O pós-guerra, a ascenção e queda de Perón
1946: o cel. Domingos Perón assume o poder
Em 1946, o tenente-coronel Juan Domingo Perón, ministro do Trabalho, tomou o poder, levando a Argentina a uma ditadura inspirada no regime italiano de Mussolini, com forte colorido populista, que teve muitos traços em comum com a de Getúlio Vargas no Brasil, como o fato de nunca ter chegado a excessos na proporção daqueles cometidos pelo regime fascista.
Tendo por companheira Eva Duarte, a carismática “Evita”, Juan Domingo Perón foi durante um longo período o homem forte da Argentina. Suas aparições na sacada da Casa Rosada atraíam milhares de portenhos.
A morte de Evita e a queda de Perón
Após a precoce morte de Evita em 26 de julho de 1952 e em razão da crise econômica que abalava a Argentina, o regime peronista começou a enfrentar uma crescente oposição, até Perón ser deposto por um golpe de estado em 1955, quando seu partido, o Justicialista, foi fechado. Exilado em Madri, o caudilho mantinha contato com o partido que, embora clandestino, possuía forte penetração sindical.
Seguiu-se um período em que se alternaram no poder presidentes eleitos pelo voto popular, como Frondizi e Illia, e governantes militares golpistas, em meio a intensa agitação popular comandada pelos peronistas e pela esquerda, que dominavam os sindicatos portenhos e de outras grandes cidades argentinas.
Proibido de concorrer às eleições, ainda exilado, casado em segundas núpcias com Maria Estela Martínez, a “Isabelita”, Perón conseguiu em 1973 eleger seu fiel escudeiro, Héctor J. Cámpora. Este assumiu o governo em março, mas renunciou poucos meses depois para permitir a realização de novas eleições, vencidas pelo “chefe” em 23 de novembro, tendo Isabelita como vice-presidente. Gardel faria um tango com um script desses!
Que imigrantes são esses?
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Argentina – assim como o Brasil – encheu o caixa nacional fornecendo provisões aos beligerantes. Ao contrário de Getúlio, que durante boa parte da guerra ficou “em cima do muro”, o regime argentino manteve-se neutro até o fim. Isso fez com que, terminada a guerra, o país recebesse outra enorme leva de imigrantes. Muitos eram judeus que buscavam oportunidades fora da Europa arrasada, mas outros eram nazistas, que chegavam ao país com papéis falsos (coisa que o regime de Perón estava careca de saber). Freqüentemente, chegavam com muito ouro e dinheiro, parte dele roubado de judeus. Se Perón fechava os olhos à entrada no país de notórios nazistas, estes contavam com a simpatia de setores de extrema direita da oficialidade argentina.
Uma mãozinha da direita católica aos fugitivos nazistas
Na Europa, os fugitivos, fossem criminosos nazistas alemães, ou colaboradores franceses, tchecos ou poloneses, eram ajudados pela direita católica, que lhes fornecia os meios e documentos falsos, inclusive passaportes da Cruz Vermelha Internacional, para emigrar para a Argentina. Com a Guerra Fria, mesmo os americanos, depois de empregarem serviços de nazistas capturados, os despachavam para a Argentina, onde viviam sem ser incomodados. Um dos mais famosos, Adolf Eichmann, foi capturado por um comando israelense e levado secretamente para Israel, onde foi julgado e condenado à forca. Apesar de inicialmente protestar contra a ação israelense, a Argentina passou a atender pedidos de extradição de criminosos nazistas procurados pela justiça de outros países.
Para aprofundar-se um pouco mais no assunto, procure em uma boa livraria em Buenos Aires o livro “Oro nazi en Argentina”, do jornalista Jorge Camarasa, que serviu de roteiro para o filme Oro Nazi, de Rodolfo Pereyra, lançado em 2004.
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