Os Bourbons

História da França: os Bourbons e a Monarquia Absoluta, as reformas urbanas em Paris, uma época de avanços científicos e filosfóficos.

Maria Antonieta

Os Bourbons

Paris se urbaniza

Na Renascença, apesar das crises, guerras e revoltas, Paris havia se consagrado como um dos grandes centros culturais europeus e uma referência para os artistas e intelectuais da época. Durante os reinados dos Bourbons, dispostos a transformar a cidade numa capital digna de sua grandeza, novos e importantes trabalhos urbanos foram iniciados. Sob Henrique IV, o Louvre passou por reformas e foi ampliado; Paris ganhou novas praças, como a Place Royale (atual Place des Vosges) e a Place Dauphine, e uma belíssima ponte, a Pont Neuf, ligando as duas margens à Île de la Cité, foi inaugurada.
Sob Luís XIII, com a consolidação da monarquia absolutista e a extensão do poder real por toda a França, Paris passou por outras importantes transformações urbanísticas. Construíram-se novas pontes e, em 1614, as ilhas de Notre-Dame e aux Vaches foram reunidas, formando a atual Île St-Louis, urbanizada e enquadrada por cais de pedras. Datam dessa época seus elegantes hôtels particuliers, quando a ilha se tornou um dos endereços mais elegantes de Paris.

A Rive Droite

Na Rive Droite, as fortificações foram reforçadas e a cidade foi ampliada em ambas as margens, com novos bairros, como o Faubourg Saint-Honoré e o Marais, num antigo pântano drenado. Na Rive Gauche, nasceu o Faubourg St-Germain. Alguns dos mais belos edifícios de Paris foram então construídos, entre eles o Palais Royal, que Richelieu deu de presente ao rei, e o Palais de Luxembourg. A capital francesa reafirmou também sua importância nas artes e na literatura. Em 1620, foram criadas a Imprimerie Royale (Imprensa Real), a Academia Francesa e o Jardin des Plantes (Jardim Botânico).

Luiz XIV e os parisienses mal-humorados

Mas nem tudo eram flores; as diversas revoltas de maior ou menor envergadura ocorridas em Paris e o humor incerto dos parisienses reforçaram as desconfianças da realeza quanto à tradição rebelde da capital. Luís XIV, traumatizado durante sua juventude pelas humilhações que passou durante a Fronde (a revolta dos parisienses de 1648), tratou de mudar-se para Versalhes. Embora o Rei-Sol preferisse Versalhes, Paris não foi negligenciada. Tornou-se mais segura, com a instalação de lampiões a óleo em mais de 900 ruas, e ganhou novos e elegantes monumentos, edifícios, praças e jardins. São do reinado de Luís XIV a concepção atual dos Jardins des Tuileries, as Portes Saint-Denis e Saint-Martin, a Place des Victoires e a Place Vendôme.

Em 1670 a maioria da população já sabia ler e escrever

Em 1670, Paris já tinha algumas dezenas de editoras e a maior parte de sua população sabia ler e escrever. As estradas foram melhoradas e linhas regulares de diligências ligavam a capital aos principais centros do país com mais rapidez e conforto. Isso também facilitava a difusão de ideias e contribuía para a politização de outras regiões.
Esse foi um tempo difícil para os parisienses, esmagados por impostos destinados às guerras externas de Luís XIV e à manutenção de uma corte ociosa e cara.

Um período importante para a ciência e para as artes teatrais

O teatro francês, incentivado pela corte, viveu uma fase de muita criatividade com Molière e Racine e o nascimento da Comédie Française em 1680.
Obviamente, peças que desagradavam a corte eram simplesmente proibidas. Assim, em 1697, Madame de Maintenon, amante de Luís XIV, sentindo-se identificada com a personagem central da peça italiana La Fausse Prude, expulsou toda a companhia. (Prude em francês é “uma mulher que aparenta virtude” e fausse significa “falsa”. Entendeu porque ela colocou os italianos para correr?).

O final do Antigo Regime

No fim do século XVII apareceram os primeiros cafés (entre eles o famoso Procope, que existe até hoje) e os sallons, pontos de encontro de filósofos, escritores e poetas, cujas concepções da vida e da sociedade influenciariam os revolucionários de 1789 e contribuiriam para mudar os rumos da História. Bares e jogos de bilhar começaram a se tornar moda. Pouco a pouco, novidades foram incorporadas aos hábitos da população, como o café com leite matinal e o chocolate.
Paris foi se beneficiando de melhorias urbanísticas e de pequenos progressos. Em 1769, houve uma discreta mas importante contribuição para a higiene da cidade, com a instalação dos primeiros banheiros públicos.
Outras novidades, porém, causaram muito mais sensação, como o primeiro voo tripulado da História, realizado em 1783, em um balão de ar quente construído pelos irmãos Montgolfier.

A difusão dos jornais

Com a difusão dos jornais, consequência do aprimoramento da imprensa, aumentaram os ataques ao regime, que passou a censurá-los. Alternando repressão com tentativas de reformas, Luís XVI, coroado em 1775 aos 21 anos, era um rei fraco, muito mais envolvido com as intrigas da corte de Versalhes do que com a gestão do Estado. Um dos maiores problemas do regime era a questão fiscal. As despesas continuavam subindo e em boa parte eram provocadas por guerras e pelas extravagâncias da corte, que excediam em muito a arrecadação, enquanto os impostos só aumentavam (É incrível como isso parece atual!). Mesmo assim, o rei ainda tinha certo apoio, enquanto sua esposa, a austríaca Maria Antonieta era universalmente detestada. Os próprios nobres irritavam-se vendo-a cumular de favores e cargos bem remunerados pessoas de sua relação, muitas delas estrangeiras.

Maria Antonieta

Numa época em que faltava pão, principal alimento do povo francês, os parisienses suportavam com dificuldade essa rainha estrangeira, esbanjadora e demasiadamente intrometida nos assuntos do Estado. A ela se atribui a frase, verdadeira ou não: “Se não têm pão, por que não comem brioches?” Sobre a moralidade da rainha circulavam todo tipo de fofocas e até mesmo charges das mais pesadas, algumas das quais apontavam-na como amante do irmão do rei, o Conde d’Artois, de quem era muito próxima.

Uma época de avanços científicos e filosóficos

A Europa passava nessa época por uma fase de grandes avanços científicos. O reflexo das descobertas e invenções desse período nas manifestações filosóficas e literárias consistiu no chamado Iluminismo, que derrubou todos os pilares da visão de mundo de então.
A Encyclopédie (Enciclopédia), com 17 volumes de informações científicas e filosóficas publicados entre 1751 e 1772, elaborada principalmente por Diderot e d’Alembert, com a colaboração de intelectuais do peso de Rousseau, Voltaire e Montesquieu, causou um enorme impacto. Seu conteúdo privilegiava o uso da razão em detrimento da crença em dogmas. Isso, evidentemente, desagradou a Igreja, e a obra foi condenada em 1752 pelo arcebispo de Paris. Além da Encyclopédie, as obras de Rousseau (Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens, de 1755 e O Contrato Social, de 1762) também foram fontes de inspiração ideológica para todos aqueles que desejavam o fim do Absolutismo, ensejando uma nova visão política.

A precária situação do tesouro real

O engajamento francês ao lado dos norte-americanos não onerou apenas o tesouro real. A guerra de independência contra a Inglaterra, em 1776, foi uma rebelião contra uma monarquia opressiva. Pela primeira vez na História, os valores iluministas de liberdade e igualdade foram materializados e isso não podia deixar de ter reflexos na França de Luís XVI.
O isolamento do rei em Versalhes colaborou para a perda da simpatia dos parisienses. Mesmo os nobres que frequentavam a corte achavam o lugar bucólico demais e continuavam a manter seus luxuosos hôtels particuliers em Paris.
O fato é que o chamado antigo Regime era não só incompetente, mas também corrupto.
Algo que no século XVII ou mesmo hoje em dia acaba com a economia de um país.

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