Os francos
Com a decadência gradual do Império Romano, a cidade passou a sofrer invasões de diversos povos bárbaros a partir do final do século III, e uma muralha foi construída para melhor protegê-la. Nessa mesma época, Lutécia passou a ser conhecida como Paris.
Diz a lenda que, em 451, uma jovem cristã chamada Geneviève (Genoveva) convenceu os parisienses a resistir ao ataque de Átila, o Huno, salvando a cidade. Verdade ou não, ela acabou virando santa, padroeira de Paris, e a colina que fica no Quartier Latin, onde hoje está o Panthéon, tem o seu nome. Em 486, a mesma Geneviève teria apoiado outro bárbaro, Clóvis, rei dos francos, quando ele tomou a Gália – e Paris.
A adoção do cristinismo por parte de Clóvis: jogada política?
Apesar de sua origem bárbara, Clóvis casou-se com uma cristã e adotou sua religião. Existem duas versões para a conversão do rei franco ao Cristianismo: a primeira dá todo o crédito à influência de sua mulher, Clotilde (parece que naquela época as mulheres sempre terminavam por conseguir com que os maridos fizessem o que elas queriam…); a outra leva em conta a brilhante jogada estratégica que permitiu a Clóvis ter como aliada a então já poderosa Igreja Católica. Talvez ambas tenham um fundo de verdade, mas, seja como for, aí nasceu a profunda ligação da França com a Igreja Católica. Foi esse o início da dinastia dos merovíngios.
Cristãos, mas ainda bárbaros
Mesmo convertidos ao Cristianismo, os francos continuavam sendo bárbaros que se dedicavam a pilhagens e não respeitavam nada nem ninguém. Os mais “bonzinhos” eram capazes de envenenar o sobrinho; os menos escrupulosos, se necessário fosse, matariam a própria mãe. Como não havia regras de sucessão bem definidas e, em princípio, qualquer filho do rei, não necessariamente o primogênito, podia herdar a coroa, a maneira mais eficaz de chegar ao trono era eliminar os concorrentes.
Quando os francos ocuparam Paris, esta perdeu o aspecto bem organizado e relativamente limpo das cidades romanas. Os aquedutos e esgotos deixaram de receber manutenção e o lixo passou a se acumular nas ruas.
Foi Clóvis quem tornou Paris a capital do que hoje é a França. Mas até então, e durante muito tempo ainda, não se pode falar de uma verdadeira identidade nacional. Não só em Paris, mas em toda a Europa, o poder era muito diluído entre chefes e reis que disputavam pequenos territórios.
Os rois fainéants e os Maires du Palais
Nesse período confuso da Alta Idade Média, com os príncipes se confrontando pela posse da coroa e o poder sendo constantemente contestado, os reis chamados de rois fainéants (“reis que nada fazem”) tinham pouca autoridade. Quem realmente governava eram os chamados Maires du Palais (administradores do palácio).
O mais importante de todos os Maires du Palais foi Carlos Martelo, que venceu os árabes na batalha de Poitiers, impedindo a ocupação da França pelos muçulmanos. Seu filho, Pepino, o Breve, acabou tornando-se rei e deu início à dinastia dos carolíngios.
Carlos Magno
Carlos Magno, que sucedeu Pepino, o Breve, conquistou grande parte da Europa e conseguiu ser nomeado Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, no ano 800, pelo próprio Papa. Figura histórica bastante importante, foi o primeiro soberano a estimular o estudo, as artes e a cultura (apesar de ele próprio ser analfabeto!). Além disso, Carlos Magno consolidou o sistema feudal de suserania e vassalagem: cada homem livre deveria prestar o juramento de servir a seu senhor, que faria o mesmo juramento a outro senhor mais poderoso e assim por diante, até chegar ao rei.
No começo do século IX, estimulada por um comércio fluvial cada vez mais importante, Paris se expandia por ambas as margens do Sena e já devia ter, segundo a estimativa de alguns historiadores, 20 mil habitantes. Mesmo assim, Carlos Magno preferiu estabelecer a capital de seu reino em Aix-la-Chapelle e Paris passou a ser apenas um condado entre tantos outros.
Os normandos
Desprotegida e deixada à própria sorte, a cidade ficou sujeita ao ataque dos normandos, cujos barcos subiam facilmente o Sena. A partir de 845, Paris foi alvo de sucessivas pilhagens.
Os invasores exigiram do rei Carlos, o Calvo, o pagamento de 7000 moedas de prata como condição para desocupar a cidade. Incêndios e saques seguiram-se por várias vezes nos anos seguintes, inclusive na Abadia de St-Germain-des-Prés, cujo “resgate” havia sido pago (os normandos, ao que parece, não tinham muita palavra!). Em 886, o desastre foi total: uma inundação destruiu uma ponte sobre o Sena, usada como proteção da cidade, facilitando ainda mais as coisas para os invasores. No final do século IX, em razão dos ataques normandos, Paris se limitava principalmente à Île de la Cité. Nas duas margens totalmente arrasadas e pilhadas, novas construções só voltariam a ser erguidas no começo do século seguinte, quando cessaram os ataques.
A paz foi alcançada quando uma parte da França foi entregue aos piratas normandos. É essa a região hoje denominada Normandia.
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