Os ayllus: As famílias descendiam de um ancestral comum
O império, centralizador e autoritário, guerreiro mas, também, agrícola, tinha sua base administrativa em comunidades chamadas ayllus – instituição pré-incaica constituída por um grupo de famílias que se acreditavam descendentes de um ancestral comum.
Os ayllus: a organização hierárquica
Os ayllus das terras altas eram destinados a culturas como a da batata; no litoral, deviam produzir sal e pescado; nos vales, criavam lhamas, alpacas e vicunhas. Cada ayllu possuía seu curaca – chefe ou, grosso modo, um prefeito que cuidava de todos assuntos administrativos de sua comunidade, recolhia os impostos e prestava contas ao Tucuy Ricoc, representante do imperador. A fidelidade dos curacas ao império era total e alguns chegavam, nos anos onde a produção agrícola era abundante, a propor o aumento da carga de impostos de sua comunidade… O curaca que administrasse mal seu ayllu era destituído do cargo e passava a trabalhar como pastor. (Interessante pena para a improbidade administrativa!). Caso um rapaz do ayllu agisse errado, se tivesse menos de 26 anos, seus pais eram igualmente punidos e, muitas vezes, toda a comunidade também. Assim, todos tinham interesse em manter a ordem em seu ayllu.
A organização do trabalho
Os membros do ayllu executavam três tipos de trabalho: o ayni, eminentemente agrícola, destinado a satisfazer às necessidades primárias da comunidade; a minca, trabalho nas terras do Inca e do Sol, realizado anualmente como uma grande festividade; e a famosa mita, prestação de serviços pelos homens adultos para a construção de obras públicas. Os ayllus deviam também, cada um, fornecer soldados ao império. Estes só podiam se casar após servir o exército até os 25 anos. Os mais aptos tornavam-se guerreiros; os demais, carregadores. Completado seu tempo no exército eram autorizados a voltar para sua pacaraina (a terra de nascimento, o ayllu).
Os ayllus: Comunidades autossuficientes
Naturalmente, uma sociedade agrícola baseada em comunidades mais ou menos autossuficientes como os ayllus não favorecia o desenvolvimento do comércio. Mesmo assim, havia mercados funcionando na base do escambo, a troca direta de mercadorias. Sabe-se também que caravanas de lhamas percorriam grandes distâncias, levando para Cusco produtos de ayllus de diferentes partes do império: frutas das terras baixas, sal, peixe seco e adubo do litoral etc.
Visando fortalecer os laços entre os membros do ayllu, duas ou três vezes por mês faziam-se refeições comunitárias, das quais todos participavam, com a presença do curaca.
Como ir ao Peru
Escolha a reserve sua passagem aérea ou pacote para o Peru
Relatos de viagem
A Trilha Inca | Viagem pelo Valle del Colca