Paris tem muitas atrações, museus, igrejas, exposições, o delicioso passeio de barco pelo Sena… Mas, não podemos perder de vista que a principal atração é a própria cidade. Perambular por Paris já um grande programa! Os franceses têm um nome para isso: flaner. A palavra “flanar”, existe em português, mas é pouco usada. Os brasileiros preferem usar “perambular”.
Sobre o bairro do Marais
O Marais, na Rive Droite, é o bairro mais medieval de Paris. Seu traçado foi poupado das modernizações do baron Haussmann, prefeito da cidade de Paris durante o reinado de Napoleão III, responsável pela abertura de grandes eixos, ou boulevards, que cortam Paris em todos os sentidos. As ruas do Marais estão entre as mais pitorescas da cidade. O bairro do Marais é um dos poucos lugares de Paris onde o comércio pode funcionar aos domingos. Você poderá unir o prazer da caminhadas para apreciar as vitrines e fazer umas comprinhas.
Mapa do Marais
Rue des Archives (Rua dos Arquivos)
A Rue des Archives, com cerca de 900m de comprimento, paralela ao Sena, é formada por trechos de diferentes ruazinhas. Em 1874 a confusão de ruelas no Marais era tal, que atrapalhava a movimentação de pessoas e de carroças. Aquilo era um labirinto! Tornou-se necessário uma artéria mais larga de circulação (repare que ela não é estreita como as pequenas ruas do núcleo medieval mais preservado). Escolheu-se o nome Rue des Archives porque ali ficam, até hoje, os Archives Nationales. Ela abriga diversos hôtels particuliers, palacetes e outros imóveis históricos. Vale a pena, ao passar em frente, notar o Cloître des Billettes (nº 24); a Maison de Jacques Coeur (nº 40), consideradas umas da mais antigas da cidade; o Hôtel de Clisson (nº 58), na esquina com rue Rambouteau, um petit château de 1380, que chama a atenção por suas duas pequenas torres junto à rua e o Hôtel Guénegaud (nº 60), palacete construído entre 1651 e 1655.
Rue des Francs-Bourgeois
Essa rua do Marais fica bem na divisa entre o terceiro e quarto arrondissements (a divisão administrativa da cidade). Do lado ímpar fica o quarto arrondissement, no lado par fica no terceiro. A rue des Francs-Bougeois começa junto da Place des Vosges, passa em Frente ao Musée Carnavalet (nº 40), atravessa o bairro e, na esquina com rue des Archives, inclinando-se levemente para a esquerda, passa ser chamada de rue Rambuteau. A rue des Francs-Bougeois tem butiques, algumas com artigos bastante originais, moda criativa etc. É também lugar para uma pausa em sua caminhada pelas ruas de Paris e, eventualmente, almoçar ou tomar uma taça de vinho. A rue des Francs-Bourgeois abriga bistrôs e cafés, a maioria com preços acessíveis. Alguns de seus imóveis, construídos durante a a Idade Média, merecem uma atenção. É o caso da Maison de Jean Hérouet, com traços medievais (esquina com a rue Vieille du Temple); o Hôtel de Sandreville (nº 26); o Hôtel d’Albret (nº 31); a Passage des Arbalétriers (nº 38) e o Hôtel de Soubise (nº 60), lindo palacete do começo do século XVIII, onde hoje funciona o Museu da História da França.
Vídeo sobre o Marais
Rue des Rosiers
A Rue des Rosiers, com cerca de 300m de comprimento, no sul do Marais, começa no no 131 da rue Mahler e termina no nº 40 rue Vieille-du-Temple. Ela e as travessas vizinhas abrigam o núcleo da comunidade judaica de Paris. Muitos judeus ortodoxos circulam pela região com suas roupas típicas. Também são visíveis inscrições em ídiche (língua falada pelos judeus oriundos da Europa Oriental). Historiadores ainda discutem sobre origem do nome “rue des Rosiers”. Alguns estimam que o nome deriva dos roserais que existiam em alguns jardins nessa rua na Idade Média. O fato é que ela já tinha esse nome em 1230, quando acompanhava as antigas muralhas de Paris, construídas por Felipe Augusto. Os vestígios da muralha ainda podem ser vistos em alguns trechos da rua. Aos longo dos séculos a rue des Rosiers teve seu perfil bastante alterado: em 1799 a via, então bastante estreita, foi alargada para 8m e, em 1830, para 11m. Na rua des Rosiers ficam alguns restaurantes de comida judaica de Paris (nem sempre casher). Se preferir um lanche, experimente o falafel, se possível, o do famoso “As du Falafel”.
Rue Pavée
A rue Pavée (“rua pavimentada”), no quarto arrondissement, continuação da rue Payenne, passa ser chamada de rue Pavée após cruzar com a rue des Francs-Bourgeois. Com contorno estreito e sinuoso, ela se estende até rue de Rivoli, junto da bifurcação com a rue Saint-Antoine. A rue Pavée recebeu esse nome por ser uma das primeiras do Marais a ser pavimentada. Sabe-se que ela já existia em 1235, terminando nas muralhas de Philippe-Auguste: repare nos vestígios das velhas muralhas, à direita, junto do hôtel particulier d’Angoulême Lamoignon (nº 24). O belo imóvel em estilo clássico, com pilastras gregas, que abriga a Bibliothèque Historique de la Ville de Paris, foi construído em 1584 pela Duquesa de Angoulême. O trecho da rue Pavée entre a rue du Roi-de-Sicile e a rue des Francs-Bourgeois, chamava-se na Idade Média, rue du Petit-Marivaux. Repare na sinagoga Art-Nouveau (nº 10).
Rue Ste-Croix-de-la-Bretonnerie
A rue Ste-Croix-de-la-Bretonnerie, continuação da Rue Saint-Rémy, começa na esquina desta com a rue du Temple. Com 330m de comprimento, tem contorno ligeiramente sinuoso, trechos mais estreitos e outros mais largos, atravessa a rue des Archives e termina na rue du Temple. Aberta em 1230 com o nome de rue de Lagny, é uma das ruas mais antigas de Paris. O nome Lagny foi logo esquecido e a rua acabou sendo conhecida como rue de la Sainte-Croix-de-la-Bretonnerie por abrigar o convento do mesmo nome. Hoje, a rua com muitas construções que conservaram suas antigas fachadas, é um dos points da comunidade gay de Paris. É repleta de lojinhas de moda criativa, cafés, bares e restaurantes bastante animados à noite, frequentados não apenas pela comunidade gay. Nela funciona o teatro “Point et virgule“, classificado pelos seus produtores como “la plus petite des grandes salles parisiennes” (a menor das grandes salas parisienses).
Rue Vieille du Temple
A rue Vieille du Temple (Rua Velha do Templo), dividida entre o terceiro e quarto arrondissement, com 855m de comprimento, é uma das mais longas do Marais, juntamente com a rue des Archives. Na Idade Média, servia de acesso ao Temple, verdadeira fortaleza templária no coração de Paris, que desapareceu depois que os Templários foram exterminados pelo rei Felipe, o Belo. Essa rua histórica é uma continuação da rue Filles du Calvaire. Passa a se chamar rue Vielle du Temple após o cruzamento com a rue Froissart e a rue de Bretagne. Termina na rue de Rivoli, depois de atravessar a rue des Francs-Bourgeois. Nessa rua existem palacetes e antigos imóveis que chamam a atenção por sua arquitetura. É o caso do Hôtel Ammelot de Bisseuil, do século XVIII, (nº 47) e o Hôtel de Rohan, (nº 87) do século XVIII, que acolhe exposições temporárias. O edifício histórico foi residência dos cardeais de Rohan até que, em 1808, sob Napoleão, tornou-se sede da Imprimerie Impériale (Imprensa Imperial). A velha rua, agitada à noite, abriga cafés, restaurantes com especialidades criativas, e também grande número de butiques e lojinhas, com artigos que você não encontra facilmente nas grandes artérias comerciais parisienses.
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