt
Estude mapas, organize-se
Estude bem os mapas, o tempo que levará para realizar cada percurso, quantos quilômetros rodará em média por dia e quanto gastará de combustível. Em algumas áreas serranas no norte de Portugal sua média horária poderá ser de apenas 40 km por hora. Organize-se, portanto, para que sobre tempo para visitar o que deseja.
Para viajar de carro pelo país é aconselhável ter um mapa rodoviário detalhado, que pode ser comprado em postos de gasolina ou em escritórios oficiais de turismo.
As estradas em Portugal
Após o ingresso na União Europeia, importantes financiamentos permitiram a realização de melhorias nas estradas de rodagem portuguesas. A rede rodoviária do país está sendo ampliada, recapeada, as antigas estradas nacionais estão sendo transformadas em auto-estradas modernas, enquanto viadutos e pontes estão sendo construídos.
As estradas portuguesas – Estão sendo ainda adaptadas para os padrões europeus e um mesmo tipo de rodovia pode ser classificado como N (Nacional) ou IP (Itinerário Preferencial) ou se encaixar simultaneamente nas duas categorias. Em ambos os casos trata-se de estradas asfaltadas ao menos na maior parte, e de mão dupla. Outras são classificadas como IC (Itinerários Complementares) e podem ter a mesma qualidade das demais. Por isso os mapas podem lhe parecer confusos. Algumas são bem razoáveis, mas há trechos tortuosos, estreitos e mal conservados, onde mais facilmente podem ocorrer acidentes. Nas boas estradas há pedágios, que não são baratos.
Dirigir com cautela é essencial – As auto-estradas (A) são muito mais seguras, comparáveis às dos países europeus mais desenvolvidos, e perfeitas para quem precisa se deslocar rapidamente pelo país, mas, obviamente, não têm o mesmo charme das estradinhas secundárias que passam por aldeiazinhas pitorescas.
Limites de velocidade – Os limites de velocidade são de 50/60 km em meio urbano, 90/100 km nas estradas nacionais e nas IP e de 120 km nas auto-estradas. A prioridade é normalmente à direita. As exceções são as “rotundas” (rotatórias, pá!), um padrão que está sendo adotado em toda a Europa, com ótimos resultados, e provocado a redução do número de acidentes graves. A prioridade é reservada a quem está circulando dentro da rotatória.
Combustível
Os combustíveis em Portugal são caros. A gasolina sem chumbo custa uns 60% a mais do que no Brasil. Para economizar, alugue um carro a diesel. Os postos de gasolina em Portugal funcionam geralmente das 7h da manhã à meia-noite, mas alguns ficam abertos 24 horas. Na maioria deles você encontrará frentistas, porém a exemplo de outros países da União Europeia, existem postos self-service, onde você mesmo deve abastecer seu carro (algo não muito agradável para quem não está acostumado) e pagar diretamente no caixa. Costuma-se, como no Brasil, principalmente se pedir para encherem os pneus ou limparem os vidros, deixar uma gorjeta para o frentista.
Documentos
A Carteira Nacional de Habilitação brasileira é em geral aceita, mas o ideal é ter consigo a Permissão Internacional para Conduzir, que pode ser obtida no departamento de trânsito de seu estado.
Normas de trânsito e segurança
Não há diferenças importantes entre as normas e sinais de trânsito em Portugal e no Brasil. Tendo bom senso, atenção e educação, dificilmente o motorista brasileiro enfrentará problemas. A polícia rodoviária portuguesa não costuma parar turistas sem necessidade mas, preocupados com os constantes acidentes, tem adotado uma política de tolerância zero para com os infratores. As multas são pesadas e devem ser pagas na hora. Se você cometer algum erro menor, desculpe-se de forma amigável. Em geral deixarão para lá, lhe farão uma advertência e o mandarão seguir viagem.
ACP (Automóvel Clube de Portugal)
Dicas para rodar Portugal de carro
A preferência nas rotatórias (rotundas) é de quem já está nelas. Espere a sua vez.
Caso você esteja indo em direção à Espanha, procure reabastecer seu veículo em território espanhol: sai mais barato.
Evite a todo custo chegar a uma grande cidade no horário do rush; o trânsito pode ser insuportável.
Tenha consigo à mão o contrato de locação, o seguro e sua Carta de Habilitação. Não os deixe guardados no porta-luvas do veículo!
Em regiões rurais afastadas nem sempre é fácil abastecer. Procure manter o tanque cheio.
Quando você retirar o carro na locadora, receberá o veículo abastecido. Ao devolvê-lo encha o tanque completamente; sai mais barato do que deixar a locadora decidir quanto você gastou de combustível.
Não se esqueça de retirar seu bilhete na máquina da cabine na entrada da auto-estrada. Os carros que atravessam direto pela Via Verde (pistas à direita na auto-estrada) são usuários que habitam o país e que optaram por outro sistema de pagamento, por via bancária.
Algumas estradas secundárias ainda possuem trechos de pedra, muito escorredadiços quando chove. Redobre sua atenção.
Principais locadoras de automóveis em Portugal
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Mapa de Portugal