Como se orientar ao percorrer a Europa de carro

Como se orientar ao percorrer a Europa de carro, dicas sobre o uso do mapa e do GPS, as placas de sinalização na Itália.Informações e dicas.
O círculo ao chegar numa cidade sempre indica o centro

Recursos para se orientar na estrada em viagens de carro pela Europa

por Lúcio Martins Rodrigues

Parece fácil, mas muita gente se atrapalha na estradinhas europeias. As redes rodoviárias são muito mais complexas no Velho Continente, e há geralmente mais de uma estrada ligando dois destinos. O melhor é ter à mão opções de orientação diferentes, uma complementando a outra.

O copiloto

Quando se viaja de carro pela Europa, geralmente temos a companhia de alguém, seja um amigo, esposa, seja namorada. Na Europa, a rede rodoviária é densa, há milhares de cidadezinhas e um monte de placas que aparecem de repente quando você chega numa rotatória. É preferível que o motorista se concentre na estrada, e o copiloto, em olhar placas, mapa, GPS etc. O papel do copiloto pode ser, não apenas útil, mas essencial. O copiloto deve olhar bem o mapa e compreendê-lo antes de chegar a um cruzamento ou rotatória, e não esperar a última hora para tentar entender a direção que deve indicar. Fico de olho no mapa. E ser claro como um GPS:  “Pegue a segunda entrada à esquerda, na rotatória, direção Siena”. Não serve dizer: “Pega, ali, depois dá uma volta pra lá, assim!”. Pior ainda é não prestar atenção e indicar errado e, no último momento, começar a esguelar: “Não é à esquerda, é em frente, esterça depressa!” Essa é a melhor receita para uma colisão. O que o motorista deve fazer é nunca tentar manobra brusca que pode provocar um acidente, mas continuar na rotatória, dar uma volta inteira e, então, pegar a direção certa. Só depois fulmine com os olhos so eu ou a sua copiloto…

Mapas

Minha forma de orientação preferida. Todos os guias de viagem têm mapas, mas são mapas destinados à organização da viagem e apenas com os principais destinos. Não há espaço na página de um livro para muito detalhe. Para ter mais informação utilize o Google Maps. Mas o ideal é ter consigo um grande mapa rodoviário, o mais completo possível.  É raríssimo que bons mapas rodoviários contenham erros. É, porém,  difícil encontrar no Brasil mapas rodoviários de países europeus. O jeito é comprar no aeroporto ao desembarcar na Europa. Sempre existem nos aeroportos livrarias onde eles podem ser encontrados. O problema é que, o mais provável, é que você consiga apenas um mapa da França ou da Itália inteira, por exemplo. Nem sempre é fácil achar no aeroporto mapas de regiões mais detalhados, como Toscana, na Itália, Bretanha, na França etc. Nos mapas que cobrem o país inteiro as estradinhas secundárias não aparecem. E lugares de grande interesse turístico, mas minúsculos, também não. Mapas de regiões são encontrados mais facilmente nos postos de gasolina, sobretudo aqueles grandes que existem nas autoestradas e, quase sempre, os da região que você está percorrendo no momento. Mapas também podem ser encontrados em cidades, em postos de gasolina e, principalmente, em bancas de jornal.

É muito importante lembrar que o mapa pode confundir se não for lido na posição correta. Algumas pessoas se atrapalham porque têm o vício de só pegar o mapa com as legendas na posição de leitura mais fácil, sem considerar a direção que estão seguindo. Não viram o mapa na posição correta, que pode ser de lado, ou de ponta-cabeça. É importante, em primeiro lugar, situar onde você está, em seguida, onde fica a cidade para onde deseja ir e olhar o mapa na posição certa, entendê-lo.

Placas

 É outra forma de se orientar bastante confiável, em geral. Você precisa, também, procurar distinguir, logo ao chegar, as placas que indicam os tipos de estrada que vai pegar. As de alta velocidade com pedágio (em geral a velocidade máxima é de 130 km por hora) têm um desenho estilizado de uma autoestrada. Infelizmente elas variam de país para país. Em alguns países são verdes, como na Itália, ou azuis, como na França.  As chamada estradas nacionais (route nationale, na França, assinalada com um N), Strada Statale, na Itália, assinaladas com SS) são também de alta velocidade, mas o limite é menor que nas autoestradas. A vantagem é que não há pedágio a pagar.
Somente em alguns casos há placas tortas ou mal colocadas. E igualmente sucede de indicarem uma direção e, mais adiante, quando a via em que você está rodando desemboca num “T”, não existir mais nenhuma placa indicando se seu destino fica à direita ou à esquerda, como já aconteceu conosco. Felizmente são raras as mancadas desse tipo.

GPS

 Existe mais de uma opção, Google, Waze etc. Podem ser comprados em alguns aeroportos no Brasil, mas são caros. Na Europa custam a metade do preço. O GPS não foi feito para copilotos… É só ligar o som do GPS! Alguns copilotos, entretanto, ficam fascinados com o aparelhinho nas mãos e não levantam o nariz do seu tablet ou smart-phone. Não olham a estrada, as placas, não aprendem o caminho, porque ficam fixados apenas no aparelho, com os olhos pregados nos desenhos que vão aparecendo no GPS, tentando entender alguma coisa. E, no caso do GPS, existe uma coisa que se chama bom senso. Às vezes existem pistas principais e locais. Se não vai rodar uma centena de quilômetros, por exemplo, pegue sempre a pista local. Acontece de o GPS apontar a principal, e indicar que a trezentos metros você tem de entrar à direita. Só que, frequentemente, não há, na pista principal, saída alguma à direita…  O GPS pode também confundir porque existem cidades com o mesmo nome em regiões ou províncias vizinhas, sempre com abreviações que você não conhece. Rodando pelo Abruzzo, na Itália, passamos por uma situação assim. O GPS apontava a esquerda, mas eu sabia que não seria possível porque a cidade para onde íamos ficava no Adriático, à nossa direita. Um bom mapa rodoviário nesse momento é bem útil.

Pedir informação

 Vou pegar a França e a Itália como exemplos, por serem os dois destinos turísticos mais importantes para brasileiros na Europa. No interior da Itália ou da França, se você for pedir uma informação, saiba que nem todo mundo fala inglês. Se você fala a língua, numa dúvida, pedir informação é bem útil. Se você só fala inglês, terá mais dificuldade. Não é necessário, entretanto, falar perfeitamente o italiano e o francês. Umas dicas bem básicas, mas superúteis, podem bastar. Você tem de saber apenas algumas palavrinhas e começar com uma frase obrigatória de cortesia, se quer ter boa vontade da parte de seu interlocutor. Em italiano é “Buongiorno signore (ou “signora”, se for mulher), em primeiro lugar. Depois, “per piacere, per prendere la direzione di Amalfi?.” Só isso. Se assimilar apenas três palavras. Dietro = direto, em frente; Destra = direita, e Sinistra = esquerda, entenderá muito facilmente a explicação da pessoa a quem você pediu informação. Em francês seria: Bonjour Monsieur (ou madame ou mademoiselle se for mulher), s’il vous plâit, pour prendre la direction de St-Malô? Há maneiras mais corretas de perguntar isso, mas essa é apenas uma forma de comunicação bem simplificada para quem no capita niente, e ne comprends rien… Aliás, por que não estudar um pouco o francês ou o italiano se você vai percorrer de carro o interior desses países?
Finalmente, temos ainda Portugal e Espanha, onde é fácil pedir uma informação e ser entendido. Aconselhamos pedir esse tipo de informação para pessoas adultas, maduras, para um policial ou em postos de gasolina, e nunca a adolescentes, que adoram ensinar errado… Velhinhas com idade próximo de 90 anos também não, geralmente elas não sabem explicar muita coisa.

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