As origens dos incas, lendas que se perdem na noite dos tempos
A origem da tribo de índios quéchuas que formou o maior império da América pré-colombiana é cercada de lendas. Tudo teria começado com um grande dilúvio, após o qual o deus-criador Viracocha criou os homens na região do Lago Titicaca. De grutas de uma imensa montanha teriam saído oito irmãos, os “Irmãos Ayar”, quatro homens (um dos quais, Ayar Manco) e quatro mulheres (uma das quais, Mama Ocllo), que partiram juntos em uma longa e turbulenta jornada pelos Andes, destinada a conquistar todas as terras e dominar seus povos. Levavam consigo um bastão de ouro; no local em que conseguissem fincá-lo no solo, deveriam se fixar, fundando uma cidade. Ao término da odisseia, haviam restado apenas Manco e suas quatro irmãs, que se estabeleceram em Cusco, a capital sagrada do Tihuantinsuyo, terra dos incas.
Manco Cápac, o primeiro Inca
Uma versão similar narra que, após o dilúvio, Manco Cápac, o primeiro Inca (cuja figura se confunde com a de Ayar Manco), e Mama Ocllo foram criados pelo Sol para civilizar o mundo, fundar um reino e criar uma religião em honra a seu pai solar, terminando, igualmente, com a fundação de Cusco, “o umbigo do mundo”.
Hanan Cusco e Hurin Cusco
Garsilaso de la Vega conta que a cidade era dividida em Hanan Cusco (a parte baixa, cujos habitantes foram convocados por Mama Ocllo) e Hurin Cusco (a parte alta, povoada pelos que foram arregimentados por Manco Cápac). A parte de baixo deveria reconhecer a superioridade da outra, fundada pelo soberano varão. (Estariam aí as raízes do machismo andino?).
Historiadores acreditam que os lendários irmãos Ayar seriam a personificação de aldeias ou ayllus que, unidos, deram origem ao povo inca. Embora lendas e História possam se confundir, sobretudo em face da ausência de relatos escritos da época, aceita-se que o primeiro imperador inca teria sido Manco Cápac, e Sinchi Roca, seu filho com Mama Ocllo, o segundo. Provavelmente eles foram chefes de uma aldeia, quiçá a própria Cusco, que conquistou povoados (curacazcos) vizinhos, dando início a um pequeno reino que se ampliou a partir do século XIII.
A rápida expansão da civilização inca
O modo espantosamente rápido com que se deu a expansão do império incaico não está esclarecido. Possivelmente um grande poderio militar foi um fator preponderante. Mas saber com certeza como tudo se passou não é fácil. Os relatos mais precisos sobre os incas, feitos por espanhóis, começam a adquirir maior detalhamento e veracidade histórica a partir do governo de Pachacútec, que perdurou de 1408 a 1468. Mesclando diplomacia, guerra e conhecimentos que, em muitos domínios, eram bem superiores aos dos povos vizinhos, seus sucessores ampliaram o território dominado.
Dúvidas históricas à parte, resta incontroverso que os incas estabeleceram na América do Sul um império que se estendia do norte da Argentina à Colômbia, controlando, a partir de Cusco, a vida de 12 milhões de pessoas. Esse império se encontrava no apogeu, sob o governo de Huayna Cápac, hábil guerreiro e administrador, quando os espanhóis desembarcaram no litoral peruano.
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