Paris na Belle-Époque

Turismo e cultura: Paris durante a Belle Époque, a arquitetura, o rompimento com valores tradicionais, o desenvolvimento tenológico, a arte, a moda.
Paris na Belle Époque
Paris, France

Belle Époque em Paris: rompimento com valores tradicionais

O período entre a última década do século XIX e a Primeira Grande Guerra, conhecido como a Belle Époque, simboliza, até hoje, glamour e rompimento com o tradicional. Foram anos felizes, ao menos para a classe que tinha dinheiro e acesso aos frutos do progresso, a elite disposta a se deixar impressionar pelos delírios criativos de “rebeldes”, como Toulouse-Lautrec, Mucha, Sarah Bernhardt, Guimard e Aristide Bruant. Dois desses nomes estão intimamente associados, nas artes plásticas, ao estilo Art Nouveau, sinônimo desse começo de século: o pintor Toulouse-Lautrec e Alphonse Mucha, que começou desenhando cartazes para o teatro de Sarah Bernhardt.

A Belle Époque na arquitetura em Paris

O polêmico Hector Guimard, arquiteto de estilo ousado, foi um dos maiores expoentes da arquitetura desse período, caracterizada pelo uso do ferro forjado, do vidro e de colunas nas construções. A utilização do ferro permitia a elaboração de arcos e grades, formando plantas, flores e outros detalhes decorativos. A arquitetura residencial tornou-se menos padronizada, com detalhes mais ricos e fachadas enfeitadas com estátuas de inspiração greco-romana. Preste atenção e você perceberá a diferença entre os imóveis desse período e os sóbrios prédios haussmannianos, todos iguais. Um bom exemplo da arquitetura Art Nouveau é o Castel Béranger, em Auteuil.
Por trás de tudo, a intenção era democratizar a arte e a arquitetura, tornando-as acessíveis a todos. O estilo de Guimard, por exemplo, consolidou-se com as estações de metrô. Era a arquitetura para o uso da população, voltada para um meio de transporte que, em princípio, devia ser o mais democrático possível.

Paris na Belle Époque

A Exposição Universal

Escolhida para receber a Exposição Universal por dois anos consecutivos, Paris ganhou em 1899 a Tour Eiffel e em 1900 dois novos e belos edifícios: o Petit Palais e o Grand Palais. Outros pavilhões monumentais, construídos em metal coberto de estuque, entre os Invalides e os Champs de Mars, foram demolidos no fim das exposições. (Esse “desperdício” era possível graças à prosperidade da época). A Paris modernizada tinha agora iluminação a gás nas vias públicas e ônibus puxados por cavalos ligando os diferentes bairros.

A vida em Paris durante a Belle Époque

Além do transporte público, havia carroças, charretes, carruagens e outros veículos de tração animal, o que tornava o trânsito infernal em alguns bulevares. Num só dia, 60 mil veículos, 70 mil cavalos e 400 mil pedestres passavam em média por cada um dos cruzamentos mais importantes da cidade. A população e os jornais reclamavam dos montes de estrume equino nas ruas e do cheiro de estrebaria que tomava conta da cidade, principalmente no verão. O metrô, inaugurado em 1900, e o bonde, inicialmente a vapor, depois elétrico, foram parte da solução, mas muitos acreditavam que a poluição só acabaria com a utilização generalizada de veículos com motor a explosão. Não haviam pensado ainda em fazer rodízio de cavalos!

Tudo fervilhava em Paris da Belle Époque

A extravagância virou moda. Na literatura, o estilo malicioso e sensual fazia escola. A moda realçava os contornos femininos; a cintura fina, apertada por cintas elásticas, culminava em pregas de tecido que avolumavam os quadris. Os decotes mais ousados revelavam os seios comprimidos em corpetes. Nunca as parisienses deram tanta atenção à maquiagem.
Com a invenção do cinematógrafo (o primeiro projetor de filmes) pelos irmãos Lumière, em dezembro de 1895, foi feita a exibição pública dessa grande novidade. O local escolhido foi o Grand Café, no Bd. des Capucines, cujo salão Indien, no subsolo, tornou-se a primeira sala de cinema do mundo. Isso hoje pode nos parecer engraçado, mas quando foi exibido o curta-metragem L’Arrivé du Train à la Ciotat (“Chegada do trem em Ciotat”) mostrando uma locomotiva aproximando-se da estação, muitos dos espectadores se encolheram ou se levantaram assustados, temendo que o trem viesse sobre eles!

Video sobre o filme “Meia-Noite em Paris”

Os cafés-concerts, marca registrada da Belle Époque

Os cafés-concerts, com preços acessíveis e variedade de opções de lazer, trouxeram o prazer ao alcance de todas as classes sociais, concorrendo com o circo e o teatro. Cada um podia chegar ou sair quando quisesse, sem ter de esperar o final da apresentação. Era um local onde se podia comer, beber e fumar com os amigos ou mesmo conseguir a companhia de uma cortesã ou corista.
A maioria dos cafés-concerts situava-se na região norte de Paris, no Boulevard de Strasbourg, nas proximidades da Porte Saint-Denis, de onde se expandiram rapidamente. Sua programação era uma mistura de teatro, recitais de poesia, circo e algumas inovações como acrobatas, bailarinas orientais, cantores, palhaços e equilibristas. Satirizavam-se os poderes estabelecidos, por meio de anedotas sobre políticos e personagens famosos.

Le Chat Noir, o Moulin Rouge e o Folies-Bergères

Um gato negro miando numa alçada foi a inspiração para o nome de uns dos primeiros e mais famosos desses templos do lazer: Le Chat Noir. (Quantos turistas brasileiros não resistiram à tentação de comprar uma reprodução dos pôsteres desse cabaré, vendidos nas margens do Sena?).
Em seguida surgiram o Moulin Rouge e o Folies-Bergères, que na época eram cafés-concerts, além do Lapin Agile, que mantém a tradição até hoje.

Os grands boulevards

Os grands boulevards, a primeira região de Paris onde começaram a se instalar cinemas, eram animados dia e noite e se tornaram um lugar da moda. Em 1894, o futebol, trazido da Inglaterra, apenas começava a despertar o interesse dos franceses. O vencedor do primeiro campeonato da França de futebol, o Standart Athlétic Club de Paris, tinha um só jogador francês para dez ingleses! (Como foi que os franceses aprenderam a jogar tão direitinho?)

Santos Dumont

Logo no começo do século, um brasileiro deu muito o que falar em Paris, o “Petit Santos” — nosso Alberto Santos Dumont. Depois de seus primeiros ensaios (em um dos quais ele acabou caindo sobre um restaurante no Trocadéro), o aeronauta conseguiu, com o pequeno dirigível Brasil, fazer o percurso St-Cloud/Tour Eiffel/St-Cloud em menos de 30 minutos e ganhar o prêmio Deutsche de la Meurthe. Os 100.000 francos que recebeu foram distribuídos entre seus colaboradores e pessoas necessitadas. Em 1906, os parisienses viram entusiasmados o 14 Bis percorrer 220 metros, voando a 6 metros de altura e obtendo o primeiro recorde homologado da história da aviação.

As conquistas sociais

No campo social, algumas conquistas foram aos poucos sendo obtidas pelos operários e em 1906 o repouso semanal tornou-se obrigatório. Com isso, muita gente saía de Paris aos domingos e os déjeuners sur l’herbe (almoços ao ar livre) e bailes campestres foram se tornando comuns. São dessa época as guinguettes (restaurantes dançantes) às margens do rio Marne, perto de Paris.

Paris na Belle Époque: quase três milhões de habitantes

Em 1910, quando foi concluída a Basílica de Sacré-Coeur, a cidade já atingira 2,9 milhões de habitantes, o que representa mais do que sua população atual, se excluirmos a periferia.
Foi um momento de muita produção artística e o auge do Impressionismo, quando diversos pintores famosos se estabeleceram em Montmartre. Essa fase dourada da Belle Époque durou até 1914, quando começou a Primeira Guerra Mundial.

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