Música baiana

Turismo e cultura. A música baiana. A evolução da música baiana, os novos valores, a música na vida dos baianos, os shows e festivais.
Daniela Mercury
Daniela Mercury

Música baiana

Texto de Aninha Gonçalves

Impossível pensar na Bahia desvinculada da música, pois é o lugar onde todo mundo canta e todo mundo dança. A partir dos ritmos baianos, provenientes de várias correntes musicais como trovadores, indígenas e principalmente dos africanos, surgiram muitos outros que fizeram época e influenciaram substancialmente a música popular brasileira.

Os cantos de trabalho

Na área rural, apareceram os chamados “cantos de trabalho”. No corte da cana, na bata do feijão, na preparação da mandioca para fazer farinha, para cada ocupação um canto diferente. No Recôncavo Baiano, estas práticas persistem, mas estão gradativamente diminuindo conforme aumenta a mecanização.

A evolução da música baiana

A evolução se deu com o coco, congada, reisado, galope, samba-de-roda, samba duro etc. Estes ritmos, que se tornaram populares, acompanhavam danças folclóricas e brincadeiras dançantes em salões.

 

O lundu

Foi na Bahia que se criou o lundu, o primeiro ritmo reconhecido efetivamente como afro-brasileiro, que misturava os batuques dos escravos bantos com melodia e harmonia da música portuguesa. O lundu é a raiz do samba. As ramificações foram aparecendo espontaneamente e surgiram o samba-canção, o samba-choro, o samba-reggae e até o samba-rock.

Os primeiros músicos baianos famosos

Com o desenvolvimento da indústria fonográfica, na segunda metade do século XX, e com o advento dos festivais da Record, na década de 1960, os músicos baianos tornaram-se conhecidos. Todo o Brasil, que já conhecia Assis Valente, autor de Brasil Pandeiro e Dorival Caymmi, teve a atenção voltada para Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa. Na mesma época, despontava Raul Seixas, “o pai do rock brasileiro”.

Os Novos Baianos

Nos anos 1970, destacou-se o grupo dos Novos Baianos, integrado por Baby Consuelo, Paulinho Boca de Cantor, Morais Moreira e Pepeu Gomes. Seu álbum Acabou Chorare foi eleito um dos 10 melhores discos do século passado pelo Projeto Disco de Ouro do SESC. O espetáculo, que teve lugar no SESC Pinheiros, em São Paulo, em setembro de 2007, contou com a presença de Baby Consuelo, agora Baby do Brasil, e teve a guitarra de Davi Moraes, filho de Moraes Moreira, num show fantástico, para ninguém botar defeito!

Caetano, Gal, Bethânia e Gil

O grupo encabeçou uma nova tendência, o Tropicalismo. Tratava-se de um movimento cultural que procurava uma simbiose da música com outras artes e identificou-se, sobretudo, com o concretismo. Tudo começou com uma exposição do artista plástico Hélio Oiticica, denominada “Tropicália” que os baianos associaram à estética do som que produziam. O Tropicalismo buscava, segundo Gal Costa, a ruptura de um paradigma – mostrar a defasagem entre ideologia e realidade, o que se expressava nas atitudes, na maneira de se vestir e na liberdade de criação. Juntaram-se ao movimento Tom Zé, Capinam, Torquato Neto, Os Mutantes, Jorge Mautner, Jorge Ben, Júlio Medaglia, entre outros. No cinema, o movimento influenciou os filmes de Glauber Rocha e nas artes plásticas, além de Hélio Oiticica, estava Rubens Guerchman, um dos nomes de peso da pop-art brasileira.

Os músicos baianos durante a ditadura

Tudo aconteceu nos anos negros da ditadura militar e, quando os milicos perceberam tanta liberdade junta, resolveram acabar com a festa. Caetano, Gil e os outros adeptos do movimento foram obrigados a deixar o país e se mandaram para a Londres, assim como Glauber Rocha, que se fixou em Portugal. Com esta interrupção, provocada “por força maior”, o movimento se acabou.

A década de 1980

Na década de 1980, fez sucesso o roqueiro soteropolitano Marcelo Nova, integrante da banda Camisa de Vênus e houve uma espécie de preparação para o que ia explodir nos anos 90 com a chamada Axé Music, que agora completa vinte anos de existência.

A música na Bahia de hoje

Hoje a música na Bahia ressoa dos tambores do Olodum, da Timbalada, ao som do Motumbá e outros grupos afros, e nas vibrantes composições do axé. Nas festas do interior, ainda se pode presenciar a beleza e a simplicidade do Bumba-meu-boi, do Reisado, autênticas rodas de capoeira e,durante todo mês de junho, ensaiar os passos de um velho e bom forró.

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