A primeira metade do século XX no Chile

Turismo e cultura. A História do Chile: a primeira metade do século XX no Chile, os conflitos sociais, a desigualdade social.

Chile 1935

 

 

A primeira metade do século XX no Chile

Os norte-americanos dominam o mercado

No início do século XX a maioria das minas de cobre já estavam sob controle norte-americano. O Chile era um país rico com um povo pobre, com mortalidade infantil de 30%, quase 70% de analfabetos e condições de trabalho calamitosas. A situação gerou as primeiras greves, conduzidas por comunistas e anarquistas. Para se ter uma ideia, só em 1907 os mineiros, que trabalhavam aproximadamente 16 horas diárias, passaram a descansar aos domingos.

À Questão Social e a repressão

O governo respondeu com feroz repressão. Um dos episódios mais tristes, a matança de Iquique ocorreu no norte do país, em dezembro de 1907, quando mais de 3 mil mineiros em greve foram metralhados. Apesar da repressão os trabalhadores conseguiram organizar sindicatos e, em 1912, fundar o Partido Trabalhador Socialista e lutar por transformações na sociedade chilena.

A questão Mapuche

Os Mapuches foram bravos guerreiros que durantes muitos anos conseguiram estancar o avanço colonial espanhol rumo ao sul do país. Apesar do governo colonial espanhol ter reconhecido o direito dos Mapuches aos seus territórios ancestrais  em 1641, pelo Tratado de Quilín, após a independência, os Mapuches tiveram suas terras invadidas por forças militares republicanas. Essa situação resultou em instabilidade, manifestações, revoltas e greves. A luta dos Mapuches continua até hoje.

Arturo Alessandri

Eleito em 1920, propôs uma nova legislação trabalhista muito avançada, mas deparou-se com a oposição dos conservadores, que dominavam o congresso nacional. Foi somente com a intervenção de jovens oficiais militares em 1924, conhecida como o Ruido de Sables, que a nova legislação foi aprovada. Em consequência da crise o presidente partiu para o exílio e os militares assumiram o governo. Porém, sem experiência administrativa, chamaram-no de volta um ano mais tarde. Em setembro de 1925 uma nova legislação foi aprovada, com a volta do regime presidencialista.

A nova crise

Outra crise, decorrente do conflito entre Alessandri e seu ministro da Guerra, Ibáñez, resultou na decisão de Alessandri de afastar-se definitivamente do poder. Homem forte do regime, na condição de ministro do Interior, Ibañez acabou tomando de fato as rédeas da nação em 1927. Seu governo, de cunho populista, adotou medidas positivas, como a promulgação do Código do Trabalho, mas tornou-se uma ditadura disfarçada, que restringia a liberdade de expressão e perseguia adversários políticos. Ibánéz tinha um perfil em muitos aspectos parecido com o de Getúlio no Brasil e o de Perón na Argentina.

A crise de 1929

Demasiado confiante na fonte de divisas representada pelos minérios, Ibáñez endividou a nação. Quando aconteceu a queda da bolsa de Nova York em 1929, os preços dos minérios de salitre desabaram. O Chile quebrou. Sem condições políticas para manter-se no poder, Ibáñez renunciou em 1931, deixando o país mergulhado em grave crise e sem condições de pagar empréstimos contraídos com os Estados Unidos.

A efêmera República Socialista do Chile

Juan Esteban Montero, que o sucedeu, teve que enfrentar graves insurreições, como a revolta da marinha e o golpe de junho de 1932, liderado por Carlos d’Ávila, Marmaduke Grove, e Eugenio Matte, que proclamaram a efêmera República Socialista do Chile, que durou menos de duas semanas. D’Avila mandou prender Grove e Matte na Ilha de Páscoa, mas governou por apenas 100 dias, até ser, por sua vez, afastado pelo exército.

O breve período democrático

Convocadas as eleições, venceu Arturo Alessandri, que retornou à cena política e governou o país até 1938, conseguindo manter a normalidade democrática e recuperar a economia nacional. Reflexo da política mundial do final dos anos 1930, o quadro partidário chileno viu-se dividido. De um lado estava a coalisão conservadora-liberal de direita, o Partido Radical, centrista, apoiado pela classe média. De outro, os partidos Socialista e Comunista. No outro extremo a ultradireita, inspirada no nazismo alemão e no fascismo italiano. Com o crescente antagonismo entre a esquerda e a direita, o acirramento dos problemas sociais e o aumento da repressão, o Partido Radical afastou-se do governo, aliando-se aos socialistas e comunistas.

O Massacre de Ranquil

A tensão chegou a um nível insuportável, após o Massacre de Ranquil, quando cerca de 200 trabalhadores foram chacinados pela polícia. Com a revolta espalhando-se por toda a nação, Alessandri fechou o congresso e declarou estado de sítio em fevereiro de 1936. Nas eleições seguintes, apesar da reativação da economia, provocada pelo aumento das exportações de cobre e pela recuperação da agricultura, o candidato Gustavo Ross, da coalizão conservadora-liberal de Alessandri, foi derrotado em 1938 por Pedro Aguirre Cerda, candidato do Partido Radical que, apoiado por comunistas e socialistas, formou a Frente Popular.

A frente popular

Embora sem promover alterações mais profundas na sociedade chilena, o governo de Pedro Cerda conseguiu controlar o poder das oligarquias e industrializar o país. Aproveitando-se do fato de, durante a Segunda Guerra, o aprovisionamento de manufaturas americanas e europeias tornar-se irregular, promoveu uma bem-sucedida política de substituição das exportações, a exemplo do que aconteceu no Brasil e na Argentina. Durante seu governo, que deu também especial ênfase à educação, foi fundada a “Volta Redonda chilena”, a Companhia de Aços do Pacífico. Foi descoberto petróleo na Patagônia Chilena, construíram-se novas usinas hidrelétricas e criou-se uma base sustentada para o desenvolvimento nacional. No começo dos anos 1940 a economia chilena alcançou um crescimento médio de 7,5%.

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