The New York Songbook

Turismo e cultura, música em New York. The New York Songbook: os grandes talentos da música norte-americana, os clássicos, o jazz.

Jazz em New York

Cariocas que nos perdoem, mas nenhuma cidade fez tanto pela música popular como Nova York. Dizem que tudo começou na Tin Pan Alley, como era conhecida a quadra da W 28th Street entre a Broadway e a 6th Avenue, no bairro de Chelsea. Muito tempo antes de existirem as mega-produções da Broadway, era ali que compositores profissionais compunham em seus pianos canções vendidas por preços modestos a produtores fonográficos e vaudevilles (teatros de revista).

Os primeiros sucessos

After The Ball, criado pela Tin Pan Alley, criada em 1892 por Charles K. Harris, vendeu mais de cinco milhões de cópias – uma quantidade espetacular até para os dias de hoje. Take Me Out To The Ball Game, Baby Face, Whispering, Ain’t She Sweet, Give My Regards To Broadway e The Entertainer estão entre as dezenas de clássicos da época. A última, um ragtime composto em 1902 por Scott Joplin, foi trilha sonora do filme The Sting (Golpe de Mestre), de 1973, que teve Robert Redford e Paul Newman nos papéis principais.

A Tin Pan Alley

Foi onde começaram suas carreiras diversos compositores que durante as décadas seguintes seriam os mais renomados dos EUA. Irving Berlin, imigrante russo radicado em Nova York, foi autor de White Christmas e de todas as canções do filme Top Hat, um sucesso de 1935 que além de trazer a dupla Fred Astaire e Ginger Rogers, lançou a imortal canção Cheek to Cheek. Blue Skies, outra canção de Berlin, foi interpretada em The Jazz Singer, de 1927, o primeiro filme sonorizado da história, pelo grande Al Jolson, também um imigrante, vindo da Lituânia.

Jerome Kern

O nova-iorquino Jerome Kern compôs mais de 30 musicais para a Broadway e ainda escreveu canções isoladas como as famosas Smoke Gets In Your Eyes e Ol’Man River, dentre umas 700 no total.

Cole Porter

O conhecido Cole Porter, a quem Sinatra deve muito, talvez tenha sido o maior de todos os de sua geração; são suas I Get a Kick Out Of You, I Love Paris, Night and Day, I’ve Got You Under My Skin… Só para citar uma modesta amostra. O irônico é que, diversamente dos colegas, Cole não conseguiu emplacar nada no começo de sua carreira na Tin Pan Alley.

Outros clássicos

Richard Rodgers, mais um nova-iorquino, trabalhou com dois parceiros: Lorenz Hart e Oscar Hammerstein II. Hart foi co-autor dos clássicos My Funny Valentine e The Lady Is A Tramp, enquanto com Hammerstein Rodgers viria a escrever o musical The Sound of Music, que estreiou na Broadway em 1959 e recebeu a célebre versão cinematográfica chamada no Brasil de A Noviça Rebelde.

George Gershwin

Nascido no Brooklyn, teve como primeiro sucesso na Tin Pan Alley a popular Swanee (1919), cuja versão mais conhecida é a de Al Jolson. Ele sempre transitou entre a música erudita, a popular e os musicais da Broadway, para os quais criou sucessos como I Got Rhythm. Naquela época ainda não estava firmada a parceria com seu irmão Ira, que levou à criação da obra-prima Porgy and Bess em 1935, uma ópera-jazz-pop que tem no libreto tesouros como Summertime e I Love You Porgy.

Armstrong

O neto de escravos Louis Armstrong, nascido em New Orleans, chegou a Nova York em 1924. Pouco tempo depois, sua voz densa e inconfundível e seu trompete já faziam sucesso com interpretações de canções como Ain’t Misbehavin’, Stardust (1927) e Georgia on my Mind (1930). As duas últimas composições são de Hoagy Carmichael, outro talentoso artista da Tin Pan Alley.
Como se sabe, foi a partir de Louis Armstrong que o jazz começou a ser reconhecido como música para valer, de qualidade.

Ella Fitzgerald  

Em 21 de novembro de 1934, Ella Fitzgerald estreiou no Appollo Theater, no Harlem, e o jazz vocal nunca mais foi o mesmo. Ira Gershwin teria dito que não sabia que as músicas que fez com seu irmão eram tão boas até que ouviu Ella cantá-las. A Grande Dama da Canção abriu caminho para excelentes cantoras negras como Billie Holiday, Sarah Vaughan e Nina Simone. Gravou Cole Porter, Gershwin, Duke Ellington, Irving Berlin… Até Tom Jobim! Foi conhecida também pelas deliciosas e hoje históricas gravações que fez com Louis Armstrong.

Billie Holiday

Nascida em 1915 em Baltimore, Billie Holiday mudou-se com a mãe para Nova York aos 13 anos de idade. Miserável, prostituía-se no Harlem, onde começou mais tarde a cantar em casas noturnas em troca de gorjetas até ser descoberta por um caçador de talentos que providenciou em 1933 sua primeira gravação, feita com a orquestra de Bennie Goodman. Aos poucos, o timbre peculiar de sua voz e sua sensibilidade inigualável (ouça-a em The Man I Love, dos irmãos Gershwin) tornaram Billie uma cantora admirada e famosa, mas um comportamento auto-destrutivo que a fez mergulhar em drogas, álcool e relacionamentos amorosos conturbados acabou com sua vida aos 44 anos. Virou lenda, cultuada pelos amantes mais ardorosos de jazz e blues.

Sinatra

Na década de 1940, o Harlem fervia com o talento de instrumentistas como Dizzie Gillespie e Charlie Parker, mas o lugar principal na música nova-iorquina estava reservado para um vocalista que iniciara carreira alguns anos antes como crooner da orquestra de Tommy Dorsey. Estamos falando, é claro, de Frank Sinatra, que arrasou em sua apresentação no Paramount Theater em 1942 e foi o maior cantor norte-americano do século XX, desbancando, na época de sua estréia, o veterano Bing Crosby.

Novos talentos na TV

Outra importante influência de Nova York na música popular foi e ainda é a de difusora de novos talentos para os EUA e o mundo. Exemplo disso foi o Ed Sullivan Show, um programa de TV apresentado ao vivo entre 1955 e 1971 dos estúdios da CBS, aos domingos à noite. O apresentador Ed Sullivan fez entrar nos lares americanos de norte a sul, por meio da telinha (ainda em preto e banco) artistas negros como Bo Didley, Dionne Warwick, Nat King Cole e Nina Simone.

Beatles

Em 1964, Sullivan apresentou os Beatles, dando início à Beatlemania nos EUA e no restante do mundo. Mas ele tinha um lado bem conservador. Quando os Rolling Stones foram se apresentar em seu programa, Mick Jagger teve que trocar a frase Let’s spend the night together por Let’s spend a time together… Jim Morrison, dos Doors, ficou de trocar a palavra higher da frase Girl, we couldn’t get much higher por alguma coisa, mas na hora H cantou higher mesmo, e Sullivan ficou furioso. Não deveria, pois se naquela época os artistas deviam divulgação a ele, hoje as pessoas só se lembram de Ed Sullivan por causa de Beatles, Stones & Cia.

O rock inglês de 1960

Embora na década de 1960 tenha predominado o rock inglês, surgiu em Nova York a música folk, bastante associada aos ativistas dos direitos civis, aos pacifistas em geral e ao pessoal “cabeça”. Joan Baez, nova-iorquina de Staten Island, tornou-se uma das musas, desse movimento interpretando canções de Bob Dylan, que se instalou em Greenwich Village em 1961; e do veterano Peter Seeger, autor de If I Had A Hammer, nascido no bairro em 1919.

Carole King e Carly Simon

As duas nova-iorquinas da mesma geração, também começaram na folk music, mas logo enveredaram para o pop. Porém a melhor herança que a música folk deixou foi, além da obra de Bob Dylan, a parceria de Paul Simon com o nova-iorquino Art Garfunkel, que resultou em pequenas jóias da canção como as que fizeram parte do LP Sounds of Silence, de 1966.

Os anos 1970

Foi nos anos 1970 que a música pop se transformou definitivamente num negócio capaz de movimentar cifras até então consideradas astronômicas. Praticamente todas as grandes bandas realizavam shows apoteóticos mundo afora, cada qual competindo com as demais para ver quem tinha o canhão de luz mais potente, os amplificadores mais barulhentos, os efeitos especiais mais espalhafatosos e o escândalo mais chocante (vandalismo em hotéis e abuso de drogas era a dobradinha mais comum).

Novas bandas e talentos

Toda semana as gravadoras faziam pipocar na mídia novas bandas e artistas na tentativa de abocanhar uma fatia cada vez mais gorda deste mercado para lá de promissor. Nova York, como não poderia deixar de ser, estava no epicentro de tudo isso. Lá nasceram bandas dos mais variados gêneros que marcaram a história do rock.

Kiss

Em 1972, o linguarudo Gene Simmons fundou com Paul Stanley o Kiss, banda cujos quatro integrantes adotavam figurino dark e maquiagens que faziam referência a personagens fictícios, em clara alusão a heróis de histórias em quadrinhos. Até os anos 1980, seus membros só apareciam em público devidamente maquiados, para preservar suas “identidades”, numa tremenda jogada de marketing que atiçava a curiosidade e fomentava indiretamente a vendagem de discos. Para se ter uma idéia do sucesso atingido pelos autores de um dos maiores hinos do rock de todos os tempos (Rock and Roll All Nite), o fã-clube oficial Kiss Army chegou a ter cerca de 100 mil sócios. Depois de muitas mudanças na formação da banda, seus quatro integrantes originais se reuniram em 2000 e desde então vêm fazendo turnês esporádicas e forrando os bolsos com mais algumas dezenas de milhões de dólares. Apesar da parafernália, do marketing exagerado e da superficialidade das letras, a música do Kiss é diversão garantida para quem gosta de rock e não tem preconceitos.

Adotando outra vertente

O punk rock – nasceu em 1974, no Queens, os Ramones, três magrelas com jeans rasgados, jaquetas de couro preto e cabelos desgrenhados que seguiam dois mandamentos básicos: tocar rápido e alto. Nenhuma música durava mais do que dois minutos e meio; todas tinham no máximo quatro acordes; e os solos eram terminantemente proibidos, até porque nenhum integrante sabia tocar decentemente instrumento algum. Na verdade, era uma resposta ao gênero do rock progressivo que bandas “cabeça” como Pink Floyd e Yes, recheadas de virtuosi, faziam na época.

Os Ramones

Influenciados pelo rockabilly dos anos 1950 e pelo som dos Stooges e dos New York Dolls, os Ramones criaram um estilo minimalista totalmente novo, diferente até da música de outras bandas de punk rock como os Sex Pistols. Os integrantes adotavam um nome artístico que incluía o “sobrenome” Ramone: Joey Ramone, Deedee Ramone, Johnny Ramone… Infelizmente, nenhum dos membros originais está vivo para contar história; partiram dessa para melhor tão rápido quanto suas canções, com pouco mais de 50 anos de idade, muito em razão do abuso de drogas e do estilo de vida desregrado.

Depois da morte do vocalista Joey Ramone, em 2001, uma quadra da E 2nd Street, na altura da Bowery Street, cenário da capa do álbum de estréia da banda e endereço de Joey em NYC por muitos anos, foi oficialmente batizada de Joey Ramone Place.
Como já diziam Liza Minelli e Frank Sinatra: If I can make it there, I’ll make it anywhere, It’s up to you, New York, New York.

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