Les Halles-Châtelet

Uma das regiões mais antigas de Paris, Les Halles-Châtelet, sua história, curiosidades, atrações.

Les Halles-Châtelet, um bairro central e prático

Mapa de Les Halles-Châtelet

Principais atrações, dicas

• O Museu Nacional de Arte Moderna, no Centre Georges Pompidou • Fontaine Stravinski, ao lado • A igreja de St-Eustache • A pitoresca rua Montorgueil • As vistas da Conciergerie, na Île de la Cité, e da Pont Neuf, do Quai de la Mégisserie

O bairro foi uma das primeiras regiões ocupadas pelos habitantes de Paris na margem direita do Sena, perto da Île de la Cité. Châtelet é como se chamava a antiga fortaleza medieval que protegia a entrada da cidade e também fazia as vezes de prisão, da qual nada restou. O nome Les Halles vem do enorme mercado que ali funcionava até algumas décadas atrás. Fundado na Idade Média, era enorme, estendendo-se por quase todo o bairro, na época ainda pantanoso e lamacento. Os comerciantes e artesãos agrupavam-se de acordo com o tipo de mercadoria que vendiam. Daí derivam os nomes de várias de suas antigas ruas, como a rue de la Ferronnerie (“rua das ferragens”), a rue de la Verrerie (“rua da vidraçaria”) e a rue des Orfèvres (“rua dos ourives”).
As primeiras estruturas do mercado a céu aberto, erguidas em 1181 por ordem do rei Felipe Augusto, eram reservadas ao comércio de tecidos. Com o tempo, surgiram várias novas alas, voltadas principalmente para o comércio de alimentos.

Os Halles existiram durante séculos. Em 1851, quando foram completamente remodelados por ordem de Napoleão III, suas atividades se concentraram em dez pavilhões de aço e vidro. Com o passar das décadas, o mercado já não atendia às necessidades da cidade e o movimento de veículos era indesejável na região central. Assim, em 1969, foi transferido para a periferia de Paris, pondo fim a uma época em que feirantes de avental se acotovelavam na brasserie “Pied de Cochon” com boêmios engravatados que iam tomar sopa de cebola de madrugada. Muita gente indignou-se contra a demolição dos pavilhões, que eram um belo exemplo da arquitetura do século XIX. No seu lugar, hoje existem o Forum e o Jardin des Halles.

Em 1977, o bairro sofreu mais uma inovação bastante significativa com a construção do moderníssimo Centre Georges Pompidou, mais conhecido como Beaubourg. Porém, a região continua sendo ocupada principalmente por velhos prédios e pequenas ruas de traçado medieval, muitas delas bastante movimentadas tanto durante o dia quanto à noite.
A parte mais agradável e segura do bairro é aquela entre a rue Berger e o Sena. Já a rue St-Denis, ao norte da Fontaine des Innocents, e suas travessas até a rue Étienne Marcel, têm frequência no mínimo duvidosa e devem ser evitadas em horários tardios, assim como o Forum e o Jardin des Halles.

Na rue de la Ferronnerie (onde Henrique IV foi assassinado por Ravaillac), e nas suas imediações, existem muitas opções para o público GLS mas, como no Marais, em muitos restaurantes e bares, todos são bem-vindos. Nessa região existe também uma certa concentração de lojas de roupas super modernas para os jovens mais alternativos. Se você quer se tornar alguém branché (in), já sabe onde montar seu guarda-roupas!

Caso você pare em um dos diversos cafés ou restaurantes do Square des Innocents, aproveite para prestar atenção nas pessoas que andam pela rua. Assim como o metrô, este é um ótimo lugar para observar a incrível diversidade dos tipos humanos de Paris e imaginar seu modus vivendi….  Não se surpreenda se um hindu de turbante, um cowboy e um punk passarem na sua frente em um papo animado.

Place du Châtelet

A praça atual, que data de 1860, fez parte das grandes reformas urbanas promovidas por Haussmann. No lugar da antiga prisão medieval, demolida no começo do século XIX, o arquiteto Davioud construiu o Théâtre du Châtelet e, do outro lado da praça, o Théâtre de la Ville, que foi dirigido por Sarah Bernhardt de 1898 a 1923. Por estar bem no centro de Paris, a praça, entre a rue de Rivoli e o Sena, é meio congestionada. Você verá que ali vale tudo para escapar do trânsito — até mesmo andar de patins.

Tour St-Jacques

  (Torre de Santiago)  Quem sai do metrô e depara com essa torre “solta” no meio do Square St-Jacques pode achar estranho. Com 52 metros de altura, ela é o que sobrou da igreja gótica de St-Jacques-de-la-Boucherie, destruída durante a Revolução. Na Idade Média, essa igreja havia sido um ponto de encontro dos peregrinos a caminho de Santiago de Compostela.

Quai de la Mégisserie (Cais do Curtume)

As margens do Sena entre a Pont Neuf e a Pont au Change, que sai em frente à place du Châtelet, são o melhor lugar de Paris para apreciar as vistas da Conciergerie, na Île de la Cité, e da Pont Neuf, principalmente ao pôr-do-sol, quando as luzes da cidade começam a se acender. Apesar de o nome mégisserie (curtume) referir-se à época em que lá funcionavam curtumes malcheirosos, hoje floriculturas e lojas de animais domésticos, uma ao lado da outra, dão um ar alegre e colorido ao lugar. Muitos bouquinistes têm suas bancas nesse cais.

Forum des Halles

Rue Lescot, esquina com rue Rambuteau Vários projetos foram analisados até que se decidiu construir no lugar dos antigos Halles essa enorme estrutura ultramoderna, com andares subterrâneos e um grande centro comercial e de lazer. Nela fica também a estação de metrô e RER Châtelet/Les Halles, a maior e mais movimentada da cidade, por onde passa tudo quanto é tipo de gente todos os dias. Imaginava-se que o Forum poderia valorizar a região, atraindo para lá um público mais sofisticado, mas não deu certo. As lojas mais elegantes e as grandes grifes esnobaram o lugar. Sua arquitetura é interessante e pode merecer uma olhada. O centro comercial também tem seus atrativos. Porém, não considere o Forum como uma atração turística ou irá se decepcionar.

St-Eustache

(igreja)  Pl. du Jour A origem dessa igreja está numa capela do começo do século XII, construída por Jean Alais, que havia emprestado dinheiro ao rei Felipe Augusto. Este, sempre metido em dificuldades financeiras e não tendo como pagar, autorizou seu credor a cobrar uma taxa de um denier (moeda da época) sobre cada cesto de peixe vendido nos Halles, ou seja, fez os outros pagarem sua dívida… Uma espécie de CPMF medieval, enfim. Parece que Jean Alais ganhou tanto dinheiro que se sentiu até culpado e resolveu construir a capela como um ato de penitência. St-Eustache é uma das mais bonitas igrejas de Paris e também uma das maiores, com 105 metros de comprimento, 43,5 metros de largura e uma cúpula de mais de 33 metros de altura.

Foi construída em estilo gótico, de 1532 a 1637, mas reformas posteriores mudaram seu interior, conferindo-lhe um ar renascentista. A fachada adquiriu um estilo neoclássico quando, por volta de 1754, foram acrescentadas colunas. Obras de arte como o Martyre de Saint Eustache, de Vouet, e uma escultura de Pigalle, a Vierge, podem ser vistas no interior. A igreja tem muitas histórias para contar, pois foi durante séculos a mais importante de Paris depois da Notre-Dame, principalmente em razão de sua localização bastante central. Nela foram batizados personagens históricos como o cardeal Richelieu, Molière e Jeanne Poisson, futura Marquesa de Pompadour, a favorita de Luís XV, cujo pai, Luís XIV, por sua vez, fez na St-Eustache sua primeira comunhão.

Durante a Revolução, a igreja foi transformada em Templo da Agricultura… (Era cada uma que inventavam!). Caso você tenha a oportunidade, assista a um concerto na St-Eustache; seu órgão é famoso e a acústica é excelente. Observe na praça ao lado da igreja a escultura L’Écoute (A Escuta), de Henri de Miller (não confunda com Henry Miller, o escritor!), uma enorme cabeça com uma mão ao lado. Ninguém sabe bem o que significa, mas as crianças adoram subir nela.

Rue Montorgueil 

Esta rua conseguiu manter a tradição dos tempos dos velhos Halles e continua especializada em alimentação. Agradável para se passear; é uma rua de pedestres, cheia de pequenos cafés, padarias, confeitarias, quitandas, lojas de vinhos e de queijos. A doceria Stoher, no número 51, é bastante antiga e seu fundador foi o confeiteiro particular da mulher de Luís XV. Caso você resolva tomar café da manhã em seu quarto de hotel ou tenha alugado um studio nas proximidades, já sabe onde fazer suas compras.

Rue  Quincampoix 

A estreita rua paralela ao Bd. Sébastopol, entre o Forum e o Centre Pompidou, é um dos lugares do bairro onde você poderá apreciar belas fachadas de casas antigas e hôtels particuliers. No no 65 funcionava o banco do escocês John Law, cujas ações da Companhia das Índias geraram uma grande especulação e a consequente quebra da maioria dos investidores. Na altura do no 82 começa a curiosa Passage Molière, pavimentada com antigos paralelepípedos; ela sai no no 159 da rue St-Martin, sob uma velha casa de dois andares. São vestígios de uma Paris que praticamente desapareceu.

Tour Jean Sans-Peur – (Torre João-sem-Medo)

20, rue Étienne-Marcel  É uma obra-prima da arquitetura francesa da Idade Média. Originalmente, havia sido construída no lugar, no final do século XIII, a residência de uma família nobre, junto às muralhas da cidade erguidas por Felipe Augusto. É interessante pensar que, na época, esse era o limite norte do perímetro urbano parisiense. Lá morou Jean-sans-Peur, Duque de Bourgogne. Malgrado seu apelido (que significa “João-sem-Medo”), por ter mandado assassinar o Duque de Orléans, Jean temia por sua própria vida. Assim, fez construir bem no meio do imóvel a torre que hoje leva seu nome, no alto da qual instalou seus aposentos. Ele teria de subir uma longa escadaria para chegar a seu quarto, mas pelo menos ali julgava estar a salvo. Acabou sendo morto em setembro de 1419 com um golpe de machadinha por partidários do delfim Carlos, herdeiro do trono, quando os dois se encontraram para uma tentativa de reconciliação.

Fontaine des Innocents – (Fonte dos Inocentes)

Square des Innocents. Há registros de que, desde 1182, já havia na região uma pequena fonte alimentada pelas águas do Pré St-Gervais. Possivelmente foi ela que deu origem à Fontaine des Innocents, de cuja existência se tem relatos a partir de 1265. Foi em 1550 que o arquiteto Pierre Lescot e o escultor Jean Goujon construíram os arcos da fonte, a única em estilo renascentista em Paris. Originalmente, ela tinha apenas três faces, pois era acoplada a uma das paredes externas da Igreja dos Innocents, que ficava no cemitério de mesmo nome, destruída em 1787.

Quando foi transportada para o local onde hoje está, a fonte ganhou uma quarta face. Examinando atentamente, você percebe que essa face é ligeiramente diferente das demais. O Square des Innocents foi construído, quase um século mais tarde em torno da fonte. Grande e movimentado, é rodeado por edifícios haussmannianos. O pequeno canteiro arborizado existente até algumas décadas atrás foi cimentado e, infelizmente, o local tem sido frequentado por adolescentes que chegam para andar de skate e deixam para trás um rastro de garrafas e latas de refrigerante vazias… Quel  dommage!

Centre Georges Pompidou/Beaubourg

(Musée National d’Art Moderne e Atelier Brancusi). É um dos principais centros culturais do Paris e também um que mais agrada nossos turistas. Veja página a respeito.

Fontaine Stravinski

(Fonte Stravinski) Dedicada ao compositor russo Igor Stravinski, autor de O Pássaro de Fogo, a moderna fonte é obra de Niki de Saint-Phalle e de Jean Tinguely. Suas esculturas coloridas são animadas por jatos d’água. O conjunto é alegre, extremamente original, e seu estilo combina com o do Centre Pompidou, que fica ao lado, mas faz um contraste no mínimo gritante com a igreja de St-Merry, ao lado. Mais uma das obras polêmicas da era Mitterrand sobre a qual os gostos não coincidem. Alguns acham o máximo, outros detestam. E você, o que pensa?

St-Merry (igreja)

76, rue de la Verrerie.  No local onde havia uma capela construída no século XIV, da qual resta apenas a torre, foi iniciada, em 1520, a obra da igreja atual. Note as casas grudadas no lado direito da fachada: isso era bastante comum na época. Os órgãos da St-Merry, construídos em 1647, são famosos e muito bonitos. A melhor maneira de apreciá-los é assistir a um dos concertos promovidos na igreja. Também costuma haver apresentações de canto gregoriano.

Musée des Arts et Métiers (Museu de Artes e Ofícios)

292, rue St-Martin 75003 M Arts et Métiers  01/53018200. Abre de terça-feira a domingo das 10h às 18h. 6,50 €. Este museu está instalado na linda abadia de St-Martin-des-Champs, do século XVIII, transformada, após a Revolução, em ateliê de artes e ofícios. Seu acervo é composto por milhares de máquinas, veículos e instrumentos criados desde o século XVI aos dias de hoje, possibilitando que se acompanhe a evolução da ciência e da tecnologia. www.arts-et-metiers.net

St-Germain l’Auxerrois -(igreja)

2, pl. du Louvre Perto do Louvre e do Sena, essa igreja chama a atenção por ser constituída de partes erguidas em diferentes épocas, numa arquitetura que mistura o romano ao gótico e ao renascentista; a torre é antiquíssima, do século XII, e os vitrais são do século XV. É uma das mais belas igrejas de Paris e foi a preferida dos reis da dinastia Valois. Nela costumam ser realizados concertos.

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