Um roteiro para visitar de carro o noroeste da Argentina (NOA)
Uma das mais belas viagens que você poderá fazer no país vizinho é percorrer de carro o Noroeste Argentino, indo de Tucumán à Quebrada de Humahuaca. A viagem também pode ser feita de ônibus, mas nesse caso será difícil visitar algumas das atrações pelo caminho.
Para fazer o roteiro completo que sugerimos, comece sua aventura na cidade de Tucumán, capital da província de mesmo nome. Há voos diretos de Buenos Aires para lá.
O ideal é já ter o carro reservado, retirá-lo no aeroporto e pegar a estrada. Se você chegar a Tucumán de ônibus ou carro, durma uma noite lá, senão será cansativo, pois há lugares para conhecer já durante a primeira etapa da viagem.
Mapa da Quebrada de Humahuaca
Precauções antes de tomar a estrada
Geralmente as locadoras entregam o carro ao cliente com o tanque completamente cheio mas, se esse não for o caso, complete-o.
A cada vez que sair de carro para qualquer passeio durante toda a viagem (exceto dentro das cidades), abasteça-se de água mineral e sanduíches ou empanadas, pois praticamente não há onde comer, beber ou completar o tanque nas estradas. Leve também papel higiênico. É possível, para não dizer provável, que você precise fazer pit stops improvisados.
O primeiro trecho, até Cafayate, de uns 200 km, pode ser percorrido em meio dia. Considerando que você terá que parar para almoçar, que irá visitar lugares pelo caminho e que longos trechos da estrada são cheios de curvas e bandenes (valetas), calcule umas quatro ou cinco horas de estrada. Se você curte fotografar, deixe a máquina ou smartphone carregado e bem à mão: as paisagens o deixarão de boca aberta.
Tafí del Valle
Após atravessar parte da planície repleta de canaviais próxima a Tucumán, você verá a indicação para Tafí del Valle, a 100 km da capital provincial. Não se iluda; a viagem toma pelo menos 2h. Olhe o mapa para entender. Você irá encarar uma estrada tortuosa montanha acima mas, provavelmente, dará graças a Deus por estar escapando do calor úmido e entrando em uma serra que o levará a uma floresta tropical de rara beleza, repleta de cachoeiras e abismos.
A estrada é estreita e cheia de curvas; se parar para tirar fotos, muito cuidado!
Prosseguindo, quase que repentinamente, como num passe de mágica, a floresta desaparece e você desemboca num vale a 1.976m sobre o nível do mar, de vegetação raquítica, tendo no centro um enorme lago artificial.
Um pouco mais adiante, junto ao lago, fica Tafí del Valle, uma cidadezinha simpática. Para os argentinos da região, é um ponto turístico. Para você, é apenas um bom lugar para comer e abastecer o carro – não perca seu tempo em Tafí, mas também não deixe de comer, usar o banheiro, repor estoque de água e lanches e de encher o tanque!
Ao sair de Tafí del Valle, tenha como meta chegar a Cafayate antes do anoitecer, já que esse roteiro por regiões ermas não deve ser feito à noite; a infraestrutura é mínima e não há praticamente onde dormir pelo caminho. Se a tarde estiver muito adiantada, durma em Tafí. (Na entrada da cidade, fica a Hosteria Lunahuana; um lugar decente para comer e dormir, com diária de US$ 65 para dois).
Rumo a Cafayate
Você atravessará uma região rude e acidentada, com vistas magníficas, marcadas pela presença de cactos gigantes e largos rios, na maior parte do ano completamente secos.
Chegando a um enorme vale, você passará pelas ruínas de Quilmes, cidadela pré-colombiana que merece ser visitada. Há apenas uma discreta placa na estrada indicando a entrada; fique atento.
Cafayate
Em Cafayate, durma pelo menos duas ou três noites para visitar as vinícolas dos entornos, a Quebrada de Cafayate e as cidades dos Valles Calchaquíes. Se puder, fique três ou quatro noites… Ou até mais, caso tenha tempo, se hospede em um hotel confortável e queira descansar, comer e beber bem!
Se pensa em visitar Cachi e voltar a Cafayate no mesmo dia, saia bem cedo. Calcule umas 8 horas de viagem, ida e volta, sabendo que a estrada não é boa; informe-se sobre as condições, já que, principalmente em época de chuvas, algumas passagens são complicadas. Você poderá optar por pernoitar em Cachi.
Salta
De Cafayate, pode seguir direto para Salta pela RN 68, atravessando a Quebrada de Cafayate (ou Quebrada de las Conchas) e suas impressionantes formações rochosas. Em termos de pista, a estrada é muito boa, mas a infraestrutura é quase nula.
Em Salta, a próxima etapa, vale a pena ficar ao menos três noites. O famoso Tren a las Nubes, passeio imperdível, leva um dia inteiro, o que já equivale a duas noites.
Jujuy
A próxima cidade é Jujuy, a aproximadamente 120 km de Salta. A autoestrada é boa; você percorre isso rapidamente.
Jujuy não se compara com Salta, embora tenha seus atrativos. Caso você esteja muito apertado de tempo, pode servir de base para visitar – de relance e parcialmente – a Quebrada de Humauaca. Nesse caso, saia bem cedinho de Jujuy. O ideal, entretanto, é hospedar-se em uma – ou mais – das cidades da Quebrada, durante vários dias.
Vídeo de turismo sobre a Quebrada de Humahuaca
Quebrada de Humahuaca
A Quebrada de Humahuaca pode ser facilmente visitada por quem está de carro. Você ficará impressionado com os paredões rochosos que formam verdadeiros mosaicos coloridos nas encostas, como a Paleta del Pintor, em Maimará, e sobretudo o Cierro de las Siete Colores, em Purmamarca. Tilcara é a que oferece mais opções de hospedagem. Essas três “cidades” são minúsculos povoados indígenas, que conservam toda sua autenticidade.
Humahuaca não chega a ser muito maior… Interessantíssima, também!
Uma pequena joia a não ser perdida é Uquia.
De Purmamarca até a fronteira chilena
Purmamarca é, para nós do Manual do Turista, a mais charmosa das cidades da Quebrada de Humahuaca. Fica na RN 52, toda asfaltada, que leva à fronteira com o Chile, atravessando parte da Puna argentina e as Salinas Grandes, um enorme campo de sal. No caminho você cruzará com rebanhos de lhamas e vicunhas; não é raro encontrá-las paradas em grupos no meio da estrada.
Enfim, se são paisagens grandiosas e diferentes que você espera de sua viagem pela Argentina, no NOA você encontrará o que busca.
O final da viagem
Devolva o carro à locadora em Jujuy e, de lá, tome seu avião para Buenos Aires.
Mas se estiver cansado de toda essa aventura ou tiver uns dias de sobra, antes de devolvê-lo vá até as Termas de Reyes, um pouco ao norte de Jujuy, e passe uns dias de relax. Depois, nos agradeça pela dica… Essa é boa, garantimos!
Informações práticas
Onde se hospedar no Noroeste Argentino
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