O radicalismo político no Chile: gasolina na fogueira

Turismo e cultura: a História do Chile: o radicalismo político no Chile. O golpe militar de 11 de setembro e a queda de Salvador Allende.
Palácio de la Moneda, Santiago, Chile
O radicalismo político no Chile: gasolina na fogueira. Palácio de la Moneda, Santiago, Chile

O radicalismo político no Chile: gasolina na fogueira

Enquanto o Partido Comunista, fortemente influenciado pela União Soviética, que desejava evitar um confronto aberto com os Estados Unidos (como aconteceu na crise dos mísseis de Cuba, que quase resultou numa guerra nuclear), mostrava-se mais moderado, o Partido Socialista de Allende tornava-se cada vez mais radical, indispondo-se com o presidente e passando a chamá-lo “senhor Allende” no lugar de “companheiro”. Ou seja, além de ter de enfrentar a direita, o presidente teve de lidar com setores da esquerda insensíveis à gravidade do momento atravessado pelo país.

Altamirano, líder do Partido Socialista, por exemplo, falava em segundo Vietnã, sem perceber que estava jogando gasolina na fogueira. Intransigente, a liderança do PS, impediu qualquer acordo de governabilidade de Allende com a democracia cristã, deixando o presidente de mãos atadas.

Uma classe média dividida e assustada

Com o país à beira da guerra civil, Allende nomeou o general Prats, comandante das forças armadas, seu ministro do Interior. No final de junho ocorreu a primeira tentativa de golpe abafada por Prats. Uma vintena de civis foram mortos. Ameaçado num acidente de rua e temendo um atentado, Prats sacou um revólver e, sem querer, atingiu uma mulher que passava… A oposição explorou o episódio e pediu sua renúncia, mas Allende conseguiu mantê-lo.
Nesse contexto, a visita de Fidel Castro, que chegou falando em revolução armada (Por que no te calas, Fidel?), foi um erro político que assustou parte da classe média, colocando-a contra o governo.

O golpe de 11 de setembro

A essa altura do campeonato o golpe já estava sendo articulado. Prats, após enfrentar uma manifestação de mulheres conduzida pelas esposas de altos oficiais das forças armadas, pediu demissão. Para substituí-lo, Allende escolheu como comandante das forças armadas um general considerado “leal” e “apolítico”. O nome dele? Augusto Pinochet. Foi o mesmo que colocar uma raposa para tomar conta do galinheiro. Conta-se que quando o golpe de estado teve início Allende chegou a pensar que Pinochet tivesse sido preso pelos golpistas.

Na manhã de 11 de setembro tropas da Marinha ocuparam a cidade de Valparaíso. Era o sinal para o golpe.

A maioria das pessoas considera o dia 11 de setembro como um dia maldito, pensando no ignóbil atentado terrorista contra Nova York, que matou mais de 3 mil pessoas. Entretanto, um 11 de setembro muito pior foi o chileno. O golpe, realizado com total apoio do governo americano de Nixon, provocou a morte de cerca de 30 mil pessoas em 17 anos de ditadura.

A intimação

Pela manhã do dia 11 Allende recebeu uma mensagem de Pinochet e outros generais, intimando-o a se render. O presidente, isolado no Palácio de la Moeda recusou-se. Enquanto tanques avançavam rumo ao Palácio, a Confederação Única dos Trabalhadores conclamou os chilenos à resistência. O fato é que o povo estava muito dividido. Embora tenha havido resistência popular, com franco-atiradores que apoiavam o governo enfrentando as tropas do exército, não havia muito mais a ser feito. Um pouco antes do meio-dia aviões bombardearam o Palácio de la Moneda. Allende resistiu com alguns companheiros até o fim e acabou se suicidando

No final da tarde a Junta Militar assumiu o poder. O congresso nacional e os partidos políticos foram fechados. A imprensa foi censurada. Teve início uma das mais cruéis ditaduras sul-americanas. Enquanto milhares de opositores políticos foram presos no Estádio Nacional de Santiago e massacrados, Pinochet recebia uma mensagem de Nixon e Kissinger: “Acabe com eles!”.

Nem era preciso; a direita militar chilena fez o serviço direitinho: 300 mil pessoas foram presas, 35 mil selvagemente torturadas, pelo menos 3 mil assassinadas nos primeiros dias do golpe e mais de 30 mil (considerando-se também os “desaparecidos”) durante o regime Pinochet.

O 11 de setembro chileno

“Colocado em uma transição histórica, pagarei com minha vida a lealdade do povo. E vos digo que tenho a certeza de que a semente que entregaremos à consciência de milhares e milhares de chilenos não poderá ser cegada definitivamente. Trabalhadores de minha Pátria! Tenho fé no Chile e em seu destino. Superarão outros homens nesse momento cinza e amargo, onde a traição pretende se impor. Sigam vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, se abrirão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.” Salvador Allende, 11 de setembro de 1973.

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