História de Portugal: o tumultuado século XV
Dom João II
A expansão comercial favoreceu principalmente a burguesia mercantil lisboeta, apoiada pelo príncipe Dom Pedro. Este, após a morte de seu irmão Dom Duarte em 1438, tornara-se regente em razão da menoridade do sobrinho (que mais tarde se tornaria rei com o título de Afonso V). Tumultos provocados pela nobreza, deixada em segundo plano, resultaram no afastamento e morte do regente. Seu sucessor Dom João II, coroado em 1481, usou a riqueza para consolidar seu poder. Com dinheiro no bolso peitou os nobres mais rebeldes, inclusive o poderoso Duque de Bragança, executado em Évora, “para servir de exemplo”. Outra pedra no sapato de Dom João II foi o Duque de Viseu, que era seu cunhado, executado sem necessidade de processo, guardas ou carrasco, pois foi apunhalado até a morte pelo próprio rei.
A expulsão dos judeus
Este aproveitou-se ainda da expulsão dos judeus do território espanhol e aceitou-os em Portugal mediante o pagamento de um pesado tributo. A permissão foi válida apenas por oito meses. Passado esse tempo a maioria teve que sair às pressas do país ou renovar em ouro o direito de permanência. Os demais foram escravizados juntamente com muçulmanos. Dom João II ficou conhecido como “o Perfeito”.
A política escravagista
Enquanto a nobreza cortesã a serviço do rei enriquecia com o comércio do ouro e outros produtos, a nobreza fundiária, necessitada de mão de obra para suas terras no Alentejo e no Algarve, empenhou-se inicialmente em capturar prisioneiros árabes – homens e mulheres – no Magreb para depois voltar-se para o tráfico negreiro. Essa população, que chegou a ser numerosa, miscigenou-se com o passar dos séculos, mas ainda encontramos no Alentejo portugueses cuja cor de pele sugere que tiveram africanos entre seus ancestrais.
O caminho das Índias
Em 1488 Bartolomeu Dias alcançou o Cabo das Tormentas, no extremo sul do continente, renomeado para Cabo da Boa Esperança. Sob Dom Manuel I, chamado de “o Venturoso”, que subira ao trono em 1495, Vasco da Gama alcançou as Índias em 1497. No lugar de se dedicar à conquista de territórios, Portugal pretendia estabelecer feitorias comerciais. O modelo adotado fazia do rei o principal empresário do país. Dez contos de réis investidos num empreendimento marítimo rendiam mais de cem contos se as naves retornassem carregadas a Lisboa. Mesmo que certos emprendimentos não fossem financiados pela coroa, uma porcentagem dos lucros ia para o tesouro real.
Navegar é preciso
As grandes navegações, mesmo que também pretendessem difundir o cristianismo, razão pela qual recebiam o apoio e o incentivo do papado, tinham por principal interesse o comércio do ouro e das valiosas especiarias. No caminho de volta, se pudessem, capturavam ou compravam escravos.
Pouca gente hoje em dia acredita que o Brasil foi “descoberto” por acaso. A disputa entre Portugal e Espanha pela posse dos territórios a serem descobertos do outro lado do Atlântico indica que ambos os países desconfiavam da existência de terras a oeste da África.
A descoberta da América
Em 1492, Cristovão Colombo chegava à América. O mais curioso é que Colombo, em busca de financiamento para sua aventura, antes de conseguir o apoio dos reis espanhóis, procurara o monarca português, mas Dom Manuel I recusou a proposta (deve ter se arrependido!). Para pôr fim à querela, o Tratado de Tordesilhas, mediado pelo papa, assinado em junho de 1494, estipulava que pertenceriam aos portugueses as terras descobertas até 370 léguas (1.770 km) a oeste das ilhas de Cabo Verde, cabendo à Espanha as situadas além desse limite. Na ocasião, Luís XII, rei da França, ironizou: “Em que artigo de seu testamento Adão repartiu a Terra entre portugueses e espanhóis?”
Depois da bem-sucedida viagem de Vasco da Gama à Índia, nova esquadra, dessa vez com treze navios, foi enviada ao Oriente pela mesma rota. Para evitar as calmarias na costa da África, mas também na tentativa de descobrir novas terras, Pedro Álvares Cabral, comandante da expedição, desviou-se bastante rumo a oeste, até dar com os costados no que é hoje o litoral do estado da Bahia, na altura de Porto Seguro.
Nas primeiras décadas do século XVI não se pensou em colonizar as novas terras, habitadas por índios hostis e com pouco a oferecer além do pau-brasil, madeira utilizada como corante. O grande negócio do reino eram as especiarias das Índias, que garantiram grandes lucros a Portugal ou, mais exatamente, à realeza. Esta, porém, no lugar de investir no desenvolvimento do país, torrou os lucros obtidos, construindo suntuosos palácios.
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