Central Park, o grande oásis de Manhattan
Imagine um gigantesco oásis verde bem no centro de uma metrópole, ocupado por árvores, trilhas, gramados, pontes, lagos artificiais, pistas de patinação no gelo, reserva natural, zoológico e um dos principais museus do mundo. Isso existe: é o Central Park. Com a forma de um retângulo de 4,5 km por 800m, ele se estende verticalmente no meio da ilha de Manhattan, da 59th até a 110th Streets, ali chamadas respectivamente Central Park South e Central Park North. É ladeado a oeste pela 8th Avenue que, previsivelmente, ganha nesse trecho o nome de Central Park West, e a leste pela 5th Avenue (que, sabe-se lá por que razão, não é chamada Central Park East).
Mapa do Central Park
Inauguração em 1873
O parque nova-iorquino foi inaugurado em 1873, depois de treze anos de obras que consumiram cerca de 500 milhões de dólares em moeda de hoje. Diversamente de outros grandes parques urbanos como o Bois de Boulogne ou o Ibirapuera, o Central Park não teve origem na preservação de mata nativa; foi inteiramente planejado pelos arquitetos Calvert Vaux e Frederick Olmsted, seguindo um projeto que conciliava as necessidades e os gostos da época. Se os lagos e o relevo do parque parecem naturais, cabe a eles o mérito.
Terreno pantonoso
Na realidade, o terreno desapropriado para a construção era em parte pantanoso e ocupado por grandes rochedos, que precisaram ser explodidos com dinamite. A tarefa de dragar os extensos pântanos ocupou mais de 30.000 operários, que trabalhavam 14 horas por dia, já que a jornada de 8h ainda não fora implantada, e centenas de animais de carga.
A implantação do parque
Aproximadamente 1600 pessoas viviam em povoados pobres naquela área, muitas das quais criavam cabras e porcos. Apesar da resistência dos moradores, acabou todo mundo expulso e as aldeias foram desmanteladas.
No terreno já prepararado, foram plantadas cerca de 500 mil árvores, abertos caminhos e construídos lagos artificiais. Em 1880, o prestigioso Metropolitan Museum of Art foi inaugurado do lado leste do parque, embora a fachada atual do edifício só tenha sido concluída em 1926.
Vídeo de turismo sobre o Central Park em New York
Os ricos e suas carruagens
Logo de cara, o Central Park atraiu os ricos que, para mostrar “quem era quem”, percorriam o parque em luxuosas carruagens. (Afinal, ainda não havia Mercedes nem BMWs!). Os não tão ricos e a classe média passeavam a pé mesmo, fazendo no Mall (a alameda central) o footing que se faz até hoje nas praças das cidades mais provincianas e nos shopping centers das maiorzinhas – que, não por acaso, em inglês também são chamados malls.
A decadência do parque
Porém, já no final do século XIX, em razão do desleixo das autoridades, o Central Park era um lugar perigoso e decadente, utilizado como depósito de lixo ou fonte de lenha para alimentar fogões e lareiras.
Em 1934, durante a gestão do prefeito LaGuardia, e nas décadas posteriores, o parque recebeu melhorias, mas continuou sendo inseguro a qualquer hora do dia. Ali agiam gangues, trombadões e até estupradores. Nas décadas de 1960 e 70, com o status de principal área verde da cidade, era escolhido para grandes manifestações, marchas pacifistas contra a guerra do Vietnã e eventos hippies, como se vê no filme Hair.
A tentativa de recuperação
Devido a pressões para que o parque fosse mais bem cuidado, finalmente em 1980 o prefeito Edward Koch atribuiu sua administração à Central Park Conservancy, uma espécie de fundação que obteve doações de ricos moradores das redondezas, como Jacqueline Kennedy Onassis.
Diversos grandes nomes da música mundial se apresentaram no Central Park ajudando, em muito, a revalorizar a imagem do lugar. Elton John foi o primeiro, em 1980. Em 1981, o histórico show da dupla Simon e Garfunkel reuniu no Central Park cerca de meio milhão de pessoas. Em 1983 foi a vez de Diana Ross, só para mencionar alguns exemplos.
Milhões de dólares coletados permitiram a restauração do parque, a introdução de melhorias e reformas no Belvedere Castle.
A questão da segurança
Com as severas medidas tomadas pela prefeitura no final do século XX contra a criminalidade, o parque ganhou policiamento próprio e tornou-se muito mais seguro. Uma centena de delitos (a maioria deles, de menor gravidade) ainda ocorrem a cada ano; é pouco se comparado ao que acontecia na década de 1970. Mesmo assim, à noite, mesmo atualmente, o parque não é lugar adequado para se passear, inclusive porque o policiamento vai apenas até as 21h.
25 milhões visitantes por ano
O Central Park tem recebido cerca de 25 milhões de pessoas por ano, dentre elas turistas e gente engravatada que trabalha nos arredores e se acomoda em seus bancos na hora do almoço para tomar lanche. Outros vão tomar sol, patinar, namorar, andar de bicicleta ou passear de barco.
Ao passear pelo parque, leve sua câmera para registrar cenários memoráveis, como a ponte que liga as duas margens do lago perto da Bethesda Fountain. Aliás, o parque é tão fotogênico e nova-iorquino que tomadas de ótimos filmes foram feitas ali. Se você é admirador de Woody Allen, deve se lembrar que o parque apareceu em Annie Hall (Noivo Neurótico, Noiva Nervosa), Everyone Says I Love You (Todos Dizem Eu Te Amo) e Hannah and Her Sisters (Hannah e Suas Irmãs), dentre outros. A criançada de todas as idades também vai se lembrar do ratinho Stuart Little e do baile que o garoto dá no trapalhão Joe Pesci e em seu comparsa em Home Alone II (Esqueceram de Mim II) .
Principais atrações turísticas
O Central Park, além de ser uma enorme área de lazer, com lagos e muito verde é também local de shows, espetáculo e eventos (no verão normalmente) e possui um grande número de atrações para todas as idades. Saiba mais sobre as atrações do Central Park
Dica
Durante verão, quando o parque recebe o maior número de visitantes, são realizados diversos shows gratuitos.
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