Portugal, uma arquitetura diferenciada e rica
Estilo românico
De influência francesa, foi um dos primeiros estilos arquitetônicos a ser introduzido em Portugal e teve seu período áureo durante a Reconquista. Dois exemplos desse estilo são a Sé de Braga, a Sé Velha de Coimbra, a Sé de Lisboa e a Sé de Évora. São catedrais de paredes espessas, com poucas janelas, de aparência pesada.
Estilo gótico
O gótico português nunca foi tão importante e elaborado como em outros países da Europa. A primeira construção nesse estilo foi o Mosteiro de Alcobaça, cuja construção iniciou-se em 1178, inspirado na Abadia de Cister, na França.
O Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, é outro belíssimo exemplar da arquitetura gótica. Entretanto, o mais expressivo mosteiro gótico de Portugal é o da Batalha.
Estilo manuelino
Com influências góticas e renascentistas, é o mais original e mais autêntico estilo arquitetônico português. Despontou no começo do século XVI, numa época áurea do país, durante o reinado de Dom Manuel I, financiado pelos extraordinários lucros do comércio de especiarias. A primeira construção manuelina foi o Mosteiro de Jesus de Setúbal, que começou a ser erguido em 1490.
Esse estilo arquitetônico chama a atenção pela profusão de elementos decorativos, muitos de inspiração marinha, com colunas e detalhes em forma de cordas entrelaçadas, cabeças de animais exóticos e folhagens. Você verá exemplos desse estilo por toda parte em Portugal, em igrejas, mosteiros e palácios. Repare nas colunas em forma de espiral, muitas vezes uma diferente da outra, e nos ricos portais, cada um mais detalhado que o outro. A construção manuelina mais famosa, fácil de ser visitada, um ícone de Portugal, é a Torre de Belém em Lisboa. Outras espetaculares obras manuelinas são o Mosteiro dos Jerónimos, também em Lisboa, e o Convento de Cristo, em Tomar.
Estilo renascentista
O estilo renascentista clássico nunca fez escola em Portugal. Porém, certos edifícios nesse estilo podem ser vistos em alguns lugares do país. É o caso da Ermida de Nossa Senhora da Conceição, em Tomar; a igreja do Convento do Bom Jesus de Valverde, em Évora; a Casa dos Bicos e o Palácio da Bacalhoa, em Lisboa.
Estilo barroco
O estilo barroco chegou bem depois em Portugal. Foi introduzido principalmente por influência dos jesuítas.
O Palácio dos Marqueses de Fronteira, erguido a partir de 1667 em Lisboa, é um exemplo desse estilo. Uma construção inteiramente barroca muito famosa é a Igreja de Santa Engrácia (atual Panteão Nacional), iniciada em 1682, marcante por sua enorme cúpula. Tomou séculos para ser terminada: só foi concluída em 1966. Virou sinônimo de algo interminável, seja uma casa, um livro, seja um projeto qualquer que toma muitos anos para ser terminado. “Ó gajo, isso é uma obra de Santa Engrácia!”.
Azulejos
O azulejo é tão associado à imagem de Portugal quanto o bacalhau. Foi introduzido no país pelos árabes com o nome de al-zulaicha no começo do século XV. O azulejo verdadeiro é uma peça pouco espessa, leve, de cerâmica esmaltada, que a deixa impermeável e lhe dá brilho. Alguns são lisos, outros têm um ligeiro relevo. Inicialmente, os azulejos usavam uma variedade de cores. Depois, em razão da influência holandesa, o azul monocromático passou a predominar.
Azulejos são elementos impermeáveis, de alto poder decorativo, baixo custo e fácil manutenção. Por isso, é utilizado até hoje, em banheiros e cozinhas.
Em Portugal, são usados azulejos em revestimento interno e, às vezes, até externo, como em certas igrejas, casas, edifícios públicos, estações de trem, palácios, lojas. A temática é a mais variada: enquanto alguns são geométricos, outros relatam episódios da história de Portugal.
No Palácio de Sintra, próximo a Lisboa, você verá os azulejos mais antigos de Portugal, trazidos da Andaluzia a mando de Dom Manuel I.
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